Instituto Pensar Agro rebate texto de Miriam Leitão publicado pelo O Globo
O agronegócio brasileiro entende o século XXI.
Vejamos:
1- O Brasil tem 30,2% do seu território protegido por reservavas ambientais e 14% em terras indígenas. Mais 10% em assentamentos. Resta, então, 45,8% de todo o território nacional para as atividades urbanas e rurais;
2- Recente estudo da Embrapa mostra que o percentual de vegetação preservada nos imóveis rurais é de 20,5%, enquanto nas unidades de conservação, terras indígenas e terras devolutas ou não cadastradas, tem 13,1%, 13,8% e 18,9%, respectivamente. Portanto, os agricultores preservam mais vegetação nativa no interior de seus imóveis (20,5% do Brasil), sem nenhum ônus para a sociedade, do que todas as terras indígenas juntas (13,8%);
3- A pressão por arrendamentos de terras relatada no texto já existe por parte de atividades ilegais e deve ser combatida por força policial e de fiscalização. O ônus não é do setor, mas da falta de estrutura do Estado para garantir a aplicação da Lei;
4- Mais do que isso, várias comunidades arrendam suas terras porque não têm dinheiro e nem sustento da própria terra. Mais do que isso, com conhecimento da Fundação nacional do Índio. O que fazer com essas famílias indígenas que desejam plantar e ter renda? A partir do discurso de que o índio deve manter suas tradições, o que temos visto é falta de apoio para integração dos povos às tecnologias do século XXI;
5- De fato, existem apenas uma agricultura no Brasil: a que fica dentro da porteira. A moderna agricultura tropical, de porte tecnológico nacional, é aquela que utiliza agricultura de precisão e técnicas sustentáveis como a integração lavoura pecuária, plantio direto, alta mecanização e muita tecnologia. Esta agricultura competitiva, dentro da porteira, é a que alcança altos índices de produtividade. Os produtores rurais brasileiros venceram a estática política brasileira para buscar tecnologia fora do país e garantir sua competitividade lá fora;
6- A regulamentação de qualquer atividade seja ela indígena ou quilombola ou de qualquer outro contexto social, deve passar pela sustentabilidade e, mais ainda, pela legalidade e debate junto da sociedade, responsável pela manutenção do atual processo. Portanto, quando se evita um debate ou o “demoniza” sem antes ouvir as partes envolvidas no processo, não se trata de democracia. Os índios precisam mesmo ficar sob a tutela do estado a vida inteira?
7- Um ou outro caso que fuja dessa regra não confirma coisa alguma, porque em sua maioria as áreas ocupadas por indígenas, e demarcadas, estão entre as mais preservadas”, não é fato, conforme comprova estudo da Embrapa;
8- Os indígenas têm direito de dizer o que eles querem. Arrendar, produzir, garimpar ou emplorar o turismo. São atividades previstas na legislação de qualquer país e para que seja regulamentada, não precisa oferecer risco ao meio ambiente;
9- Cabe ressaltar que produtores rurais não são “grileiros endinheirados” como dito no seu comentário. São brasileiros, honestos, que lutam todos os dias para garantir sua produção dentro da legalidade, respeitando e preservando o meio ambiente (Embrapa, 2017) e enfrentando todas as dificuldades impostas pela ineficácia da União quando o assunto é competitividade e exportação. Demonizar o agricultor não é profissionalmente correto para uma jornalista de sua capilaridade e superficialmente reverbera o discurso de produtores norte-americanos, conforme o estudo de Shari Friedman, “Farms here, Forests There”. Para o próximo comentário, vale a pena ler! https://assets.usw.org/our-union/pulp-paper-forestry/farms-here-forests-there-report-5-26-10.pdf
10- A proposta de parcerias entre produtores rurais e indígenas venceria outra barreira: a tecnológica, do qual eles não tem acesso e não tem apoio do Estado para conseguir. Pode ajudar a tirar centenas de crianças indígenas da desnutrição, por exemplo, causada pela escassez de alimentos. Em 2016, 735 crianças, menores de cinco anos, morreram em terras indígenas por falta de assistência ou desnutrição grave, segundo o Ministério da Saúde;
11- Dar condição de vida, de acordo com a Lei, a partir de uma regulamentação para evitar que o mercado ilegal tome conta é uma das soluções discutidas. Fala-se em preservar a cultura, mas o que acontece na ponta não tem o filtro do poder público e falta fiscalização e aplicação da Lei para combater a grilagem. Além da desnutrição e falta de assistência, muitos índios dependem de cestas básicas para sobreviver por falta de acesso às informações necessária para o desenvolvimento de sua própria agricultura, segundo aponta relatório da Pastoral da Criança (2015);
