Tratamento de sementes com fungicida é estratégia para prevenção e controle de mofo branco
O mofo branco, doença causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, está se tornando cada vez mais grave em várias regiões, causando danos às culturas de soja, feijão e algodão. É uma doença de difícil controle e que pode ser transmitida pelas sementes.
O pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Augusto César Pereira Goulart, explica que esses microrganismos sobrevivem através das sementes e se dissemina pela lavoura. “Os danos causados pela doença variam de acordo com os níveis de susceptibilidade das culturas, as condições climáticas e o manejo empregado”, acrescenta Augusto.
O uso de sementes não beneficiadas, ou seja, sementes caseiras ou piratas, que possam conter escleródio, contribui com a disseminação desse fungo que pode reduzir em até 40% a produtividade das lavouras. Em 2009, a Portaria nº 47, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) passou a recomendar que sejam recusados lotes de sementes de soja que apresentam um escleródio.
“Esse foi um importante avanço para a agricultura, pois a detecção do patógeno em sementes constitui um dos pontos mais importantes para controle do mofo branco”, enfatiza Augusto. Outras medidas para controle da doença são: rotação de culturas, espaçamento entre linhas, uso de fungicidas pulverizados na parte aérea e em tratamento de sementes, controle biológico, adubação verde, entre outros.
Apesar da legislação ser clara, ainda assim recomendamos o tratamento de sementes com fungicida como uma medida de segurança para impedir ou retardar a disseminação do fungo nas lavouras. “Esse tratamento de sementes é necessário, pois pode erradicar ou reduzir, aos mais baixos níveis os fungos presentes nas sementes”, explica o pesquisador.
Ele salienta ainda que o tratamento de sementes com fungicidas gera ainda outros benefícios, tais como: proteção às sementes e plântulas contra fungos de solo, evitar o desenvolvimento de epidemias no campo, uniformidade na germinação e emergência, redução dos riscos na fase de implantação das lavouras, maior desenvolvimento radicular e estabelecimento inicial da lavoura com uma população ideal de plantas.
O tratamento de sementes industrial e o uso de fungicidas são destaque no Capitulo 21, intitulado “Progressos no tratamento de sementes para o manejo e controle do mofo-branco em soja, algodão e feijão”, escrito Goulart. O Capítulo faz parte do livro Mofo Franco (Sclerotini sclerotiorum), editado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e que tem David de S. Jaccoud Filho, Luciane Hennerberg e Edilaine M. G. Grabicoski como editores técnicos.
O livro é fruto do 1º Encontro Internacional de Mofo Branco no Brasil, realizado em Ponta Grossa, em 2012 e que reuniu cerca de 500 pesquisadores da América do Sul, América do Norte e Europa. A partir dessa reunião foi formada uma grande rede de pesquisadores o que possibilitou a elaboração da publicação, considerada a única do gênero no país e no mundo. A publicação tem o valor de R$ 170,00, conta com 520 páginas ilustradas e pode ser adquirida junto a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Institucional, Científico e Tecnológico da Universidade Estadual de Ponta Grossa (FAUEPG).
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