Café: Em ajustes e com chuvas no cinturão do Brasil, Bolsa de Nova York fecha sessão desta 2ª em baixa
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta segunda-feira (30) com queda próxima de 50 pontos e abaixo do patamar de US$ 1,30 por libra-peso nos principais vencimentos. O mercado passa por ajustes técnicos ante as recentes altas, mas também segue acompanhando as informações sobre o clima no Brasil, maior produtor e exportador do grão no mundo.
O contrato dezembro/17 fechou cotado a 125,90 cents/lb com queda de 70 pontos, o março/18 registrou 129,45 cents/lb com recuo de 70 pontos. Já os lotes com vencimento para maio/18 encerraram o dia com 131,85 cents/lb e queda de 70 pontos e o julho/18, mais distante, caiu 70 pontos, fechando a 134,20 cents/lb. Essa queda interrompe uma sequência de três avanços seguidos.
De acordo com informações de institutos meteorológicos, a chuva se espalhou pelas áreas produtoras de café do país no final de semana, mas com acumulados de pelo menos 35 milímetros. A previsão do tempo aponta que novas precipitações devem ser vistas no cinturão produtivo durante a semana. Há alerta de chances de granizo em regiões elevadas.
"O mercado está esperando para ver a precipitação no Brasil. As chuvas esperadas são leves e podem não ajudar muito... A maioria das áreas vai precisar de precipitações consistentes para manter o potencial de uma grande safra vivo", disse em relatório o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
Conforme relatos de produtores, que enviaram fotos e vídeos ao Notícias Agrícolas, as floradas em algumas lavouras do cinturão produtivo brasileiro estão secando diante das altas temperaturas. Mesmo com algumas chuvas nas últimas semanas, as plantações não têm resistido e o otimismo da próxima safra, com perspectivas de produção de até 60 milhões de sacas de 60 kg, vai diminuindo nos envolvidos como um todo.
"No Brasil, o clima no cinturão produtor vem melhorando, ocorrendo chuvas neste mês, mas alguns participantes entendem que as perdas nos cafezais já estão consumadas", reportou o CNC em nota no final da semana passada.
Após registrar avanço de cerca de 1% no acumulado da semana passada, as cotações do arábica no terminal externo também realizam ajustes na sessão. O mercado recua depois de três pregões seguidos no azul e quando os vencimentos mais próximos estavam próximos do patamar de US$ 1,30 por libra-peso. Patamar que não era visto mais de uma semana.
Mercado interno
Os negócios no mercado interno brasileiro seguem acontecendo de forma lenta, com preços fragilizados diante do cenário externo. Segundo analistas, os produtores vão às praças de comercialização apenas quando precisam fazer caixa. Esse cenário deve ficar ainda mais parado nos próximos dias uma vez que essa semana será mais curta para os negócios no Brasil por conta do feriado de Finados na quinta-feira (2).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Patrocínio (MG) com saca a R$ 505,00 – estável. A maior oscilação dentre as praças no dia foi registrada em Guaxupé (MG) com recuo de 0,99% e saca a R$ 500,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 470,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com queda de 1,10% e saca cotada a R$ 450,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 470,00 e queda de 1,05%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu no Oeste da Bahia (AIBA) e Média Rio Grande do Sul, ambas com queda de 1,12% e saca a R$ 450,00.
Na sexta-feira (27), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 455,06 e alta de 1,46%.
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