Contribuição obrigatória voltou: sindicatos já acharam uma brecha na lei

Publicado em 02/02/2018 20:47
por Thaísa Oliveira, na Gazeta do Povo

Para driblar o fim da contribuição sindical obrigatória, sindicatos têm usado uma lacuna da Reforma Trabalhista para manter o pagamento. Desde novembro de 2017, o desconto da contribuição ficou “condicionado à autorização prévia e expressa” do trabalhador, mas os sindicatos argumentam que o texto não explica o que garante a prévia autorização.

Além de atestar que a lei não especifica que a autorização ocorra de forma individual ou por escrito, os sindicatos têm se amparado em um entendimento da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), segundo o qual a “autorização prévia e expressa” pode ser feita via assembleia, desde que toda a categoria tenha sido convocada.

A advogada especialista em Direito do Trabalho, Karla Cruz, afirma que essa é apenas uma das brechas deixadas pela Reforma Trabalhista. Como as negociações trabalhistas são discutidas em assembleia, os sindicatos apostam que a assembleia também valida a cobrança da contribuição sindical.

“A lei determina que a cobrança seja facultativa, mas deixa a possibilidade de que a autorização ocorra em assembleia, já que o sindicato representa, em uma ação trabalhista, por exemplo, toda a categoria. Mesmo assim, eu entendo que, se a pessoa procura o sindicato e se nega a contribuir, ela tem o direito de não ser cobrada.”

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Giuseppe Mezzo tirou o CNPJ em 2014 para prestar consultoria à outra empresa e nunca se associou ao sindicato patronal. Ele conta que ficou surpreso quando recebeu, em janeiro, um boleto de contribuição sindical para o Sescon-SP no valor de R$ 432,45. Indignado com a cobrança, Mezzo diz que, ao procurar a associação, soube que o pagamento foi definido em uma assembleia realizada em novembro do ano passado.

“É que nem reunião de condomínio: o que for decidido pela maioria vale para todos os moradores. A diferença é que na reunião de condomínio a síndica consegue me avisar. O problema é que a gente se sente vendido. Os sindicatos não querem largar o osso”, critica.

Segundo o presidente do Sescon-SP, Márcio Masso, a cobrança foi definida, de forma unânime, por 177 das 98 mil empresas representadas pelo sindicato. “Não adianta [o empresário] falar que não quer [ser representado] porque nós estamos aqui para representá-lo. As pessoas não percebem o trabalho que os sindicatos fazem em prol delas. O representado pode não perceber o benefício, mas ele o está recebendo”, defende.

Presidente do Sindicato dos Radialistas do Distrito Federal (Sinrad-DF), Marco Antonio Arguelho Clemente diz que o desconto da contribuição sindical tem dividido os sindicalistas. “Alguns sindicatos entendem que a assembleia substitui a prévia autorização. Até porque a própria legislação estabelece que a convenção coletiva se sobrepõe ao legislado”, explica.

Gazeta do Povo lança Índice de liberdade econômica, melhor mapa para entender como  tornar o Brasil uma nação rica

O Índice de Liberdade Econômica, calculado pela Heritage Foundation, é o mais tradicional indicador que mede o grau de capitalismo dos países. Há anos ele é utilizado no mundo todo como o melhor parâmetro para avaliar se um país tem ou não o que se pode chamar de economia livre.

E a correlação entre esse indicador e outros que medem qualidade de vida da população, riqueza e desenvolvimento humano, além de corrupção, é enorme e uma com elo causal: a liberdade econômica causa a riqueza, os avanços sociais e maior transparência.

Esse índice era publicado no Brasil pelo Instituto Liberdade, de Porto Alegre, e a Gazeta do Povo marca um golaço ao assumir sua publicação agora, provando seu compromisso com os valores da liberdade e do progresso. Entender os itens desse índice é a melhor forma de compreender as mazelas nacionais, assim como o que deve ser feito para finalmente colocar o Brasil na rota do crescimento.

