Café: Após virada técnica, Bolsa de Nova York fecha sessão desta 3ª feira com alta de quase 200 pts
Após recuarem durante a maior parte do dia, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) acabaram fechando a sessão desta terça-feira (28) com alta de mais de 150 pontos. A quinta consecutiva no azul. O mercado oscilou durante o dia em ajustes, mas o campo positivo voltou a ser testado quase no fim dos trabalhos com suporte do câmbio e atuação dos fundos de investimento.
Os lotes de arábica voltaram a se aproximar de US$ 1,30 por libra-peso, com o vencimento dezembro/17 cotado a 127,45 cents/lb na sessão de hoje com alta de 190 pontos, o março/18 registrou 129,85 cents/lb com avanço de 165 pontos. Já o contrato maio/18 encerrou o dia com 132,05 cents/lb e valorização de 160 pontos e o julho/18, mais distante, fechou a sessão cotado a 134,30 cents/lb com 155 pontos positivos.
Durante a maior parte do dia, as cotações futuras do café arábica trabalharam em baixa se ajustando tecnicamente ante as recentes valorizações do mercado. No entanto, os bancos Sucden Financial e Société Générale indicaram possibilidade do mercado do grão vivenciar um rally, com dados mostrando que os fundos aumentaram o saldo líquido vendido em futuros e opções. As informações são do site internacional Agrimoney.
"Muitos traders de arábica esperam que o mercado se mova para mais alto devido as ideias de baixa produção das culturas em toda a América Latina e especialmente no Brasil. As exportações brasileiras estão reduzidas, com estoques reduzidos de produtores e exportadores, embora alguns traders acreditem que os produtores estão apenas impedindo as vendas e tentando forçar preços mais altos", disse o analista Jack Scoville.
O mercado carece de novidades fundamentais para subir e continua oscilando com base em indicadores técnicos, atuação dos fundos e câmbio. O dólar comercial fechou a sessão desta terça a R$ 3,2024 na venda, com recuo de 0,36%. Menor nível desde 20 de outubro. A divisa foi impactada pela mudança de comando do Federal Reserve e expectativa interna sobre a Previdência. As oscilações na moeda impactam diretamente nas exportações.
Do lado negativo, pesa sobre o mercado a continuidade das chuvas no cinturão produtivo do Brasil, que é o maior país produtor e exportador da commodity. O modelo Cosmo do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) mostra chuvas generalizadas nos próximos dias na maior parte das áreas produtoras do país. Os acumulados nos próximos sete dias podem chegar aos 100 milímetros a no Espírito Santo e Cerrado Mineiro.
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"No Brasil o clima favorável tem causado uma quietude entre alguns agentes que antes das chuvas estavam mais assustados com o potencial de recuperação da lavoura. Ironicamente no mercado internacional fala-se que quando não se ouve os produtores falando dos cafezais é porque está tudo bem, dado que quando está ruim o coro é forte", disse em relatório o diretor da Comexim nos Estados Unidos, Rodrigo Costa.
Mercado interno
Os negócios com café voltaram a ficar mais lentos após leve aquecida nos últimos dias, segundo relatos de comerciantes. De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), essas transações aconteceram mais com os tipos mais fracos. Além disso, os recentes feriados no Brasil e também nos Estados Unidos prejudicaram a liquidez.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) (estável) e Guaxupé (MG) (+1,42%), ambas com saca cotada a R$ 500,00. A maior variação no dia ocorreu nas cidades de Patrocínio (MG) e Varginha (MG), ambas com alta de 2,08% e saca a R$ 490,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 480,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com avanço de 1,09% e saca cotada a R$ 465,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 470,00 - estável. A maior oscilação no dia dentre as praças verificadas ocorreu Guaxupé (MG) com alta de 1,11% e saca a R$ 455,00.
Na segunda-feira (27), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 454,18 e alta de 0,03%.
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