Procafé: Dificuldades em zerar a safra de cafeeiros esqueletados

Publicado em 01/11/2017 13:10

Programar a produção de café de uma lavoura, através da poda de sua ramagem, que leva a zerar a safra em seguida, é uma prática útil para evitar colheita de safras muito baixas, antieconômicas, coincidindo apenas safras altas. Porem isso tem sido difícil, sobrando sempre frutos que causam problemas.

A poda de esqueletamento ou desponte tem sido muito usada na cafeicultura brasileira, pelas suas vantagens de promover a renovação da ramagem produtiva dos cafeeiros, com pouca perda de produção, pois as plantas se recuperam bem e 2 anos após dão uma safra alta, com isso gerando economia nos tratos e na colheita da lavoura.

Além disso, a poda de  esqueletamento, ao cortar a ramagem lateral das plantas, é uma forma de programar a safra, pois, sendo feita após uma safra alta, evita a safra baixa seguinte, voltando, novamente a produzir apenas na alta safra.

Na prática, o uso do esqueletamento tem gerado problemas ao não conseguir, em muitos casos, zerar, efetivamente, a produção de frutos nos cafeeiros. Primeiro devido a que o corte da ramagem tem sido adotado mais distante do tronco, pois assim tende a gerar uma maior safra, pela maior quantidade de novas brotações de ramos laterais, tipo de poda esta chamada de desponte. Segundo por que muitas plantas na lavoura desencontram suas safras, existindo algumas plantas que se acham em ciclos trocados, ou seja, iriam produzir bem, isso sendo muito comum em lavouras da variedade  catuai.

A pequena frutificação, que ocorre no ano seguinte ao esqueletamento, pode levar a produções de 2-5 sacas/hectare, cuja colheita seria de altíssimo custo. Assim, deixados estes frutos nas plantas, eles acabam sendo fonte para a multiplicação da broca do café.

Diante dessa situação, o que fazer, então. Uma saída seria contar com hormônios para abortar essa florada/frutificação, porem isso, no momento, não é possível. Outra saída, sempre que viável, seria cortar mais curto os ramos, com isso tornando a frutificação praticamente zerada. Outra alternativa seria colocar alguém, nem que seja por conta da produção obtida, pra colher esse pouco café, e, no caso de algumas plantas mais carregadas, salteadas na lavoura, essa colheita até compensa. Por último, caso seja verificado ataque significativo de broca, a solução seria aplicar um inseticida evitando a proliferação do inseto.

Uma ideia nova, que vem à mente, seria a de aplicar algum produto que matasse os botões ou frutinhos. Poderia ser um herbicida de contato ou uma solução salina. Porem, nesse tratamento,  a limitação existente é que os tecidos da parte reprodutiva do cafeeiro teriam sensibilidade semelhante àqueles da parte vegetativa, assim seria difícil atuar apenas sobre a reprodução, sem afetar a vegetação.

Ficam evidentes as dificuldades e existem possíveis soluções ao problema. Em cada caso deve ser adotada a melhor alternativa. O mais comum tem sido largar pra lá o pouco café produzido no primeiro ano pós-esqueletamento. Os frutos acabam caindo no chão, estes não sendo o problema maior para a broca, pois acabam apodrecendo. Os que permanecem na planta, estes sim vão constituir focos para o ataque da broca na safra seguinte.  Uma das saídas, nesse caso, seria aplicar uma pulverização inseticida contra broca mais cedo, até certo ponto preventiva, no ano de safra alta.

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J.B. Matiello e S.R. Almeida- Engs Agrs Fundação Procafé e J. de Carli – Bolsista da UNIS na Fundação Procafé

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Procafé

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