Café: Após três quedas seguidas, Bolsa de Nova York reage nesta 4ª feira com altas próximas de 100 pts

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta quarta-feira (25) com alta próxima de 100 pontos. O mercado testou ajustes técnicos durante a sessão após recuar por três sessões seguidas acompanhando as floradas - que são registradas nas últimas semanas no cinturão - e as recentes chuvas no Brasil. Ainda assim, os operadores no terminal externo seguem acompanhando as condições climáticas no país.

Os principais vencimentos do mercado seguem abaixo de US$ 1,30 por libra-peso. Os lotes com vencimento para dezembro/17 fecharam a sessão de hoje cotados a 124,10 cents/lb com alta de 90 pontos, o março/18 registrou 127,80 cents/lb com avanço de 85 pontos. Já o contrato maio/18 encerrou o dia com 130,30 cents/lb e valorização de 90 pontos e o julho/18, mais distante, avançou também 90 pontos, fechando a 132,95 cents/lb.

Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 4ª feira – Fonte: Investing

"Não estamos verificando vendas dos agricultores", disse um revendedor à Reuters internacional nesta quarta-feira. "É um jogo de espera para ver se os fundos podem manter ou aumentar suas posições vendidas ou se os brasileiros podem aguardar o movimento altista do mercado", disse o envolvido em referência aos ganhos da sessão de hoje influenciados pela cobertura dos fundos. Ainda assim, o clima no Brasil, maior produtor e exportador do grão, segue no radar dos operadores.

"A maioria das áreas produtoras precisará de algumas chuvas consistentes a partir de agora para manter o potencial de uma grande safra viva, pois as plantações precisam se recuperar do estresse do ano de produção baixa no ano passado", disse Jack Scoville, analista e vice-presidente da Price Futures Group. Conforme relatos de produtores, que enviaram fotos e vídeos ao Notícias Agrícolas, as floradas em algumas lavouras do cinturão produtivo brasileiro estão secando diante das altas temperaturas.

Mapas climáticos dos principais institutos meteorológicos apontam que novas chuvas devem ser registradas em áreas produtoras de café do país a partir desta quarta, com o avanço de uma frente fria. O modelo americano GFS mostra acumulados de mais de 100 milímetros no Norte do Paraná e Oeste de São Paulo, 50 milímetros na Mogiana e Sul de Minas Gerais e 30 milímetros no Cerrado, Zona da Mata e Espírito Santo, incluindo a região produtora Norte do estado.

Apesar de todo esse cenário, o mercado segue otimista, segundo Scoville. "Ideias de que a safra d o Brasil pode ser grande permanecem, mesmo com áreas de café permanecem bastante secas. Lavouras permanecem estressadas e há preocupações de que as flores passam ser abortadas", afirma o analista.

A corretora internacional Marex Spectron, inclusive, estimou que o mercad global de café verá uma queda menor na oferta na safra 2017/18 devido à produção mais forte no Vietnã e Honduras. A estimativa de déficit recuou de 4,4 milhões de sacas para 2,2 milhões, com produção mundial de 155,3 milhões de sacas. "As chuvas foram abundantes no Vietnã e os preços altos, e isso deve garantir uma safra vietnamita em recorde ou perto disso", afirmou Marex em sua atualização no mercado de outubro.

Mercado interno

Diante da fragilidade dos preços internos nos últimos dias e mesmo a alta de hoje - que não puxou muito as cotações nas praças brasileiras - os produtores seguem distantes dos negócios e só vão às praças de comercialização para fazer caixa. "As negociações seguem em ritmo lento, devido ao recuo de agentes, que estão à espera das chuvas", disse em nota o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) (estável) e Patrocínio (MG) (estável), ambas com saca a R$ 500,00. A maior oscilação dentre as praças no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG) com alta de 0,21% e saca a R$ 473,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 470,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu Poços de Caldas (MG) com alta de 0,22% e saca cotada a R$ 463,00.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 460,00 – estável. A maior oscilação no dia entre praças no dia ocorreu em Guaxupé (MG) com alta de 0,67% e saca cotada a R$ 448,00.

Na terça-feira (24), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 443,15 e queda de 0,16%.

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