Café: Bolsa de Nova York sobe mais de 300 pts nesta 3ª com mercado preocupado com clima no Brasil
O mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Future US) subiu mais de 300 pontos nesta terça-feira (12) à medida em que os operadores assimilam melhor as condições das lavouras brasileiras que vão produzir na safra 2018/19. Com esse avanço, os vencimentos mais distantes no mercado já estão próximos do patamar de US$ 1,40 por libra-peso. O mercado brasileiro também avançou com suporte dessa alta externa.
O contrato setembro/17 fechou a sessão de hoje cotado a 133,80 cents/lb com valorização de 320 pontos, o dezembro/17 registrou 135,05 cents/lb com avanço de 320 pontos. Já o vencimento março/17 encerrou o dia com 138,50 cents/lb e valorização de 315 pontos e o maio/18, mais distante, subiu 315 pontos, fechando a 140,85 cents/lb.
Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 3ª feira – Fonte: Investing
Após repercutir levemente na semana passada as condições das lavouras no Brasil, os operadores externos passaram a acompanhar com maior atenção essa condição. Afinal, existia a expectativa de que a safra 2018/19 do Brasil poderia ter produção recorde. " As preocupações contínuas com o clima mais seco do que o normal no Brasil elevaram os preços", disse à Reuters Judith Ganes, presidente da J. Ganes Consulting.
Mapas climáticos dos principais institutos meteorológicos apontam que o clima deve continuar quente e seco na maioria das áreas produtoras do Brasil nesta semana. Há somente chances de chuvas fracas no Norte do Espírito Santo e na Bahia, com a umidade que vem do mar. "Precipitação abaixo do normal são esperadas na maior parte do cinturão de café nos próximos seis a dez dias", disse o MDA Information Systems em relatório diário.
"Isso não vai ajudar o café a florescer. A safra recorde que deveríamos ter no próximo ano pode não ser tão grande como pensávamos", complementou o analista de mercado e sócio-gerente da NickJen Capital, em Nova York, Nick Gentile.
O avanço do petróleo no mercado internacional também contribui para os ganhos no mercado, segundo agências de notícias financeiras. O barril trabalha com cerca de US$ 48.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta terça-feira que a produção de café do Brasil neste ano deve totalizar 47,8 milhões de sacas de 60 kg entre as variedades arábica e conilon. Segundo a Reuters, esses dados do IBGE divergem dos da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) que apontou em maio que a safra do Brasil seria de 45,6 milhões de sacas.
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» IBGE eleva previsão de safra de café do Brasil para 47,8 mi sacas
A Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), a maior do Brasil e umas das mais importantes do mundo, reportou nesta terça-feira que a colheita de seus cooperados da safra 2017/18 registrava 98,28% do total esperado na safra até o dia 9 de setembro, ou cerca de 6,5 milhões de sacas de 60 kg. Esse é o último reporte de colheita da instituição para essa temporada.
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» Colheita de café da safra 2017/18 dos cooperados da Cooxupé atinge 98,28% do total
Mercado interno
Acompanhando as altas externas, os preços do café no Brasil avançaram nesta terça-feira e voltaram a ficar próximos do patamar de R$ 500,00 a saca no arábica. Com isso, mas negócios podem começar a ser vistos nas praças do país. Nas últimas semanas, poucas transações eram vistas mesmo com o avanço da colheita no país.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) (estável), Guaxupé (MG) (+2,04%) e Patrocínio (MG) (+1,01%), ambas com saca a R$ 500,00. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com alta de 4,26% e saca a R$ 490,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 470,00 – estável. A maior variação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com alta de 2,20% e saca a R$ 465,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 480,00 e alta de 2,13%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Vitória (ES) com queda de 10,11% e saca a R$ 400,00.
Na segunda-feira (11), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 444,12 e queda de 0,29%.
1 comentário
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João Carlos remedio São José dos Campos - SP
A estiagem segue avassaladora, as lavouras estão secando; mais uma grande "tragédia" na Cafeicultura. Como está difícil seguir na atividade, principalmente, para quem está há anos trabalhando com prejuízos; só por Deus!
CAFÉ: Muito difícil! Passar um ano com uma decepção de quebra de safra e ver as lavouras sendo dizimadas pela seca!... 60 milhões de sacas!???
60 milhões???...Só no papel e na boca de especuladores morcegos.