O Brasil petista despencou no ranking, mostrando como caminhamos na direção do socialismo sob Lula e Dilma. A Venezuela já virou socialista de vez, e os resultados desastrosos estão aí para todos verem – menos os cegos ideológicos. Uma economia controlada pelo estado, fechada, com muita regulação e impostos é a receita mais segura para a catástrofe econômica e social de uma nação. E somos um patinho feio, um ótimo aluno marxista, ostentando a vergonhosa 153a posição no ranking:

Para sermos apenas medíocres ainda precisamos melhorar muito. Não temos direito de propriedade garantido, e basta pensar nos invasores do MST ou nas favelas sem título de propriedade. Os gastos do governo são altos demais, a carga tributária é muito elevada e complexa, a saúde fiscal é péssima, com rombo de quase R$ 200 bilhões por ano. O judiciário é lento, as leis são arbitrárias, nem o passado é certo. O protecionismo é grande e afasta o país da globalização. As leis trabalhistas são inspiradas no fascismo marxista de Mussolini e Vargas, com amplo poder sindical. O setor financeiro é concentrado demais, com muita barreira à entrada.

Enfim, o “neoliberalismo” é o fantasma da mitologia canhota inventado como bode expiatório para os males produzidos pelo excesso de estado. Só há duas saídas para o Brasil: aeroportos ou liberalismo! Nosso podcast Ideias desta semana foi justamente sobre esse relevante tema:

Estamos em ano de eleições. Cobre dos seus candidatos uma postura sobre esses pontos. Só vote em quem estiver comprometido com o avanço da liberdade econômica, quem tiver noção de que o caminho para a prosperidade passa inexoravelmente pela redução do estado e de seu intervencionismo. Pregar maior controle estatal é impedir nosso avanço, asfixiar aqueles que criam riquezas, manter as amarras que sufocam o Brasil. Chega de tanto estado! Vamos dar uma chance à liberdade…

Rodrigo Constantino

A ERA PETISTA FOI UMA DE APRENDIZADO: O ELEITOR DESCOBRIU QUE O ESTADO É O PROBLEMA, NÃO A SOLUÇÃO

Quem disse isso foi o empresário Flavio Rocha, da Riachuelo, que está liderando o movimento Brasil 200, que prega uma nova independência para o país – desta vez do estado hipertrofiado. Em entrevista ao Pânico da Jovem Pan, Rocha contou um pouco da história de sua empresa, aproveitando para explicar como a revolução industrial foi, na verdade, uma revolução têxtil, e que esse “milagre” que tirou milhões da miséria se chama livre mercado.

Rocha lamenta o estrago causado na economia pelo PT, assim como a bagunça moral, mas rejeita a ideia de que se trata de uma “década perdida”. Afinal, há o lado bom disso: o povo acordou, o eleitor está melhor, mais exigente, e se deu conta de que o estado não é a solução, mas parte do problema.

Para o empresário, falta justamente um nome que atenda a esses anseios populares, com um projeto liberal na economia, e uma firmeza moral nos costumes. Um Reagan, uma Thatcher, não um Macron ou um Obama. Eis algumas frases que destaquei de sua ótima entrevista:

“O eleitor descobriu que o estado não é solução, mas o problema. Foi uma década de aprendizado. O foco deve ser o indivíduo. O estado só transfere riqueza, e muito mal”; “O povo não está querendo um Macron brasileiro. Quer coerência. Direita na economia e direita nos costumes”; “O estado é o habitat natural da corrupção”; “Todos esses casos [de corrupção] têm como elo comum um estado hipertrofiado”; “Os empresários do progresso puxam a carruagem, e os empresários do conchavo sentam na carruagem”; “A esquerda quer bagunçar para dominar. O povo quer ordem”; “Muitos estão confinados demais no economês. O eleitor quer a pauta dos costumes: ordem e valores”. Vejam a entrevista toda que vale a pena. (na coluna de Ricardo Constantino, Gazeta do Povo). 

VOCÊ ACREDITA NA MÃO INVISÍVEL DO MERCADO?

Por Lucas Pagani, publicado pelo Instituto Liberal

Não existe tal coisa como a “mão invisível do mercado”. O mercado não é uma entidade e tampouco uma instituição. O mercado é um processo. Isso mesmo, um processo entre agentes econômicos. A configuração do mercado é dada pelos indivíduos, os quais realizam trocas voluntárias de forma dinâmica.

O economista Ubiratan Jorge Iório dissertou que o papel do mercado “é o de servir como um processo, mediante o qual, por tentativas e erros, tanto o conhecimento como as expectativas dos diferentes membros da sociedade vão se tornando paulatinamente mais compatíveis no decorrer do tempo.”

