Pesquisas com grão-de-bico estão sendo realizadas em Dourados (MS)
O cultivo no Cerrado do grão-de-bico, uma leguminosa rica em proteína, está sendo pesquisado pela Embrapa em diversas regiões do país, nos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O estudo nacional com a 5ª leguminosa mais cultivada no mundo, pretende avaliar o potencial produtivo de algumas cultivares (indianas e nacionais) em diferentes épocas de plantio.
No Mato Grosso do Sul, a Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS) é responsável pelas pesquisas desenvolvidas com o grão-de-bico e também com o cultivo da lentilha. O chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Unidade, Harley Nonato de Oliveira, explicou que essa demanda de pesquisa foi feita pelo presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, que após uma viagem à Índia observou o potencial desse cultivo para exportação.
As cultivares nacionais, que estão contribuindo para a mudança no cenário nacional de produção da leguminosa no cerrado brasileiro foram desenvolvidas pelo programa de melhoramento genético da Embrapa Hortaliças (Brasília, DF). As pesquisas desenvolvidas pela Embrapa, no Estado de Goiás, possibilitou que o grão-de-bico produzido naquele Estado, em 2016, fosse exportado para outros países: duas cargas de grão-de-bico, cada uma com 24 toneladas da leguminosa, foram embarcadas com destino à Colômbia e aos Emirados Árabes.
De acordo com o chefe-geral da Embrapa Hortaliças e coordenador do programa de melhoramento genético de leguminosas na instituição, Warley Nascimento, além das tecnologias disponíveis de produção, o sucesso obtido pelo produtor também deve ser creditado às características edafoclimáticas da região de Goiás. “Em áreas com altitude acima de 800 metros, em plantios realizados de abril a maio, os resultados têm sido bastante satisfatórios, com a produtividade variando entre duas a três toneladas por hectare, bem mais expressiva que a média mundial, que é de 900 quilos por hectare”, destaca Nascimento.
Além do mercado internacional, o grão-de-bico também possui potencial para consumo interno no Brasil. “Importamos cerca de 8 mil toneladas/ano do grão, principalmente da Argentina, Chile e México, explicou o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Oscar Fontão de Lima Filho, responsável pela condução do ensaio de pesquisa na Unidade de Dourados.
Oscar explica que as avaliações, realizadas em Dourados, representam uma fase inicial para verificar o potencial de produção, no Estado de Mato Grosso do Sul, de quatro cultivares de grão-de-bico - duas nacionais e duas provenientes da Índia. É uma cultura que se desenvolve bem sem excesso de chuvas e calor excessivo, principalmente no período reprodutivo. É importante definirmos as melhores épocas de plantio em diversas regiões de Mato Grosso do Sul, levando-se em conta a presença ou ausência de irrigação, altitude e temperaturas máximas e mínimas no período de cultivo. Também é preciso avaliar principais ocorrências de pragas e doenças e seu controle, já que as leguminosas estarão inseridas em um sistema produtivo específico do estado de MS.
Colheita - A primeira colheita da safra de grão-de-bico, foi realizada no dia 24 de agosto, na Fazenda Alvorada, em Cristalina (GO). A safra é fruto de experimentos coordenados pela Embrapa, em parceria com a empresa indiana UPL e é resultado da visita de Maggi à Índia no final de 2016, quando o país mostrou interesse em importar do Brasil leguminosas de grãos secos, as chamadas pulses. Também fazem parte desse grupo o feijão-caupi, feijão-mungo, grão-de-bico e lentilha.
Na ocasião, a UPL anunciou investimento US$ 100 milhões, por meio da parceria com a Embrapa, no desenvolvimento e produção de pulses no Brasil para exportar ao mercado indiano. De acordo com a Embrapa, a demanda da Índia por esses produtos cresce de forma expressiva. A projeção é que possa chegar a 30 milhões de toneladas por ano até 2030. Como o ciclo do grão-de-bico gira em torno de quatro meses, as primeiras colheitas iniciam-se agora, entre o final de agosto e o início de setembro, e a expectativa é selecionar as cultivares com melhor adaptação às condições ambientais brasileiras.
Saiba mais - O Grão-de-Bico também é considerado uma planta medicinal. Possui propriedades afrodisíacas, antibiótica, anti-inflamatória, diurética, emenagoga, energizante, mineralizante, nutritiva, resolutiva, tônica, vitaminizante.
0 comentário
Ibrafe: semana foi marcada por poucos negócios no mercado do feijão
Semeadura do feijão está concluída na maior parte do Rio Grande do Sul
Produção de gergelim cresce 107% na safra de 2023/24 no Brasil
Ibrafe: Acordo do Gergelim abre caminho para o Feijão com a China
Arroz/Cepea: Preços são os menores em seis meses
Arroz de terras altas se torna opção atrativa de 2ª safra entre produtores do norte de Mato Grosso