Café: Bolsa de Nova York fecha semana com queda acumulada de quase 3% com chuvas no Brasil

Publicado em 17/11/2017 16:59

LOGO nalogo

O mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerrou a semana com queda de quase 3%, com os vencimentos saindo da casa de US$ 1,30 por libra-peso para US$ 1,25/lb. Pesou sobre as cotações da variedade as previsões de chuva no cinturão produtivo do Brasil e em ajustes. Durante a semana, fatores altistas também foram divulgados, mas sem muito reflexo.

No mercado interno, os negócios com café seguem bastante lentos diante com os preços aquém das expectativas. Os recentes feriados no país contribuíram para o cenário. (Veja mais informações abaixo)

Na sessão de hoje, o contrato dezembro/17 fechou cotado a 123,70 cents/lb com queda de 300 pontos, o março/18 registrou 127,15 cents/lb com recuo de 300 pontos. Já os lotes com vencimento para maio/18 encerraram o dia com 129,45 cents/lb e baixa de 290 pontos e o julho/18, mais distante, caiu 290 pontos, fechando a 131,80 cents/lb. É a terceira queda e a maior registrada na semana.

A previsão do tempo aponta que até quarta-feira (22) os acumulados de chuvas podem chegar a até 70 milímetros em áreas produtoras de café do Sul de Minas Gerais, maior região produtora do país, e até 50 mm na Zona da Mata, Cerrado e Sul do estado do Espírito Santo. Já em São Paulo, o risco é de tempestades nos próximos dias, com ventos fortes e até 50 mm/dia. As lavouras brasileiras estão em desenvolvimento para colheita no ano que vem.

Leia mais:
» Clima: Instabilidades voltam ao Sudeste do Brasil com boas chuvas para cinturão produtivo de SP e MG

Segundo o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville, apesar das baixas recentes, os traders acreditam em uma recuperação do mercado. "As expectativas vêm com o sentimento de safras menores em toda a América Latina, especialmente no Brasil. As exportações brasileiras estão reduzidas nesse momento, já que os produtores estão menos interessados em novas vendas nesse momento", afirma.

A consultoria Safras & Mercado estimou nesta sexta-feira que a safra 2017/18 de café do Brasil pode chegar a 50,45 milhões de sacas, ante uma previsão inicial de 51,1 milhões de sacas. O volume representa uma queda de 10% ante a colheita da temporada 2016/17. "Os problemas de granação resultaram em uma peneira mais miúda, que levou a uma quebra de renda. O Sul e o Cerrado de Minas e a Mogiana em São Paulo foram as regiões mais afetadas", disse o analista da  Safras, Gil Carlos Barabach.

Leia mais:
» Café: Safras reduz previsão de colheita do Brasil em 17/18; vê queda de 10% ante 16/17

A Volcafe, divisão suíça de café da trader ED&F Man, estimou no sábado (11) que os estoques de café do Brasil, maior produtor e exportador do grão no mundo, podem terminar a temporada 2017/18 em um mínimo de cinco anos, com 15 milhões de sacas de 60 kg. Esse dado poderia dar suporte aos preços, o que acabou não se confirmando no decorrer da semana. As informações foram reportadas pela Reuters internacional.

Sem muitos reflexos ao mercado externo, a GCA (Green Coffee Association) divulgou durante a semana que os estoques de café verde dos Estados Unidos fecharam o mês de outubro com queda de 154,706 mil sacas de 60 kg, totalizando 7,03 milhões de sacas. Essa foi a maior baixa nos estoques do país em mais de dois anos que, por consequência, atingiu os menores níveis em seis meses. O país norte-americano é o principal consumidor disparado do grão brasileiro.

As exportações brasileiras têm sido baixas nos últimos meses. O Cecafé divulgou recentemente que as exportações brasileiras em outubro foram mais de 13% maiores que a do mês anterior, totalizando 2,74 milhões de sacas e receita cambial de US$ 460,1 milhões. Mas os embarques no período foram menores do que em 2016.

"Encerramos o mês de outubro com a exportação de mais de 2,7 milhões de sacas, dando sequência ao cenário dos meses anteriores. Com isso, temos a indicação de que o fechamento do ano civil alcance em torno de 30/31 milhões de sacas exportadas, número inferior ao dos anos anteriores, como resultado da grande influência climática na cafeicultura brasileira e, consequentemente, pela menor produção de café", disse o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes.

Mercado interno

Os negócios seguiram acontecendo de forma bastante lenta durante a semana no mercado interno brasileiro com vendedores insatisfeitos com os atuais patamares de preço. Com isso, produtores preferem aguardar e voltam suas atenções às lavouras. Do outro lado, compradores também reduzem aquisições. Os recentes feriados no país, Finados no início do mês e "Proclamação da República" na quarta (15), também contribuíram para ao cenário.

O tipo cereja descascado anotou maior variação na semana em Poços de Caldas (MG) com queda de 1,64% (-R$ 8,00) no período e saca a R$ 479,00. As cidades com maior valor de negociação no período foram Espírito Santo do Pinhal (SP) (estável) e Guaxupé (MG) (-1,19%), ambas com saca a R$ 500,00.

No tipo 4/5, a maior variação na semana foi registrada em Franca (SP) com desvalorização de 2,04% (-R$ 10,00) e saca a R$ 480,00. A cidade teve o maior valor de negociação no período.

O tipo 6 duro teve maior oscilação na semana na Média Rio Grande do Sul com alta de 2,22% (R$ 10,00) com saca R$ 460,00. As cidades com maior valor de negociação no período foram Araguari (MG) (-1,06%) e Franca (SP) (- 1,06), ambas com saca cotada a R$ 465,00.

Na quinta-feira (16), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 453,72 e queda de 0,91%.

» Clique e veja as cotações completas de café

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

1 comentário

  • Ivanir Matos Espera Feliz - MG

    Deus está tendo a misericórdia de nós, mandando a chuva para nossas lavouras... agora temos de pedir a misericórdia para que Deus possa tocar no coração desses covardes que comandam as bolsas. Só Deus mesmo para ter a misericórdia dos produtores.

    1
    • Francisco Lopes Cambé - PR

      IVANIR: O CORAÇÃO DESTE POVO ESTÁ, COMO JESUS AFIRMAVA AOS APÓSTOLOS...ENDURECIDO PELA GANANCIA...ELES NÃO SABEM O SIGNIFICADO DA PALAVRA MISERICÓRDIA. CABE PRODUTOR A ESTRATÉGIA DE SEGURAR O SEU PRODUTO ATÉ QUE ALCANCE PREÇOS JUSTOS.

      2