Procafé: Queda de botões de cafeeiros por efeito de chuva com pequena precipitação
O crescimento e a abertura dos botões do cafeeiro, resultando na floração, tem muito a ver com a umidade, de chuvas ou irrigações.
Os botões florais do cafeeiro são formados através de diferenciação das gemas nos ramos. Daí eles crescem, até cerca de 6 a 8 mm, e entram em dormência. Permanecem dormentes até que haja um período seco, seguido de chuva, para então continuarem rapidamente o crescimento, até a sua abertura em flores normais, cerca de 10 dias após.
Uma situação anormal pode acontecer quando a chuva for de baixa intensidade, uns 5-15 mm apenas e o solo e o clima vinham muito secos. Essa condição foi verificada, recentemente, em algumas lavouras, como as da foto, provocando queda de botões, sem abrir. Com pouca água ocorrem os botões chamados de grãos de arroz. Eles são estimulados a crescer, pelo diferencial hídrico ocorrido, porem a pouca água não é suficiente para o crescimento completo e para a abertura dos mesmos. Então estes botões ficam amarelecidos e acabam caindo, sem se abrirem em flores. Nas condições com um pouco mais de água, os botões crescem mais, ficam até brancos, a sua cor normal, mas não se abrem, caindo ao solo em seguida.
O exemplo do cafeeiro da foto, com grande quantidade de botões caídos no chão, aconteceu em Varre-sai, Noroeste do estado do Rio de Janeiro. Depois de um longo período seco, choveu 10 mm dia 29 outubro e uns 6 mm em 5 nov, e demais dias com sol pleno. A lavoura é da cultivar catuai vermelho 44, com 4 anos de idade. O produtor achou que foi o vento forte que derrubou os botões, porem isso não acontece em condições de botões normais. Com certeza a queda foi por efeito fisiológico(senescência) e não por causa mecânica(ventos).
J.B. Matiello – Eng Agr Fundação Procafé e Miguel A. Engelhardt – Eng Agr Emater-RJ
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