Soja fecha com boas altas em Chicago, impulsionada pela demanda, e puxa preços no Brasil

Publicado em 05/10/2017 17:37

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Uma conjunção de fatores puxou os preços da soja praticados na Bolsa de Chicago nesta quinta-feira (5) e as cotações fecharam o dia com altas de mais de 9  pontos entre os principais vencimentos. Ao longo do dias, os ganhos passaram de 12 pontos. Assim, o novembro/17 foi a US$ 9,68 e o maio/18, referência para a safra do Brasil, com US$ 9,97 por bushel. 

A demanda foi um dos principais combustíveis para o avanço das cotações nesta sessão, e não só parao grão, mas também para os derivados, principalmente o farelo de soja, como explicou o analista de mercado Jack Scoville, da Price Futures Group. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), em seu relatório semanal de vendas para exportação, trouxe bons números para ambos os produtos. 

Na semana encerrada em 28 de setembro, o país vendeu 1.016,1 milhão de toneladas de soja da safra 2017/18, enquanto os traders esperavam algo entre 1 milhão e 1,3 milhão de toneladas. A maior parte foi, mais uma vez, destinada à China. Com esse volume, o total já vendido pelos EUA no acumulado da temporada chega 23.330,8 milhões de toneladas, contra pouco mais de 28 milhões do mesmo período do ano passado. O USDA espera que as vendas totais desse ano comercial somem 61,24 milhões de toneladas. 

O USDA informou também as vendas de 12 mil toneladas de farelo de soja da safra 2016/17 - a maior parte destinada ao Canadá - e mais 328,5 mil toneladas da safra 2017/18, com destinos não revelados ficando com o maior volume. 

Além disso, ainda segundo Scoville, as expectativas pela volta da China ao mercado na próxima semana depois do atual feriado que é comemorado no país também trouxeram algum fôlego às cotações neste momento, em que o mercado espera por novas informações. 

Na outra ponta do mercado, os produtores norte-americanos - assim como os da América do Sul - seguem retendo suas vendas, uma vez que precisam de preços melhores para efetivar novos negócios. "Os produtores não estão vendendo, principalmente durante este período da colheita, somente entregando contratos fechados anteriormente", explica o analista da Price Futures. 

Complementando o quadro de fatores que puxaram as cotações nesta quinta está a questão climática. Chove forte em alguns pontos do Corn Belt, como Minnesota e Wisconsin, atrapalhando a colheita e atrasando os trabalhos de campo. Enquanto isso, no Brasil, embora a região Sul, especialmente o Paraná, deverá receber bons volumes nos próximos dias, há ainda pontos de Mato Grosso em que as precipitações não chegaram e seguem atrasando a semeadura da oleaginosa. 

Ao lado de todos esses fatores, uma queda dos prêmios nos Estados Unidos também motivou uma tentativa dos preços compensarem esse recuo subindo em Chicago, com os compradores tentando originar essa soja, já que a demanda é bastante intensa neste momento. 

Preços no Brasil

No Brasil, com as boas altas em Chicago e mais o dólar interrompendo cinco sessões de baixa frente ao real, os preços subiram de forma generalizada no mercado nacional nesta quinta-feira. No interior, algumas praças de comercialização chegaram a marcar uma alta de até 5,17%, como foi o caso de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, onde a saca encerrou o dia com R$ 61,00. 

Nos portos, a soja disponível foi a R$ 70,50 em Paranaguá e R$ 70,00 em Rio Grande, com ganhos respectivos de 0,71% e 0,57%. Já o produto da safra nova subiu 0,71% e 1,39% para fechar com R$ 71,00 no terminal paranaense e R$ 73,00 no gaúcho. 

E assim, as cotações começam a se aproximar um pouco mais do alvo dos produtores brasileiros para que eles voltem a efetivar novos negócios, como explicam consultores e analistas de mercado. Até que isso aconteça, as operações ainda são pontuais, além dos sojicultores se mostrarem atentos também à movimentação da demanda interna e das oportunidades que o mercado local possa trazer. 

Dólar

O dólar, nesta quinta-feira, fechou com alta de 0,67% e valendo R$ 3,1524. Segundo especialistas, trata-se de um movimento de recuperação e correção depois de cinco sessões consecutivas de perdas. 

"Após o forte recuo dos últimos dias, poderia haver alguma correção. O otimismo com as captações segurou (parte desse) movimento", disse o operador de câmbio do Grupo Ourominas, Ademar Vitor Pereira Mendes á agência de notícias Reuters. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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