Café: Queda de chumbinhos é registrada nas duas principais origens produtoras do Brasil; veja fotos
O ano de 2018 começou com dúvidas para os produtores de café do Brasil. Apesar da expectativa de colheita mais alta neste ano por conta da bienalidade positiva, cafeicultores das principais origens produtoras do país registraram acentuada queda de chumbinhos nos últimos dias das lavouras da safra comercial 2018/19.
Cafeicultor em Bom Jesus da Penha (MG), no Sul do maior estado produtor do grão no país, Alexandre Maroti é um dos afetados pelo problema. "Temos visto muita queda de chumbinhos não só na minha propriedade, mas também na de produtores vizinhos. Entendemos que sempre pode cair um pouco, mas está acima do normal", afirma.
Veja fotos enviadas por produtores ao Notícias Agrícolas:
No Espírito Santo, segundo maior estado produtor de café do Brasil, também foi registrada queda de chumbinhos nos últimos dias. "A queda ocorreu na região logo depois das chuvas. Os pés estavam carregados, mas acredito que agora a produção deve ficar comprometida, com frutos apenas nas pontas", diz Silvio da Silva Pereira, de Alegre (ES).
A Fundação Procafé, uma das principais entidades de pesquisa na cafeicultura brasileira, havia alertado no final de 2017 sobre essa possibilidade registrada pelos produtores já que boa parte das lavouras floresceram com pouca folhagem. A queda dos frutos acontece, com maior intensidade, no período do início de enchimento, que vai de 80-100 dias pós-florada, coincidindo com os meses de dezembro e janeiro.
"A queda de frutos do cafeeiro pode ser considerado um processo natural, que ocorre diante da floração profusa (intensa) do cafeeiro e, em seguida, quando os frutinhos começam a crescer e a formar os grãos, a planta de café deixa cair parte desses frutos, de forma proporcional às suas reservas disponíveis", explicaram em artigo os engenheiros agrônomos da Procafé José Braz Matiello e Saulo Roque de Almeida.
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Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o presidente do Sindicato Rural de Nova Resende (MG), Ronaldo Ferreira Cardoso, explicou que a queda dos frutos ainda em formação deve resultar em quebra na produção na safra 2018, mas que ainda é cedo para quantificar as perdas. Ainda há previsão de chuvas nos próximos dias nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Produtores também devem estar atentos ao aparecimento de doenças nos cafezais.
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