Com influência do clima no Corn Belt, milho tem mais uma semana negativa e recua até 2,07% em Chicago
Mais uma vez, as cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) registraram uma semana negativa. As principais posições da commodity recuaram entre 1,73% e 2,07%, conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes.
As chuvas registradas em algumas regiões do Corn Belt e a perspectiva das precipitações em algumas localidades do cinturão produtor do grão pressionaram os preços e ainda direcionam o andamento dos negócios. As projeções oficiais indicam algumas chuvas, até acima da normalidade, nos próximos 8 a 14 dias.
Porém, em algumas regiões, as precipitações ficarão abaixo da média. No mesmo período, as temperaturas ficarão abaixo da média. As informações são do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país. Já nesta sexta-feira (4), os contratos do cereal esboçaram uma reação técnica e finalizaram o dia com ganhos entre 2,75 e 3,25 pontos. O setembro/17 era cotado a US$ 3,66 por bushel e o dezembro/17 a US$ 3,81 por bushel.
Inclusive, algumas consultorias já projetam uma quebra entre 10 milhões a 15 milhões de toneladas na safra de milho nos EUA, conforme dados divulgados pela Granoeste Corretora de Cereais. Em seu último reporte, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estimou a safra americana em 362 milhões de toneladas. As informações serão atualizadas na próxima quinta-feira (10).
"A previsão será acompanhada de perto, pois será a primeira perspectiva de safra para a campanha de comercialização 2017/18, que inclui dados de pesquisas de campo. Nos últimos 20 anos, o USDA cortou a estimativa de produção de milho nove vezes no relatório de agosto. O corte médio nesses anos foi de 4,6%", informou a Reuters internacional.
Contudo, os analistas internacionais reforçam que o corte na safra americana teria que ser significativo para impactar a relação estoques e oferta globais. "Você está apertando a oferta, mas não é uma mudança significativa ou suficiente para realmente excitar o mercado", destaca Brian Hoops, analista da Midwest Market Solutions, à Reuters internacional.
O índice de lavouras em boas ou excelentes condições recuou 7% em julho para 61%, a classificação mais baixa para o período desde a severa seca de 2012, ponderou a Reuters. O USDA atualiza as informações na próxima segunda-feira.
Mercado interno
No caso do mercado doméstico, as cotações do milho também recuaram ao longo da semana. Em Sorriso (MT), o valor caiu 13,93%, com a saca do milho a R$ 10,50. Na região de Campo Novo do Parecis (MT), a perda foi de 3,45%, com a saca de milho a R$ 14,00. Na localidade de Campinas (SP), a queda ficou em 1,61%, com a saca a R$ 24,50.
No Porto de Paranaguá, a saca futura recuou 1,85% e fechou a semana a R$ 26,50. Em Londrina (PR), a desvalorização foi de 2,94% e a saca era cotada a R$ 16,50. Já em Pato Branco (PR), a perda ficou em 2,30%, com a saca a R$ 17,00.
Ainda segundo os analistas, o mercado de milho segue travado. E a evolução da colheita da segunda safra, juntamente com a dificuldade em escoar o produto, a tendência é de mais pressão sobre os preços no curto prazo.
"O cenário poderá se complicar mais caso não haja uma alta nos preços na Bolsa de Chicago para levantar os preços ou uma valorização cambial para que haja uma melhora nas exportações brasileiras", disse o analista da Ouro Investimentos, Maurillo Marcondes Larios. Em julho, os embarques de milho somaram 2,32 milhões de toneladas, conforme dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
Enquanto isso, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) segue com as operações de apoio à comercialização do cereal. Essa semana, a entidade ofertou 752 mil toneladas do grão. No caso do leilão de Pep (Prêmio para Escoamento de Produto), 100% do volume ofertado, de 60 mil toneladas do cereal, foi negociado.
No leilão de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural), a oferta foi negociada quase em sua totalidade, 99,98%, do total de 692 mil toneladas do grão. A entidade realiza mais duas operações na próxima quinta-feira (10), também com oferta de 752 mil toneladas de milho.
Dólar
A moeda norte-americana encerrou a sexta-feira a R$ 3,1254 na venda, com ganho de 0,38%. O câmbio caiu pela quinta semana consecutiva, de 0,30%. Hoje, o dólar subiu "após dados robustos sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos aumentarem as apostas de que o Federal Reserve, banco central do país, pode elevar mais uma vez os juros neste ano", informou a Reuters.
Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira:
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