12- Espantoso é verificar a falta de espaço para um debate tão importante para a história do nosso país. A produção de alimentos já é feita com alta tecnologia, respeito às leis trabalhistas, compromisso com o meio ambiente, cumprimento das normas sanitárias, rastreabilidade. Mas a imprensa não tem interesse em checar, em verificar e ver como o processo acontece antes de emitir opinião;
13- Sobre a operação carne fraca, não é tema de política, mas de polícia. E este é o trabalho da FPA: garantir que políticas sustentáveis sejam definidas e estimuladas para o desenvolvimento do agronegócio do país, sem preconceitos de colonização e demais assuntos que não pertinentes ao debate democrático. O agronegócio já está no século XXI e aguarda a chegada do núcleo urbano e a chegada de jornalistas que queiram entender a evolução do campo, sem olhar para trás, sem a visão bucólica do campo;
Leia o artigo " O campo e o tempo", de MIRIAM LEITÃO, publicado pelo jornal O GLOBO no último dia 08/10
Agro puxa retomada do crescimento econômico brasileiro (no blog Ambiente Inteiro)
O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou a previsão de crescimento para o Brasil de 2017, de 0,3%, feita em julho, para 0,7%, um dos maiores aumentos feitos pela instituição nas projeções macroeconômicas para diversas nações nos últimos três meses. O FMI também subiu a estimativa para o PIB do País para 2018, de 1,3% para 1,5%. Segundo o Fundo, a safra recorde desse ciclo tem papel importe na revisão das projeções de crescimento.
Os indicadores foram divulgados no documento Perspectiva Econômica Mundial, cujo título é "Buscando crescimento sustentável: recuperação de curto prazo, desafios de longo prazo." Em abril, o relatório projetou uma expansão do PIB de 0,2% para 2017 e um incremento de 1,7% para o próximo ano. Contudo, em julho o Fundo reduziu a previsão relativa a 2018 para 1,3%.
Na avaliação do Fundo, o Brasil está em processo de recuperação de uma das mais profundas recessões enfrentadas pelo País e estima que no quarto trimestre deste ano o Produto Interno Bruto apresentará uma alta de 1,9% em termos anualizados, ante o mesmo trimestre de 2016, superior ao 1,5% previstos em julho. Para o período entre outubro e dezembro de 2018, o PIB deve avançar 1,8% em comparação aos mesmos três meses de 2017, também na mesma base de comparação anualizada, pouco acima da estimativa de 1,7% feita há três meses.
"No Brasil, forte desempenho das exportações e redução do ritmo de contração da demanda doméstica permitiram a economia a retornar ao crescimento no primeiro trimestre de 2017, depois de oito trimestres de declínio", apontou o FMI.
Segundo o Fundo, uma elevação da produção de grãos e reforço do consumo, que contou com a colaboração da retirada de recursos de contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), levaram a uma alta da projeção do PIB de 2017 de 0,5 ponto porcentual em relação à previsão divulgada pelo relatório Perspectiva Econômica Mundial de abril, quando estimou alta de 0,2% para este ano.
Mas o FMI destaca que a continuidade de fracos investimentos e elevação de incertezas na área política e de medidas econômicas fizeram com que a instituição multilateral ainda mantenha a previsão do PIB para o próximo ano 0,2 ponto porcentual abaixo do estimado em abril.
No entanto, o Fundo Monetário Internacional destaca que mudanças estruturais nas contas públicas ajudarão a fortalecer o crescimento do País alguns anos à frente. "A gradual recuperação de confiança - com a implementação ao longo do tempo de reformas fundamentais para assegurar a sustentabilidade fiscal - é projetada para elevar o crescimento para 2% no médio prazo."
De acordo com o FMI, a inflação no Brasil está baixando mais rápido do que o previsto pela instituição em abril, devido a efeitos mais fortes provocados pelo hiato do produto, apreciação da moeda e favoráveis choques de ofertas de alimentos que reduziram os preços de tais mercadorias. O FMI projeta que o IPCA deverá subir 3,7% em 2017, abaixo dos 4,4% previstos há seis meses. Tal redução da estimativa está sendo influenciada pelo "alto excesso de capacidade na economia depois de dois anos de recessão."
Para 2018, o Fundo Monetário Internacional também diminuiu sua estimativa para inflação, pois prevê agora uma alta de 4,0%, inferior aos 4,3% divulgados no documento Perspectiva Econômica Mundial de abril. Segundo a instituição, a desinflação tem sido mais rápida do que o esperado no Brasil, o que também ocorreu na Índia e Rússia, e permitiu que o Banco Central adotasse um ciclo de redução de juros.
