Soja: Chicago fecha com alta de dois dígitos já especulando sobre clima na América do Sul
Os preços da soja negociados na Bolsa de Chicago, na sessão desta quarta-feira (13), trabalharam durante todo o dia em campo positivo, recuperando parte das baixas observadas no pregão anterior e registrando um desempenho ainda melhor. Os futuros da oleaginosa fecharam o dia com altas de dois dígitos.
Com isso, o vencimento novembro/17 - referência para o mercado, neste momento - e para a safra americana - encerrou o pregão com US$ 9,60 por bushel, enquanto o março/18 foi a US$ 9,79.
O mercado internacional começa, aos poucos, a voltar seus olhos para os preparativos da nova safra da América do Sul, principalmente porque algumas regiões importantes de produção já começam a apresentar algumas adversidades.
Como explicou o analsita de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities, em entrevista ao Notícias Agrícolas, a Argentina já sofre com o excesso de chuvas há cerca de dois meses e compromete o início do plantio da nova temporada, enquanto no Brasil, o atraso das precipitações também chama atenção.
"A preocupação é de que se isso cotninuar, a Argentina pode reduzir a área tanto de soja quanto de milho. Estimativas de hoje mostram que 5 milhões de hectares estão com excesso de umidade, se o plantio fosse hoje, essas áreas não poderiam ser plantadas", diz Vanin. E essa preocupação com a Argetina influenciou o farelo diretamente, que subiu mais de 2% em Chicago e ajudou a puxar o grão.
Ainda entre a influência dos derivados, a alta do óleo de soja - em função de uma demanda crescente e de estoques que podem cair mais adiante - também ajudou a soja neste pregão. "Os estoques vão cair, as margens de esmagamento devem melhorar e estimular as esmagadoras, aumentandoo consumo de soja", complementa o analista.
Por outro lado, Vanin afirma ainda que, com o avanço da colheita nos EUA, o mercado pode sentir também uma maior concentração de oferta nas próximas semanas, além de um movimento maior de venda dos produtores norte-americanos, o que poderia limitar o avanço das cotações.
Ao mesmo tempo, porém, acredita que, na sequência, os traders voltarão seus olhos para a intensa demanda pela soja norte-americana novamente, movimento que, consequentemente, volta a equilibrar o andamento das cotações em Chicago.
Somente nesta semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou três novas vendas de soja para destinos não revelados e o México. Juntas, as operações somam mais de 650 mil toneladas.
Mercado Brasileiro
No Brasil, embora não tenham sido generalizadas, as altas voltaram a ser registradas nas praças de comercialização do interior, com algumas delas ainda com indicativos na casa dos R$ 60,00 por saca com o apoio das cotações em alta na CBOT.
O mesmo foi observado nos portos do país. Em Paranaguá e Rio Grande, os preços, nesta quarta-feira, subiram mais de 1% para R$ 70,50 no terminal paranaense e R$ 70,00 no gaúcho, para a soja disponível, respectivamente. No caso da safra nova, R$ 70,00 em Paranaguá e R$ 72,50 em Rio Grande.
As referências encontraram suporte também na leve alta registrada pelo dólar, sendo esta a terceira consecutiva, embora tímida. Nesta quarta, a moeda americana terminou o dia com R$ 3,1381, com ganho de 0,29%.
"Por enquanto, o mercado está lateral, mas o dólar pode subir um pouco mais, dependendo do noticiário. Mas acho difícil ir acima de 3,20 reais", avaliou o gerente de Tesouraria do Banco Confidence, Felipe Pellegrini à agência de notícias Reuters.
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