Café: Bolsa de Nova York encerra semana com queda acumulada próxima de 1% com previsão de novas chuvas

Entre altas e baixas, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a semana com queda próxima de 1% e com os dois primeiros vencimentos abaixo de US$ 1,30 por libra-peso. O mercado acompanhou durante toda a semana a florada no cinturão produtivo do Brasil para a safra 2018/19 e as dúvidas sobre o abastecimento global, mas também passou por ajustes técnicos e os operadores seguem de olho nos mapas meteorológicos.

No mercado interno, os preços tiveram poucas mudanças e a paradeira segue grande nas praças de comercialização espalhadas pelo país. (Veja mais informações abaixo)

Na sessão de hoje, o contrato dezembro/17 fechou cotado a 125,25 cents/lb com queda de 160 pontos, o março/18 registrou 129,00 cents/lb com recuo de 160 pontos. Já os lotes com vencimento para maio/18 encerraram o dia com 131,45 cents/lb e baixa de 160 pontos e o julho/18, mais distante, caiu 155 pontos, fechando a 133,85 cents/lb. Essa foi a segunda sessão no vermelho no mercado durante a semana.

As cotações da variedade recuaram nesta sexta acompanhando a previsão de chuvas no cinturão produtivo do Brasil, amenizando novamente as preocupações com a safra 2018/19 de café do Brasil. O câmbio também contribuiu para as baixas. "Esperamos mais algumas chuvas neste fim de semana e na segunda-feira", disse Carlos Mera, analista sênior de commodities do Rabobank para a Reuters internacional.

Ainda assim, o analista internacional ressaltou as dúvidas com essas precipitações. "Ainda é um ponto de interrogação se elas serão o suficiente para apoiar o desenvolvimento das flores", disse Mera. Durante toda a semana, poucas chuvas foram registradas em todo o cinturão brasileiro, que está em plena florada. As belas fotos das plantações chegaram a pressionar as cotações por certo período. Ajustes também foram vistos nos últimos dias.

Mapas climáticos apontam instabilidades em praticamente todo o cinturão produtivo do país no início da próxima semana. "As chuvas nas áreas de café devem proporcionar algum alívio e dar apoio à floração do café, mas muito mais chuvas ainda são necessárias", disse o MDA Information Systems em relatório. As informações são da Reuters.

Segundo o analista de mercado da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach, os operadores internacionais ainda trabalham em um cenário de que o Brasil irá produzir 60 milhões de sacas no próximo ano. Qualquer sinal que apresente ameaça para essa produção, o que será observado ao longo dos meses de novembro e dezembro, poderá mudar o jogo do mercado.

Barabach acredita que existe espaço para as cotações subirem. Com isso, a estratégia do produtor de trabalhar de uma forma contida no momento em que o mercado está se alinhando é correta, na avaliação do analista. Os cafeicultores que estão necessitando fazer caixa podem vender o café de menor qualidade e esperar a valorização para vender o de maior qualidade.

Mercado interno

A semana foi marcada por negócios isolados nas praças de comercialização do mercado físico brasileiro. Os preços não melhoram como esperam os produtores. "Com a florada aberta em grande parte das principais regiões produtoras de arábica do Brasil e a consequente sinalização de aumento na produção, os preços internos e externos têm recuado com força", disse o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).

O tipo cereja descascado anotou maior variação na semana Poços de Caldas (MG) com alta de 1,08% (R$ 5,00) no período e saca a R$ 468,00. Espírito Santo do Pinhal (SP) (estável) e Franca (SP) (estável), ambas com saca a R$ 500,00 tiveram o maior valor de negociação.

No tipo 4/5, a maior variação na semana foi registrada em Varginha (MG) com desvalorização de 2,15% (-R$ 10,00) e saca a R$ 455,00. A cidade de Franca (SP) teve o maior valor de negociação dentre as praças verificadas no período com saca a R$ 470,00 e estabilidade.

O tipo 6 duro teve maior oscilação na semana em Guaxupé (MG) com alta de 2,33% (R$ 10,00) e saca R$ 440,00. A cidade com maior valor de negociação dentre as praças verificadas no período foi Araguari (MG) com saca a R$ 460,00 e estabilidade.

Na quinta-feira (19), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 445,65 e alta de 1,25%.

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