Com produtividade menor e preços baixos, comercialização da soja e do milho está mais lenta em Illinois
O tour Missão Mulheres do Agronegócio, em seu quinto dia, chega a Sullivan, no sudeste de Illinois, em uma propriedade de alto nível de investimento e tecnologia, do produtor Bill Voyles, onde a produtividade esperada tanto para a soja, quanto para o milho também deverão ser menores nesta temporada. As adversidades climáticas têm sido registradas nos três últimos meses e os efeitos nas lavouras serão inevitáveis.
Com 25 dias sem chuvas em junho, apenas duas em julho - uma de 7.74 mm e outra de 12.4 mm - e precipitações limitadas em agosto - além do excesso de umidade observado no início da temporada comprometendo o plantio e exigindo o replantio de algumas áreas, Voyles estima sua média de produtividade no milho em 178 bushels por acre (188,4 sacas por hectare) contra 206 colhidos (218.02 scs/ha), em media, na safra 2016/17. Para a soja, a média do produtor ainda não está fechada, já que agosto é o mês determinante para a cultura nos Estados Unidos e as lavouras ainda precisam de algumas chuvas nas próximas semanas. Assim, sua estimativa inicial, neste momento, e de sua média de rendimento na oleaginosa fique em 60 bushels por acre (68.05 sacas por hectare), contra 72 bpa do ano passado (81.65 scs/ha).
Produtor Bill Voyles e participantes do Missão Mulheres do Agronegócio EUA 2017
Produtor Bill Voyles em sua propriedade em Sullivan, no sudeste de Illinois (EUA)
Nesse ambiente, a comercialização de ambas as culturas está atrasada e mais lenta em relação a 2016, segundo relata o produtor, que já tem parte das duas safras comercializada. "Se essa média de 60 bushels por acre for confirmada, terei 45% da produção de soja já vendida. No milho, cerca de 25%. Agora, pretendo colher o milho, estocá-lo e não vender mais nada na época da colheita. Eu preciso que os preços subam para voltar ao mercado. Checo os preços e o andamento da CBOT a cada hora, não tem sido um momento fácil para o mercado", diz.
Sempre apoiado por um consultor de mercado, o produtor atua com diversas ferramentas de comercialização que o permitam driblar momentos como esse das atuais cotações, entre elas, o hedge feito diretamente na Bolsa de Chicago e o mercado de opções. "É preciso estar atento às oportunidades que o mercado te oferece, sejam elas de curto, médio ou longo prazo. E a tecnologia e a grande resposta para a eficiência da comercialização hoje em dia, é preciso se arriscar um pouco também, você precisa ser agressivo e efetivar suas metas de preço. Caso elas não sejam mais possíveis, refaça e lembre-se delas a todo momento. É preciso estar sempre acima do perfil médio dos produtores para ter bons resultados", conclui Voyles.
E como parte de sua estratégia de comercialização, o produtor semeou uma parte de sua área de soja em meados de marco, a qual devera ter sua colheita iniciada em uma semana. No ano passado, com a demanda aquecida, os compradores em sua região pagavam prêmios de ate US$ 1.00 por bushel pela soja da nova safra, o que pode se repetir este ano e trazer alguma oportunidade de preços melhores. O plantio da oleaginosa de forma geral nos EUA tem início em meados de maio.
Confira fotos da propriedade:
Confira balanço da safra norte-americana:
>> Irregularidade e comercialização lenta são marcas da safra 2017/18 dos EUA
Veja entrevista com Andrea Sousa Cordeiro, da Labhoro Corretora:
>> Safra 2017/18: Irregularidade do clima prejudica safra e comercialização em Illinois, nos EUA
Confira os números do Crop Tour:
>> Em Illinois e Iowa, rendimento do milho deve ser menor nesta safra
Confira mais informações sobre a safra americana:
>> Missão Mulheres do Agronegócio EUA 2017 - Labhoro Corretora e Notícias Agrícolas
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