É sem sentido dizer que o mercado, um processo, poder-se-ia agir para “corrigir” as falhas de “mercado”. Apenas indivíduos agem. Apenas pessoas podem atribuir valor e agir.

Carl Menger afirma que:

O principio que leva as pessoas à troca é simplesmente o que as conduz em toda atividade econômica, ou seja, o empenho em atender plenamente, se possível, às suas necessidades. O prazer que as pessoas sentem na troca econômica de bens é aquele sentimento geral de satisfação que costumam sentir quando percebem que, fazendo isso ou aquilo, conseguem atender melhor às suas necessidades que não o fazendo”.

O mercado é um fenômeno e uma estrutura social. Menger, ao discorrer sobre fenômenos sociais, explicita que o processo inicia de modo descoordenado, espontâneo e orgânico, ou seja, uma ordem espontânea. “[…]fenômenos sociais são o resultado não intencional de atividades que visam a fins essencialmente individuais.” Afirma Menger.

Se o mercado é um processo derivado da ação de cada um dos indivíduos, com fins diferentes, valorações diferentes, descoordenados entre si, como eles se coordenam? Pelo processo. O homem é limitado pela sua natureza e a sua limitação está relacionada ao seu conhecimento imperfeito. Todas as valorizações do indivíduo pautam-se nas informações que recebem através do mercado. Hayek, no seu artigo “O uso do conhecimento na sociedade” disserta que:


O agente vive em situação de extrema incerteza, com objetivos e valorizações diferentes dos demais. O agente deve prestar atenção nos termômetros econômicos que o processo de mercado fornece. Esse termômetro é exatamente a formação dos preços.O caráter peculiar do problema de uma ordem econômica racional se caracteriza justamente pelo fato de que o conhecimento das circunstâncias sob as quais temos de agir nunca existe de forma concentrada e integrada, mas apenas como pedaços dispersos de conhecimento incompleto e frequentemente contraditório, distribuídos por diversos indivíduos independentes. O problema econômico da sociedade, portanto, não é meramente um problema de como alocar “determinados” recursos — se por “determinados” entendermos algo que esteja disponível a uma única mente que possa deliberadamente resolver o problema com base nessas informações.”

O sistema de preços indica onde o indivíduo pode apostar, numa espécie de tentativa e erro,  como poderá alcançar seus fins com os meios que ele dispõe. Somente o processo pode indicar uma tendência de equilíbrio, visto que os agentes estão realizando trocas e alterando, constantemente e indefinidamente, o sistema de preços.

Quando os liberais falam sobre a mão invisível do mercado, na realidade, eles querem demonstrar que o processo de mercado é o grande responsável pela solução de inúmeros problemas ao longo do tempo. Intervenções dirigidas apenas atrapalham a formação dos preços, quebrando, assim, o termômetro do processo.

Na prática, podemos analisar o famoso caso Taxi versus Uber. Enquanto os taxistas detinham o monopólio dos serviços de carona, os preços eram altos e a qualidade do serviço quase sempre insatisfatória. Os usuários precisavam de uma alternativa mais eficiente: eis que surgiu o Uber.

Com a invenção do Uber, as corridas transformaram-se completamente. Os preços abaixaram, as pessoas começaram a usar o “termômetro” dos preços Uberísticos e a demandar, cada vez mais, corridas via Uber.

Algo semelhante ocorreu a partir da invenção do WhatsApp, Facebook, Twitter, E-mail e inúmeras tecnologias que fazem parte do processo de mercado. Cabe ao papel empreendedor do indivíduo buscar soluções para os problemas de coordenação de mercado, onde ele oferte soluções para os outros agentes de maneira espontânea e não regulada.

Não é a mão invisível do mercado que coordena as relações econômicas, mas sim os seus próprios agentes participantes do processo de mercado. Não é um burocrata ou um agente governamental quem corrige o mercado. São os próprios agentes econômicos que fornecem soluções para os “problemas de mercado”.

“A curiosa tarefa da economia é demonstrar aos homens o quão pouco eles realmente sabem sobre o que imaginam que podem projetar.” – F. A. Hayek

VOCÊ ACREDITA NA MÃO INVISÍVEL DO MERCADO?

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Fonte:
Gazeta do Povo

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