Café: Bolsa de Nova York fecha com leve alta nesta 3ª, mas completa quarta valorização seguida
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam em alta pela quarta sessão seguida nesta terça-feira (10). O mercado ainda tem suporte técnico e acompanha as previsões climáticas de retorno do tempo seco no Brasil. Com essas quedas seguidas, os principais vencimentos voltaram a ficar acima de US$ 1,30/lb, mas pouco contribuíram para aumento dos preços no Brasil.
O contrato dezembro/17 fechou a sessão de hoje cotado a 131,00 cents/lb e alta de 5 pontos, o março/18 registrou 134,70 cents/lb com avanço de 10 pontos. Já o vencimento maio/18 encerrou o dia com 137,05 cents/lb e valorização de 5 pontos e o julho/18, mais distante, subiu 5 pontos, fechando a 139,40 cents/lb. Essa é a quarta sessão seguida de alta no mercado do grão.
Os preços do café arábica chegaram a recuar durante o dia depois de dias seguidos de alta. Os operadores dizem que as preocupações sobre a safra brasileira haviam sido precificadas pelo mercado, embora a chuva ainda fosse necessária para garantir a polinização. As informações são da agência de notícias Reuters.
O mercado, no entanto, acabou anotando leve alta no fim dos trabalhos em ajustes técnicos depois de chegar as mínimas de três meses e ficar abaixo de US$ 1,25/lb nos últimos dias, mas o clima no Brasil também impactou as cotações. Segundo previsões climáticas, os próximos dias devem ser de calor intenso e poucas chuvas nas áreas produtoras do Brasil.
A principal florada da safra 2018/19 já pode ser vista em importantes regiões produtoras de café do Brasil, como o Cerrado Mineiro e municípios como Rio Paranaíba, Araguari e Monte Carmelo. Ainda não são todas as lavouras que têm essa condição, mas nos próximos dias o cenário deve ser mais uniforme, segundo relatos dos produtores. Apesar das belas imagens enviadas pelos cafeicultores ao Notícias Agrícolas e postadas em redes sociais, uma produção excepcional está descartada, segundo envolvidos do mercado.
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Para o analista de mercado do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes, os operadores até podem tem acompanhado as informações sobre a florada no Brasil e como elas podem gerar ou não produção na próxima safra. "Lá fora, eles vendo essas fotografias também e acham que tudo está resolvido e isso ajuda os preços a ficarem seguros, mas ao mesmo tempo eles operam em cima do curto prazo. A última coisa que falam é em mercado físico", disse.
De acordo com dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), a exportação de café do Brasil totalizou 2,29 milhões de sacas de 60 kg em setembro, com receita cambial alcançando US$ 381,4 milhões, resultando no preço médio de US$ 165,89. Uma queda de 12,9% em relação ao volume do mês anterior e recuo de 25% ante o mesmo período de 2016. No acumulado do ano civil (janeiro a setembro de 2017), o país já exportou mais de 21,9 milhões de sacas.
"Na comparação com o mês anterior, a retração foi de 12%. No paralelo com o mesmo período do ano passado foi de 25%. Atribuímos dois fatores para esse movimento: reflexo da menor safra e a resistência dos produtores em vender o café. Com esse resultado, é muito instável prever qualquer movimento daqui pra frente, afinal, setembro sempre foi considerado um mês forte, com bons resultados", disse Nelson Carvalhaes, presidente do Cecafé.
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Mercado interno
Poucos negócios são registrados nas praças de comercialização do Brasil diante dos preços fragilizados com as quedas externas recentes por conta das melhores condições climáticas para as lavouras no Brasil. Essas altas nos últimos dias não motivaram muitas oscilações positivas no mercado físico.
"O produtor de café nesses preços atuais vai vendendo para pagar a conta", afirma Eduardo Carvalhaes.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 510,00 – estável. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Guaxupé (MG) com queda de 1,00% e saca a R$ 495,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 480,00 – estável. As praças de comercialização não tiveram oscilação para o tipo no dia.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) (estável) e Franca (SP) (estável), ambas com saca a R$ 470,00. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Guaxupé (MG) com queda de 1,11% e saca cotada a R$ 445,00.
Na segunda-feira (9), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 454,28 e alta de 1,28%.
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