Governo pode fazer concessões à base em reforma enxuta da Previdência, admite Moreira Franco
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, admitiu nesta sexta-feira que o governo poderá fazer concessões à base aliada na nova versão da reforma da Previdência, mas destacou que o esforço é para que as mudanças no sistema previdenciário da União não sejam "meia sola", mas efetivas para melhorar o futuro do país.
"A política é diálogo, a pressão e concessão são coisas, atitudes, que fazem parte do relacionamento humano, ouvindo, fazendo concessões, avançando e melhorando e é exatamente esse o esforço que estamos fazendo. Por intermédio do diálogo buscar uma alternativa para o sistema previdenciário da União que não seja meia sola", disse Moreira, em agenda oficial no Rio Grande do Sul.
Mesmo com o governo tendo apresentado uma versão enxuta da reforma, aliados pressionam por mais concessões do governo a fim de aprovar o texto. Por outro lado, a equipe econômica tem avaliado, em caráter reservado, que tem pouca margem de manobra para negociar com a base para passar a reforma.
Questionado se com as mudanças o governo já tem votos para aprovar o novo texto, Moreira disse que acredita que o governo vai ter esse apoio por confiar no espírito público da Câmara dos Deputados e do Senado na votação do conjunto de reformas.
"A expectativa é que, mais uma vez, nós vamos ver que os deputados e senadores saberão votar em benefício do país", disse ele, ao defender que o governo está se mobilizando e usando a sua capacidade de convencimento para votar o texto na Câmara ainda em 2017.
"Doutor Ulysses dizia que se nós formos trabalhar em política com se, nós vamos reconstruir Paris. O se para nós é o esforço, a perserverança para aprovar a reforma este ano", afirmou.
O ministro disse, sobre o apoio do PSDB à reforma, que o Executivo está conversando com todo mundo sem discriminar ninguém. Os tucanos, principais aliados do governo Michel Temer que podem em breve desembarcar do governo, sinalizaram apoio à reforma, mas não deve fechar questão a favor do texto, o que obrigaria, sob risco de punição, os parlamentares a votarem a favor da proposta.
(Por Ricardo Brito)
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