JBS dá férias coletivas em Redenção (PA) e @ já cai R$ 2,00; Marabá para na segunda (23)

Publicado em 19/10/2017 10:03
Com frigos escalados, negócios no MS caem até R$ 8 pela @ com a saída da JBS

Em meio à confusão causada pelas plantas que paralisou no Mato Grosso do Sul, após a Justiça bloquear seus recursos em bancos por conta de dívidas tributárias no estado, a JBS dá férias coletivas desde ontem (18) na unidade de Redenção e já anunciou que a de Marabá também a partir de segunda (23), ambas no Pará.

Hoje a arroba em Redenção caiu mais R$ 2,00, fechando em R$ 133,00, com o anúncio da parada da JBS local.

Em nota, o grupo avisa a paralisação temporária por 20 dias nas duas plantas alegando baixa disponibilidade de matéria-prima na região em função da forte seca e queimadas nesta época do ano”. A nota termina com o grupo garantindo a volta à normalidade após esse período.

O mercado local confirma a falta de boi, mas teme pela pressão maior agora das outras empresas. “De Marabá para baixo morre entre 6,5 e 7 mil bois por dia, com 50% da JBS; sem ela comprando, vai regular das escalas dos demais”, explicou o consultor Jordan Timo Carvalho, que atende pecuarista e também unidades frigoríficas na região.

 “E virá mais queda, porque estavam escalando para três dias, carregando no final de semana para abater na segunda”, disse Timo Carvalho.

Nota Oficlal da JBS:

“A JBS informa que os colaboradores da unidade de Redenção/PA estão em férias coletivas programadas de 20 dias desde a última quarta-feira (18/10) e, na planta de Marabá/PA, a partir de segunda-feira (23/10), pelo mesmo período. O motivo para a concessão destas férias é a baixa disponibilidade de matéria-prima na região em função da forte seca e queimadas nesta época do ano. Após esse período as atividades serão retomadas normalmente”.

 

 

Com frigos escalados, negócios no MS caem até R$ 8 pela @ com a saída da JBS

O quadro no Mato Grosso do Sul segue indefinido em relação ao fluxo de boi das fazendas para os frigoríficos concorrentes da JBS, depois que o grupo anunciou a saída das compras após a Justiça reter R$ 730 milhões por dívidas tributárias estaduais. O mercado parou depois que a decisão foi conhecida, na terça à tarde, e ontem depois do almoço alguns voltaram a comprar, mesmo com escalas prontas, situação que segue nesta manhã de quinta (19).

Túlio Denari, de Sidrolândia, viu negócios perderem R$ 8,00 na arroba, com lotes fechados a R$ 130,00 à vista. “Se a JBS tinha escalas até para 10 dias fechadas, com a saída sobrou boi que os médios e pequenos frigoríficos acabaram absorvendo a preços menores”, confirmou Denari. O grupo dos irmão Batistas estavam bancando a arroba em R$ 142,00 a prazo.

Questão de oportunidade, disse Leonardo de Barros, outro pecuarista, de Campo Grande. Segundo ele, as médias e pequenas plantas que estão comprando estavam com escalas fechadas, para até mais de 10 dias, mas com os vendedores “feito loucos batendo nas portas”, naturalmente que acabam ganhando na barganha.

Para Barros, que trabalha também com gado orgânico, precificado com um plus sobre a arroba – “portanto sou obrigado a acompanhar a situação como um todo” – o momento requer calma e deverá ser resolvido rapidamente. E se não for resolvida a questão da JBS, somente na semana que vem ficará claro como deverá ser a pressão nos preços, já que todos deverão voltar ao mercado para abrir novas escalas.

Janes Bernardino Lírio, de Bandeirantes, tem 80 boi prontos, mas não vai negociar por enquanto por uma arroba que vinha em média de R$ 136,00. “Vão querer me espremer mesmo”, opinou, reforçando que consegue manter seu gado na boca de furna (região de serra com terras férteis que descem para o Pantanal), “descansando”.

Na Associação do Novilho Precoce, o superintendente Klauss Machereth também concorda com Leonardo Martins, dizendo que a situação ficará clara quando os frigoríficos abrirem as escalas para valer. “Claro, vai ter pressão, mas com todos comprando as negociações não ficarão tão desvantajosas para os produtores”, explicou.

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Tags:
Por:
Giovanni Lorenzon
Fonte:
Notícias Agrícolas

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2 comentários

  • Vilson Ambrozi Chapadinha - MA

    Seguindo a ordem dos escolhidos do capeta ......Ike Batista ....Joesley Batista... eram favas contadas .Tinham data pra acabar.

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  • Marcelo De Baco Viamão - RS

    Bom dia! Estas notícias de paralisação, do grupo JBS, demonstram a fragilidade dos negócios no Brasil. De um lado a fragilidade da sociedade, dos empregados, dos fornecedores e do Estado. O pensamento vaga entre o uso de uma oportunidade de fechar unidades já em declínio, permissão da concentração de atividade pelo CADE e uma forma de fazer pressão política pela situação em que se encontram os sócios controladores do grupo.

    De qualquer forma, certo ou errado, alguma lição deveria se tirar desta situação, pois lá no final das contas o produtor rural, pecuarista, confinador ou mesmo o integrado perde.

    Poderiamos dizer que perder faz parte de qualquer negócio, porém a segurança alimentar só será garantida com o esforço de quem produz alimentos, em algum momento a sociedade pagará por descuidar do setor.

    Politicamente podemos escutar que muito foi feito e que fulano ou a bancada tal fez isto ou aquilo, PORÉM QUERO DEIXAR CLARO, mesmo existindo opiniões contrárias, os "eleitos" estão fazendo o que são pagos para fazer, ao menos os honestos... A final, a sociedade não pode mais ficar bajulando e estendendo homenagens às pessoas que estão lá para fazer exatamente o seu papel, nem MAIS nem MENOS. Assim os setores sensíveis da produção poderiam ter algum tipo de salvaguarda, evitando que um único grupo econômico pusesse em risco todo o setor de carnes, de milho e todos os insumos para ração.

    A única variável não controlável é a seca!

    O tema é longo necessita de avaliações, mas está na hora de tornar mais diluído o mercado, mesmo em outros setores em que, aparentemente, a concentração não representa risco.

    Bom final de semana!

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