Produtores baianos recuperam primeira nascente de rio em São Desidério, no oeste da Bahia
Os produtores rurais baianos apoiaram a recuperação do primeira nascente de São Desidério, no oeste da Bahia. Teve início, no povoado de Jataí, a cerca de 25 quilômetros da sede do município, o acordo de cooperação técnica com a Prefeitura de São Desidério, por meio da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) e a Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba). A recuperação da nascente aconteceu na última quinta-feira (1º) e integrou a capacitação dos técnicos que serão responsáveis por desenvolver o trabalho em outros 16 afloramentos de lençol freático de São Desidério, segundo maior município baiano em extensão territorial e maior produtor de algodão do Brasil.
É da água da nascente recentemente protegida que o casal Levi Alves da Silva e Marialva dos Santos Silva mata a sede, toma banho e utiliza a água para as atividades domésticas. “A água vem o ano todo. E esse trabalho de proteger a nascente é uma segurança de que nunca vai faltar”, acredita o casal, que juntamente com outras 12 famílias se beneficiam diretamente da nascente de Jataí, batizada na última sexta-feira (2) com o mesmo nome da localidade, que passou a integrar uma base de dados nacional.
Depois do diagnóstico da área, os integrantes do curso utilizaram a técnica “Caxambu” que protege o afloramento do lençol por meio uma cobertura construída naturalmente com pedra e argila, evitando o acesso do afloramento do pisoteio do gado e do assoreamento com terra carregada pelas chuvas. “Estimamos que nesta nascente sejam produzidas 200 mil litros de água por dia. Embora, aparentemente, não haja nenhum tipo de obstrução do ‘veio d’água, a técnica é importante para proteção futura e melhor uso de quem precisa de água perene e potável”, explica o agrônomo Renato Rios, responsável pelo treinamento de recuperação para que seja replicado nas próximas nascentes.
Na estrada próxima ao afloramento, foram escavadas pequenas valas na lateral ´barraginhas´ para impedir o assoreamento do ‘veio’ pela força das águas das chuvas. O perímetro de 50 metros no entorno da nascente também foi cercado para impedir a circulação de animais, principalmente o pisoteio do gado. O secretário de meio ambiente de São Desidério, Joacy Carvalho, reforça a importância do trabalho executado em parceria dos agricultores por meio da Abapa e da Aiba.
-- “Temos mais de 400 nascentes mapeadas e devem existir mais afloramentos. Já havíamos protegido outras duas nascentes. Os produtores ajudaram a impulsionar este projeto”, afirma.
Para o presidente da Abapa, Júlio Cézar Busato, os produtores da região estão cada vez mais preocupados com o meio ambiente. “Um estudo da Embrapa mostra que os agricultores são quem mais preservam o meio ambiente, e mostra que 64% do cerrado da oeste da Bahia encontra-se preservado, sendo a maioria em área dos próprios produtores. Quando falamos do uso das águas, somente 8% da produção da região é irrigada, sendo utilizado o regime de chuvas para plantar grãos. O incentivo na recuperação das nascentes, juntamente com a adoção de técnicas de produção sustentáveis, mostra o quanto somos preocupados com os rios e com o meio ambiente”, reforça.
Além de São Desidério, os agricultores começam a negociar a recuperação de nascentes junto aos municípios de Barreiras e Riachão das Neves.
0 comentário
Sérgio Souza: “Dialogamos com todos os envolvidos e consolidamos um texto robusto”
CAE rejeita emendas ao Estatuto Profissional dos Trabalhadores Celetistas em Cooperativas
Comissão de Agricultura na Câmara aprova projeto que reduz dependência de fertilizantes importados
Unem participa do Encontro Nacional do Agro e dos Adidos Agrícolas em Brasília
Abrasel classifica retratação do Carrefour como incompleta e reforça apoio ao agronegócio brasileiro
Tarifas de Trump podem aumentar a conta do supermercado – da carne bovina à suína, do abacates à tequila