Fachin e mais quatro ministros votam para que Janot siga à frente de investigações contra Temer

Publicado em 13/09/2017 15:40

LOGO REUTERS

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou na tarde desta quarta-feira para rejeitar o recurso da defesa do presidente Michel Temer e manter o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na condução de investigações contra o presidente.

Fachin foi acompanhado pelos ministros Alexandre de Moraes, Rosa Webber, Luiz Fux e Dias Toffoli, o que deixa o placar a favor da manutenção de Janot à frente do caso em cinco votos a zero.

Na votação do recurso da arguição de suspeição em plenário, Fachin manteve a linha do seu voto na análise individual do caso em agosto. Conforme a Reuters antecipou mais cedo, o ministro do STF destacou que o regimento interno da corte não prevê a figura de se afastar um representante do Ministério Público Federal por suspeição.

"Se o Regimento Interno não previu hipótese de suspeição previsto ao procurador-geral da República, com a devida vênia, não cabe ao intérprete fazê-lo", disse Fachin.

Para Fachin, não é possível considerar, a partir de declarações de Janot de que ainda tem "bambu" e "flecha", que existam contornos de parcialidade na atuação do procurador-geral contra o presidente. Ele disse que a referência feita foi a quaisquer autoridades com prerrogativa de foro.

Fachin afirmou que a linguagem usada, ainda que "criticável", é uma linguagem acessível à população. Ele destacou ainda que a rejeição do recurso prejudica o pedido feito pela defesa de Temer para suspender o andamento de uma eventual denúncia contra ele.

O advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, que representa Temer, pediu a aceitação da arguição contra Janot. Disse que há um pequeno núcleo ligado ao procurador-geral em que os "excessos" são justificados para sanar todos os pecados do país. Ele disse que "flechadas" e "bambu" não são expressões condizentes a um procurador-geral.

"A arguição não é contra o senhor procurador-geral, é contra a conduta dele específica neste caso, que está trazendo prejuízos ao presidente Michel Temer e ao país", disse Mariz.

Representante a Procuradoria-Geral da República, o subprocurador Nicolao Dino, defendeu a rejeição do pedido. Segundo ele, nenhuma autoridade da República está "acima ou a margem da lei".

Ele destacou que o uso de expressões por Janot são elementos de linguagem figurada que não é possível caracterizar "inimizade" - motivo previsto legalmente para haver o afastamento do procurador do caso.

Janot não participa da sessão no Supremo.

(Reportagem de Ricardo Brito)

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário