Café: Chuva de granizo atinge lavouras do Sul de Minas Gerais no fim de semana com prejuízos
Uma chuva de granizo no último domingo (15) afetou lavouras de cafeicultores de alguns municípios de Minas Gerais. Em Campos Gerais (MG), por exemplo, 400 produtores foram afetados, segundo o site regional do G1, no Sul de Minas. Boa Esperança (MG), Poço Fundo (MG) e Santana da Vargem (MG) também foram afetadas. Ninguém ficou ferido.
Os cafezais do estado, que é o maior produtor do grão no país, estão em beneficiamento, com floradas, para a produção na safra 2018/19.
O Sindicato dos Produtores Rurais de Campos Gerais (MG) reportou que as chuvas duraram 40 minutos em sua região de abrangência, com pedras grandes, principalmente no bairro Boa Vista dos Campos. Os prejuízos ainda estão sendo quantificados e poucos produtores da região possuem seguro de suas plantações.
Veja imagens da chuva de granizo no Sul de Minas no fim de semana:
Café: Safra grande diminuindo de tamanho, por RODRIGO COSTA (Archer)
O constante swing nas apostas sobre o incremento dos juros nos Estados Unidos em dezembro tem limitado os ganhos do índice do dólar e estimulado a compra de ativos de risco.
As bolsas neste cenário continuam subindo e o índice das commodities deu um salto na sexta-feira para o mais alto nível desde o final de maio.
Entre os componentes do CRB cinco matérias-primas cederam nos últimos cinco dias: o suco de laranja, o café, o algodão, o alumínio e o trigo.
O contrato “C” na segunda e terça-feira subiu, refletindo uma expectativa de cobertura dos fundos, mas a alta não foi mantida e na quarta-feira o tombo foi feio, deixando um “gap” na abertura e encerrando com perdas de US$ 4.35 centavos por libra-peso.
Londres fez um movimento similar, mas teve força para voltar acima da média-móvel de vinte dias, diferente de Nova Iorque, e a arbitragem estreitou para os US$ 35 centavos por libra de novo.
Fotos e vídeos de floradas no cinturão produtor brasileiro inundaram os e-mails dando aos especuladores o motivo que precisavam para pressionar as cotações. Prognósticos do retorno da chuva duvidosos, até o meio da semana, não intimidaram os vendedores, levando o mercado a testar os níveis da primeira semana de outubro.
Se o fluxo no físico estava esboçando uma tímida melhora, a queda do terminal serviu para desencorajar vendedores que começaram mais cedo a celebrar o feriado nacional brasileiro, emendados por muitos e fazendo da semana mais curta ainda.
A percepção de uma safra recorde em 2018/2019, muito acima de 60 milhões de sacas que muitos consideravam até antes do começo da colheita atual, está mudando gradativamente. Menos em função das chuvas terem chegado em outubro, o que é historicamente normal, e mais pelas temperaturas mais quentes em março e abril e dias seguidamente frios em julho e agosto.
O Coffee Dinner na Suíça serviu como um fórum onde produtores e exportadores compartilharam estas informações sobre as temperaturas nos cafezais, sendo uma explicação racionalmente mais convincente aos céticos de plantão do que a análise da “seca” que não estava sendo considerada razoável.
Parece que o sentimento tem se ajustado para uma percepção de que no máximo a safra do arábica do ano que vem repete a do ano passado. Aqui valem duas observações. A primeira é de que o volume total da produção de 18/19 pode de fato não ficar acima de 60 milhões de sacas, salvo uma surpresa positiva do conilon depois das belíssimas floradas. A segunda é de que a safra do ano passado, dados os estoques de passagem maior do que imaginados, pode ter sido maior e, portanto, sofrer uma revisão para cima.
O fato é que se os preços apontavam para fazer novas mínimas quando o Real estava negociando acima de 3.30 e as árvores estavam vestidíssimas, agora podemos eventualmente não ver Nova Iorque abaixo de US$ 120.00 centavos por libra.
A temporada agitada de tempestades e furacões também pode ter causado algumas perdas na América Central, como sugerido por uma importante Trading House em seu último relatório semanal. Não que o volume seja significativo o suficiente para causar um rally forte, mas se adicionarmos estes ingredientes que reconsideram uma superprodução juntamente com o dólar americano patinando em ganhar força, podemos ter argumentos suficientes para ao menos levantar o nível de suporte aos preços da bolsa.
O mercado consumidor está ainda relativamente confortável com os estoques lá fora não caindo muito. Por outro lado, as exportações brasileiras que foram de 2.3 milhões de sacas em setembro, bem abaixo das 3 milhões do ano passado, podem ajudar a diminuir a “abundância” do pipeline, ajustando o sentimento e forçando compradores a pagar os “caros” diferenciais brasileiros.
O posicionamento dos traders também tem nos dado sinais de estarmos perto de uma recuperação dos preços. Os fundos em uma semana adicionaram 3 mil lotes em suas posições vendidas com o mercado subindo US$ 5.55 centavos no período. Com o aumento do número de contratos em aberto os mesmos fundos devem estar ao menos uns 6 mil lotes ainda mais vendidos, uma mola pressionada que pode desencadear uma cobertura de posições com uma subida acima de US$ 133 centavos por libra.
Os comerciais estão aproveitando para comprar o “flat-price” pois no fim imaginam que ficar fixado nestes níveis em um cenário que as surpresas podem ser mais positivas para os preços do que negativa não é uma má-idéia. Melhor ainda seria ver a bolsa subir e proporcionar diferenciais mais baratos, mas para isso teríamos que ver Nova Iorque pelo menos acima de US$ 140.00 centavos.
Não dá para ganhar dos dois lados, convenhamos.
A entrada da safra dos suaves neste momento não deve trazer vendas suficientemente grandes para abafar uma eventual compra dos fundos, e os produtores brasileiros mantem a estratégia de segurar seus melhores grãos para provavelmente só voltar a vende-los em volume com o preço os ajudando, ou, no pior dos cenários um pouco antes da colheita do próximo ano.
Sazonalmente o mercado deveria cair mais, entretanto em novembro do ano passado o mercado foi contra a sazonalidade.
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Uma ótima semana e bons negócios a todos,
Rodrigo Costa*
*Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting
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