Café arábica cai quase 5% na semana na Bolsa de Nova York com previsão de chuvas no Brasil

Publicado em 29/09/2017 17:46

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O mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) caiu 4,76% nesta semana, ficando abaixo do patamar de US$ 1,30 por libra-peso no dezembro/17. O motivo ainda são as previsões de chuvas no cinturão produtivo do Brasil. Os operadores no terminal externo acreditam que essas condições têm forças para reverter os prejuízos vistos nas lavouras do país por conta das condições climáticas adversas.

Na sessão desta sexta-feira (29), o contrato dezembro/17, referência de mercado, fechou a sessão de hoje cotado a 128,05 cents/lb com queda de 45 pontos, o março/18 registrou 131,65 cents/lb com recuo de 45 pontos. Já o vencimento maio/18 encerrou o dia com 134,00 cents/lb e desvalorização de 45 pontos e o julho/18, mais distante, caiu 45 pontos, fechando a 136,25 cents/lb. Essa é a terceira sessão seguida de baixa.

Mercado do café NY - 29/09/2017
Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 6ª feira – Fonte: Investing

Os operadores e envolvidos no mercado do café estiveram atentos às condições climáticas no Brasil durante toda a semana. Chuvas já foram registradas em algumas áreas de Minas Gerais, maior estado produtor do grão no país. Acredita-se que essa condição tenha força para melhorar um pouco as lavouras que sofreram com altas temperaturas e baixo volume de chuvas nos últimos meses.

"As chuvas devem promover a floração para a próxima safra e podem salvar algumas flores precoces que vieram depois de algumas chuvas semanas atrás. No entanto, as precipitações esperadas devem ser fracas. O clima no Brasil e a condição das plantações está chamando atenção", disse em relatório o analista de mercado da Price Futures Group, Jack Scoville.

De acordo com previsões dos principais institutos meteorológicos, são esperadas chuvas mais volumosas no cinturão produtivo de café do Brasil na próxima semana. Os acumulados podem chegar aos 50 milímetros no Paraná, São Paulo, Sul de Minas Gerais e Cerrado. Alguns municípios entre a Mogiana e o Sul de Minas podem receber mais de 100 milímetros de chuvas.

Para o engenheiro agrônomo da Fundação Procafé, Marcelo Jordão Filho, essa melhor condição para as lavouras do país, no entanto, não deve reverter as perdas já registradas, mas paralisa os prejuízos. "De maneira geral, não revertemos prejuízos, apenas o paralisamos com o retorno das chuvas e posteriormente a abertura floral fica mais fácil", afirma o especialista.

Jordão Filho ressalta que as chuvas que caíram recentemente foram bastante irregulares, mas que essa condição ameniza futuras perdas. "As chuvas foram muito irregulares. Na Fazenda Experimental de Franca (SP), por exemplo, choveu apenas 0,6 milímetros", afirma. Precipitações também foram registradas em Minas Gerais, mas o cenário foi parecido. "Aqui só tivemos um chuvisqueiro, muito pouco para a lavoura. Não adiantou nada", disse o cafeicultor Roberto da Serra de Nova Resende (MG).

Leia mais:
» Café: Chuvas chegam ao cinturão produtivo do Brasil, mas não devem reverter perdas dos últimos meses

Mercado interno

Foram reportados negócios isolados durante toda a semana nas praças de comercialização do Brasil. O cenário acabou piorando ainda mais nesta semana por conta das baixas externas que, claro, impactaram nos preços físicos.

O Cepea Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP, chegou a destacar durante a semana que as expectativas de chuvas para as regiões brasileiras de café arábica intensificaram a retração produtora e reduziram a liquidez no mercado.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 520,00 – estável. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Guaxupé (MG) com queda de 1,02% e saca a R$ 485,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 470,00 – estável. Não houve oscilação nas praças de comercialização verificadas no dia.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 470,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças foi registrada em Vitória (ES) (R$ 435,00) e Guaxupé (MG) (R$ 435,00), ambas com queda de 1,14%.

Na quinta-feira (28), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 449,10 e baixa de 0,48%.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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