Soja foi a cultura que menos sofreu com a mudança climática na Argentina, diz pesquisadora

Publicado em 27/09/2017 11:12

O ano de 2018 foi o mais quente dos últimos 168 anos. Tendo em frente este cenário, Matilde Rusticucci, doutora em Ciências da Atmosfera da Universidade de Buenos Aires e pesquisadora do CONICET, disse que "os cultivos produtivos na Argentina deverão adaptar-se e as datas de plantio terão que mudar, porque mudaram as estações".

"Em nosso país, em muitas regiões, o verão se estendeu até a primavera e o outono. O inverno foi reduzido, assim como o número de geadas. O clima mudou e vai seguir mudando", disse a pesquisadora. "As chuvas estão aumentando no norte e no leste do país, o que faz com que cultivos tradicionais como o trigo, o milho e o arroz se vejam afetados em rendimento".

Por outro lado, ela destaca que a soja não mostrou queda em rendimento - pelo contrário: em alguns casos, o rendimento aumentou. No entanto, a especialista indica que é necessário fazer um melhor uso da terra adequado ao novo clima.

Segundo Rusticucci, há muitas pesquisas sobre como mitigar e adaptar as produções diante da mudança climática na Argentina, mas falta interação entre o produtor e os climatologistas. Contudo, está sendo preparada uma ferramenta que permitirá prever excessos ou quedas de temperaturas e excessos e déficits de chuvas para o próximo trimestre, o que permitirá o produtor a planejar melhor suas plantios e colheitas.

Ela também destaca que a Argentina precisa trabalhar com variedades resistentes à seca e ao calor, melhorar a infraestrutura de irrigação e impulsionar o desenvolvimento de um mercado de seguros contra variações climáticas extremas.

Tradução: Izadora Pimenta

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Fonte:
El Cronista

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