China dá tom de incerteza aos preços dos fertilizantes

Publicado em 10/10/2017 10:59
Apesar da demanda reduzida no mercado internacional, produção chinesa ainda gera dúvida e pode dar suporte às cotações

Os preços dos fertilizantes no mercado internacional iniciaram uma tendência de alta nas últimas semanas do terceiro trimestre. Todavia, com a redução sazonal da demanda no quarto trimestre e ampliação da capacidade produtiva, é possível que um teto tenha sido atingido.

“O 4º trimestre contará com produto de duas novas unidades produtoras: na Arábia Saudita, a planta de Wa’ad Al Shamal, joint venture da Ma’aden, Sabic e Mosaic, está operacional e exportando cargas desde agosto e deverá incrementar sua produção durante os próximos meses”, avalia o analista de Mercado da INTL FCStone, Fábio Rezende. Em breve também deve haver a inauguração da quarta expansão do centro de fosfatados de Jorf Lasfar, da OCP no Marrocos. Juntas, as duas unidades adicionarão 4 mi t de fosfatados por ano de capacidade.

Apesar disso, dúvida em relação à produção chinesa continua a oferecer certo suporte às cotações. Ainda assim, o analista Rezende pondera: “para os nitrogenados não se deve esperar um retorno aos valores praticados no início do trimestre passado”.

No caso da Europa, por exemplo, o mercado se encontra bem suprido e compras externas devem somar volumes dentro ou abaixo do normal. O mesmo pode ser esperado para os Estados Unidos, que ampliou significativamente sua capacidade produtiva doméstica de nitrogenados nos últimos 12 meses e que deve reduzir a área plantada do cereal.

A Índia, por outro lado, deverá ser a protagonista do mercado nos próximos três meses, realizando mais concorrências para importação de ureia. O Brasil também pode ter um papel chave na demanda, especialmente no final do trimestre, com compras para a safrinha de milho.

Para os fosfatados, a conjuntura é de escassez de produto. Parte disso está relacionado com os danos causados à produção da Florida pelo furacão Irma, estimado em 400 mil t pela Mosaic. “Contudo, o principal fator, novamente, é a baixa oferta chinesa, onde um consórcio de produtores tem regulado a quantidade disponibilizada para exportação, frente aos baixos preços e expectativas de boa demanda doméstica”, explica, em relatório da INTL FCStone.

Grandes importadores de fosfatados, como a Índia e o Brasil, após atingirem o pico de suas compras no final do 3º trimestre, reduzem suas procuras a partir de setembro. Portanto, os preços dos fosfatados tendem a cair no médio prazo, em um cenário de aumento da oferta e decrescimento da demanda.

Já o mercado de potássio apresentou um tom mais altista após a conclusão das negociações de contrato de importação da China e da Índia. Boa demanda do Brasil e dos EUA também impulsionam os preços. “Este último importou, nos sete primeiros meses do ano, um volume recorde de 7,39 mi t, para suprir a demanda de sua safra recorde de soja e milho”, resume o analista Rezende.

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Fonte:
INTL FCStone

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