Mercado Futuro de Café inicia 2018 em clima de expectativa

Publicado em 22/01/2018 14:42

A instabilidade política causada pela série de denúncias envolvendo o presidente da República e alguns de seus ministros, obrigou o Palácio da Alvorada a negociar apoio do Congresso para que as investigações fossem barradas e comprometeu a agenda econômica atrasando pontos importantes como a reforma da previdência, cenário que levou os agentes de mercado a encarar com cautela a retomada do crescimento e apostar suas fichas no mercado de juros futuro, especialmente a partir do segundo semestre do ano, afirmou Celso Luís Rodrigues Vegro, diretor do Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

No contexto internacional, a mudança de estratégia do Federal Reserve (FED), Sistema de Bancos Centrais dos Estados Unidos, que elevou a taxa de juros básicos interrompendo o ciclo de excessiva liquidez, pode comprometer a trajetória de longo prazo da atual expansão econômica. Circunstância em que os investidores tendem a levar a redirecionar a liquidez remanescente para ativos reais, beneficiando o mercado de commodities agrícolas. “O primeiro trimestre do ano, período em que há redução do suprimento de café no mercado, normalmente provoca a alavancagem das cotações. Entretanto, as médias das cotações futuras do mercado não sinalizam qualquer movimentação consistente para os preços, indicando que os investidores creem que haverá oferta de café suficiente para atender as necessidades do mercado”, explicou o pesquisador.

A média dos preços recebidos pelos cafeicultores do cinturão francano em dezembro de 2017, segundo dados do IEA, levantados em parceria com a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), foi de R$ 444,78 a saca. Cotejando-se esse preço com a média das cotações da quarta semana em segunda posição, do mercado futuro da Bolsa de Nova York (US$ 126,79/lbp), e efetuando-se as devidas conversões com dólar futuro em R$ 3,35/US$ e imputando-se 20% de diferencial para o café brasileiro e custo de carregamento frente ao contrato C, obtêm-se R$ 450,00/sc., ou seja, montante muito próximo ao já praticado pelo mercado a vista praticado na região, destacou o pesquisador.

No mercado de robusta na Bolsa de Londres, observou-se movimento similar àquele exibido pelo café arábica, prevalecendo a baixa nas cotações. O fraco La Niña ocorrido no último trimestre de 2017 não trouxe prejuízos para a safra vietnamita, embora as precipitações de dezembro tenham prejudicado a qualidade da bebida. A confirmação do fenômeno meteorológico no Pacífico equatorial poderá repercutir na logística de suprimento de café da Colômbia e parte da América Central, e baixar ainda mais a qualidade do robusta vietnamita. Tais expectativas poderão favorecer os embarques de café brasileiro, oferecendo suporte para incremento das cotações, porém, em movimento apenas de margem.

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IEA

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