Ibovespa dá sequência a ajuste após rali recente e cai pelo 2º dia

Publicado em 10/01/2018 17:19

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SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista fechou em queda nesta quarta-feira, dando continuidade ao movimento de ajuste iniciado na véspera, depois de registrar recordes de alta neste início de ano.

O Ibovespa fechou em queda de 0,84 por cento, a 78.200 pontos. O giro financeiro somou 7,72 bilhões de reais.

A ausência de um noticiário mais positivo deu respaldo ao ajuste neste pregão depois do recente rali, que levou o índice a renovar máximas recordes ao longo de 11 altas seguidas, rompendo inclusive o patamar dos 79 mil pontos.

Entretanto, agentes de mercado mantêm um viés positivo para o mercado acionário, avaliando o ajuste apenas como temporário, diante da manutenção das perspectivas otimistas para o exterior, assim como para o cenário interno.

"Temos uma realização depois de um começo de ano bastante animado... Mas sem nenhum grande destaque", disse o diretor de gestão da Mapfre Investimentos, Carlos Eduardo Eichhorn, que vê a possibilidade de o Ibovespa subir até o patamar dos 85 mil pontos até o fim do primeiro trimestre.

No front local, a perspectiva segue de recuperação da economia e de juros baixos, cenário favorável para o mercado de renda variável. Mais cedo, os números da inflação oficial do país mostraram aumento de preços acima do esperado em dezembro, embora não suficientes para alterar as perspectivas de médio prazo.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,44 por cento em dezembro e fechou o ano com inflação acumulada de 2,95 por cento. Os números vieram um pouco acima do esperado em pesquisa Reuters, de alta de 0,30 por cento no mês e de 2,80 por cento em 12 meses.

"Internamente, tivemos IPCA mais forte que esperado e o noticiário político-econômico não traz novidade fiscal nem de reformas. O que se fala é de corrida presidencial envolvendo figuras que deveriam estar só pensando na reforma", escreveram mais cedo os analistas da corretora Lerosa Investimentos em relatório a clientes.

DESTAQUES

- ECORODOVIAS caiu 3,95 por cento, após a empresa vencer o leilão de concessão do trecho Norte do Rodoanel, ofertando ágio de 90,97 por cento em relação ao valor mínimo fixado pela outorga. Na mínima da sessão, as ações recuaram 5,3 por cento.

- ELETROBRAS ON perdeu 4,02 por cento e ELETROBRAS PNB teve queda de 4,12 por cento, diante de receios com possíveis atrasos ao processo de privatização da empresa, diante da possibilidade do tema ser tratado via projeto e lei no Congresso e não por medida provisória.

- PETROBRAS PN recuou 1,35 por cento e PETROBRAS ON perdeu 1,88 por cento, em movimento de ajuste após ganhos recentes e a despeito da alta nos preços do petróleo no mercado internacional.

- VALE ON caiu 1,39 por cento, em dia de pouca oscilação para os contratos futuros do minério de ferro na China.

- BRADESCO PN recuou 1,05 por cento, ajudando a tirar força do Ibovespa devido ao peso em sua composição. ITAÚ UNIBANCO PN, também de forte relevância no índice, fechou com baixa mais contida, de 0,34 por cento.

- BRASIL PHARMA, que não faz parte do Ibovespa, caiu 4,66 por cento, após a empresa pedir recuperação judicial sob peso de dívida de mais de 1 bilhão de reais. Na mínima do dia, os papéis registraram perda de 15,07 por cento.

Índices caem em Wall St. por preocupações com China e Nafta

(Reuters) - Os três principais índices acionários dos Estados Unidos fecharam em queda nesta quarta-feira depois de uma disputa agitada, enquanto os investidores se preocupavam que a China interrompesse as compras de títulos do governo norte-americano e que o presidente dos EUA, Donald Trump, encerrasse um acordo-chave de comércio exterior.

O S&P e o Nasdaq encerraram uma sequência de altas de seis dias depois que a Bloomberg noticiou que a China, maior detentora de títulos do Tesouro dos EUA, poderia reduzir ou parar de comprar os títulos do governo. A notícia enviou rendimentos do Tesouro para uma alta de 10 meses.

O S&P 500 reduziu algumas perdas à medida que os rendimentos se afastavam de seus picos intradiários e os investidores digeriram a notícia da China. Mas o índice perdeu terreno novamente no meio de tarde depois que a Reuters informou que o Canadá está cada vez mais convencido de que Trump logo anunciará a saída dos EUA do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês), citando duas fontes governamentais.

"É uma semana bastante leve para dados econômicos e financeiros. Em uma semana como essa, as manchetes políticas podem ter um impacto maior do que normalmente", disse Jon Mackay, estrategista de investimento do Schroders Investment Management.

O índice Dow Jones caiu 0,07 por cento, a 25.369 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 0,11 por cento, a 2.748 pontos e o índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,14 por cento, a 7.154 pontos.

Os investidores começaram 2018 com grandes esperanças de crescimento forte nos lucros dos EUA. Os bancos iniciarão a temporada de resultados na sexta-feira.

Os ganhos para as empresas do S&P 500 deverão aumentar em 11,8 por cento, com a maior contribuição do setor de energia, de acordo com a Thomson Reuters I/B/E/S.

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Fonte:
Reuters

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