Quanto ao déficit de transações correntes, o FMI elevou levemente suas projeções para este ano e para o próximo. Tal resultado negativo das contas internacionais do País, como proporção do PIB, subiu de 1,3% para 1,4% em 2017. E para 2018, o número aumentou de 1,7% para 1,8%.
Fiscal
O FMI ressalta que reformas fiscais, sobretudo a da Previdência Social, são essenciais para o bom desempenho do nível de atividade no longo prazo. "No Brasil, atacar despesas insustentáveis, através inclusive da reforma da Previdência Social, tem importância de primeira ordem para restaurar nível de confiança mais forte e promover expansão sustentável de investimentos privados", destaca. "Para uma recuperação da economia mais rápida do que o esperado, mais ajustes fiscais antes do previsto pelo Orçamento poderiam ser justificados."
De acordo com o Fundo Monetário Internacional, os esforços do Poder Executivo para tornar projetos de infraestrutura mais atraentes para o setor privado, com "melhora de padrões de governança e desenho de programas" podem ajudar a aliviar gargalos relevantes de oferta e atender a elevação recente da demanda.
O FMI destacou que vários países emergentes têm espaço para melhorar o clima de negócios e investimentos e citou o Brasil entre eles. "Ações decisivas para fortalecer a governança e o estado de direito ajudariam a controlar a corrupção, intensificando a confiança empresarial e oferecendo um reforço em investimentos para alguns países (por exemplo, Brasil, México, Peru)."
O Fundo também aponta que o Brasil, China e Índia podem elevar a produtividade da economia, "com a redução de tarifas e barreiras não tarifárias do comércio internacional".
(Blog Ambiente Inteiro)
3 comentários
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Adroaldo Migliavacca Porto Alegr - RS
Excelentes contrapontos expostos. Esta jornalista de vez em quando emite opiniões absurdas de traz de sua mesinha. Vá que ela tenha tido uma lesão cerebral no passado......
Essa jornalista só tem credibilidade entre os artistas e ONGS.
A Miriam Leitão (que é um sobrenome bem Agro) é uma Jornalista de Opinião. Que só tem no Brasil, e eram utilizados pelo PTismo para emitir opinões desfaforáveis aos empreendedores bem sucedidos, honestos e trabalhadores. Demos a ela um dindim, botas Sete Léguas, facão, fumo e farinha, e umas garrafas de Pinga, pra ela percorrer as Reservas da FUNAI. Pode levar o Lula junto, mas tem que triplicar a carga de cachaça.
Não faz isso, não... Pode surgir um novo grupo de dissidentes indegenistas X sem terra; para complicar um pouco mais.
José Luiz Lazaron Itanhangá - MT
Mírians Leitão e ecologista de escrivaninha, aposto q a mesa q ela usa pra escrever seus textos deve ser de extração de madeira ilegal....pobre escrivaninha......
Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC
Sendo sincero, gostei da reação do Instituto Pensar Agro. Mas não pude deixar de pensar que a resposta foi fraca, em alguns momentos direcionada à uma jornalista que participou e foi integrante de grupos revolucionários na década de 60. O autor do texto bem que podia ter dado uma resposta à sociedade sobre as afirmações de Miriam Leitão. Falar a quem é ideologicamente comprometido não é eficaz, para utilizar um termo do texto. O que o pessoal do Pensar Agro não entende é que as politicas federais não são ineficazes, são sim muito eficazes para o propósito que possuem de fato. O estudo da Embrapa foi subutilizado, ele pode ser utilizado como um martelo, ou melhor como um porrete contra a argumentação falsa da esquerda brasileira. E em um país onde tudo é regulamentado pelo Estado, pedir mais fiscalização é fortalecer justamente o discurso que se pretende combater. Quero deixar claro aqui que faço essas criticas na esperança de que o Instituto continue com as refutações das falsidades distribuidas a granel pela grande midia e que reconheço a ação como um começo de construção de um discurso coerente e realista que combata a ideologia esquerdista e defenda o setor privado ruralista das sanhas de setores partidários demagógicos e populistas.
Nosso comentarista / torcedor reconhece o ``começo de construção de um discurso coerente e realista que combata a ideologia esquerdista e defenda o setor privado ruralista das sanhas de setores partidários demagógicos e populistas.´´... Mas sugere : ``martelo e porrete´´... Não nos surpreende mais... cérebro, pra quê???
Que tal compreender uma ironia relacionada a Nietzche?