Dólar recua, encosta em R$ 3,10 e tem em julho maior queda mensal em mais de 1 ano
Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar recuou quase 6 por cento e encostou em 3,10 reais em julho, maior queda mensal em mais de um ano, com o cenário político e econômico mais calmo, o que pode levar a novas desvalorizações da moeda norte-americana no curto prazo.
O dólar recuou 0,52 por cento, a 3,1183 reais na venda, nesta sexta-feira, menor patamar desde 16 de maio (3,0955 reais). Na mínima da sessão, foi a 3,1144 reais, enquanto o dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,10 por cento no final da tarde.
No mês, o dólar recuou 5,87 por cento, maior queda mensal desde junho de 2016 (-11,05 por cento), acumulando no ano perdas de 4,04 por cento ante o real.
"A tendência de curto prazo é do dólar mais perto de 3 reais, com alguma perspectiva de fluxo", avaliou o analista-chefe da corretora Rico, Roberto Indech, ao ponderar, no entanto, que questões políticas podem trazer volatilidade.
Em julho, o dólar foi beneficiado, entre outras coisas, pela aprovação da reforma trabalhista no Congresso Nacional e aberturas de capital de empresas brasileiras, que devem gerar entrada de capital externo. De modo geral, o mercado continuava avaliando que, mesmo num eventual afastamento do presidente Michel Temer, a atual equipe econômica continuará atuando e com foco nas reformas.
Mas a cautela com a cena política não deve deixar de vez os mercados. Na quarta-feira, a Câmara dos Deputados deve votar se autoriza ou não o Supremo Tribunal Federal (STF) continuar trabalhando na denúncia por crime de corrupção contra Temer, com base nas delações de executivos do grupo J&F.
A expectativa é de que esse processo seja barrado pelos parlamentares, mas outras denúncias contra o presidente podem ocorrer, já que ele também é investigado por crimes de obstrução de Justiça e organização criminosa.
A cena externa também tem ajudado na queda do dólar no mercado brasileiro. A moeda norte-americana recuava ante uma cesta de moedas com as incertezas se o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, será capaz de impulsionar a sua agenda econômica e questões sobre o ritmo do aumento de juros no país.
O Banco Central brasileiro não realizou leilão de swaps tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, nesta sessão, após ter concluído a rolagem dos contratos que vencem em agosto no pregão passado. Em setembro, não há vencimentos de swap, apenas em outubro, de 8,205 bilhões de dólares.
1 comentário
![Cerca de 80 países chegam a acordo sobre comércio eletrônico, mas sem apoio dos EUA](https://cdn.noticiasagricolas.com.br/dbimagens/thumbs/400x200-ar/certificados-sanitarios-nacionais-informatica-tecn-UFNaM.png)
Cerca de 80 países chegam a acordo sobre comércio eletrônico, mas sem apoio dos EUA
![Brasil terá bandeira verde para tarifa de energia em agosto, diz Aneel](https://cdn.noticiasagricolas.com.br/dbimagens/thumbs/400x200-ar/71bcaadd1f997855bb955dc3deeae68a.jpg)
Brasil terá bandeira verde para tarifa de energia em agosto, diz Aneel
![Wall Street termina em alta com apoio de dados de inflação e ações de tecnologia](https://cdn.noticiasagricolas.com.br/dbimagens/thumbs/400x200-ar/wall-st-placa-guilherme-dorigatt-9iBkT.jpg)
Wall Street termina em alta com apoio de dados de inflação e ações de tecnologia
![Ibovespa avança mais de 1% impulsionado por Vale e quase zera perda na semana; Usiminas desaba](https://cdn.noticiasagricolas.com.br/dbimagens/thumbs/400x200-ar/ibovespa-b3-dXsTn.jpg)
Ibovespa avança mais de 1% impulsionado por Vale e quase zera perda na semana; Usiminas desaba
![Dólar acumula alta de quase 1% na semana em que real foi pressionado pelo iene](https://cdn.noticiasagricolas.com.br/dbimagens/thumbs/400x200-ar/8fcabcce60027d59094bf7fb6f83ba3b.jpg)
Dólar acumula alta de quase 1% na semana em que real foi pressionado pelo iene
![Podcast Foco no Agronegócio | Olho no mercado | Macroeconomia | Julho 2024](https://cdn.noticiasagricolas.com.br/dbimagens/thumbs/400x200-ar/7025890b2bf5854f47c4991197afb5d5-1U16g.jpg)
Podcast Foco no Agronegócio | Olho no mercado | Macroeconomia | Julho 2024
José Elias Nova alvorada do sul - MS
Uma pergunta aos economistas de plantão: esse dolar entre R$ 3,00 / R$ 3,10, é bom para a agricultura e para as exportações? com essa safrinha de milho cheia, vamos dar conta de exportar com o real valorizado? os custos da soja não estão baixando junto com o dólar, ... será que vamos trabalhar mais uma safra sem rentabilidade?
José, a safrinha de milho não será cheia. Muito pelo contrário. Será ainda menor que em 2016. As produtividades despencaram do meio da safra para cá. Agora não chegam a 80 sacas por hectare. A exportação está acelerada e certamente faltará milho depois de dezembro. Safra de verão será muito pequena. Estes preços inviabilizam a produção de milho em qualquer região do Brasil.
Sr Jose' Elias o dólar influi nos preços das commodities.. Os preços das commodities no mercado internacional são em dólares, portanto quanto menor for o preço em dólares menos reais entram no seu bolso.