Café: Bolsa de Nova York dá continuidade aos ganhos da véspera e sobe mais de 100 pts nesta 5ª feira
O mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) voltou a fechar em alta na sessão desta quinta-feira (27), com ganhos acima de 100 pontos. As cotações tiveram suporte do câmbio, com o real mais forte, e informações sobre danos nas lavouras brasileiras com relatos de broca. Com mais esse avanço, os vencimentos próximos voltam a US$ 1,35 por libra-peso e os mais distantes estão em US$ 1,45/lb.
O contrato setembro/17 fechou a sessão cotado a 135,95 cents/lb com alta de 115 pontos, o dezembro/17, referência de mercado, registrou 139,50 cents/lb com avanço de 115 pontos. Já o vencimento dezembro/17 encerrou o dia com 143,05 cents/lb e valorização de 115 pontos e o março/18, mais distante, subiu 120 pontos, fechando a 145,30 cents/lb.
Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 5ª feira – Fonte: Investing
Diante das informações sobre o Brasil e o câmbio, o mercado atingiu uma área de suporte gráfico na véspera, favorecendo recompras técnicas. De acordo com informações do analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville, o clima não deve esboçar surpresas nos próximos dias. "As temperaturas seguem mais altas no Brasil e devem cair a níveis próximos do normal até a primeira semana de agosto", explica.
Para Scoville, os gráficos diários do mercado do arábica mostram que os preços devem subir ainda mais durante a semana, mas agora as tendências são mistas. "Os estoques norte-americanos permanecem elevados e na Europa também são bons. O mercado atual está mais animado com o câmbio e a tendência nos gráficos", disse. "Os preços têm a chance de operarem em 140,00 cents/lb no vencimento setembro/17 nas próximas semanas", acrescentou o analista em relatório.
O câmbio contribuiu para os ganhos na sessão de ontem em Nova York. No entanto, nesta quinta-feira, o dólar comercial fechou o dia com alta de 0,38%, a R$ 3,1561 na venda, em movimento de correção com agenda tranquila internamente e de olho no cenário externo. Na véspera, a moeda estrangeira recuou quase 1% acompanhando a divulgação do Fed (Federal Reserve), banco central dos Estados Unidos.
"O mercado está voltando um pouco após o Fed ter trazido um comunicado mais 'dovish' do que o esperado", disse para a agência de notícias Reuters o analista econômico da gestora Rio Gestão, Bernard Gonin.
Fundamentalmente, também dão suporte aos preços as informações sobre surtos de broca no Brasil, maior produtor e exportador da commodity no mundo. A colheita de café da safra 2017/18 avança no Brasil. De acordo com a Safras & Mercado, os trabalhos estavam em 73% até o dia 25 de julho. Levando em conta a estimativa da consultoria de 51,1 milhões de sacas de 60 kg, é apontado que já foram colhidas 37,06 milhões de sacas.
Leia mais:
» Café: Safras & Mercado estima colheita 2017/18 no Brasil em 73% até 25/07
Mercado interno
De acordo com reporte recente do Cepea (Centro de Estados Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), a retração de compradores e vendedores mantém liquidez baixa no mercado. "O clima mais frio tem atrasado o beneficiamento dos grãos, principalmente a secagem, limitando a oferta no mercado físico. Além disso, muitos produtores estão concentrados nas entregas futuras, em detrimento das negociações no spot, cenário que também tem travado as negociações do arábica", disse o Centro.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 510,00 e alta de 0,99%. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Espírito Santo do Pinhal (SP) que teve alta de 4,17% e saca a R$ 500,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 480,00 e alta de 3,23%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Franca (SP) com R$ 470,00 a saca e alta de 3,30%. A maior oscilação no dia dentre as praças verificadas.
Na quarta-feira (26), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 452,59 e alta de 1,55%.
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