Em Chicago, milho recua até 4% no pregão desta 4ª feira após USDA indicar aumento na safra americana
As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) despencaram no pregão desta quarta-feira (12). Os principais contratos do cereal ampliaram as quedas ao longo dia e finalizaram a sessão com perdas entre 14,75 e 16,00 pontos, uma desvalorização entre 3,48% e 4,08%. O vencimento setembro/17 era cotado a US$ 3,85 por bushel, enquanto o dezembro/17 era negociado a US$ 3,98 pro bushel.
Conforme dados das agências internacionais, os preços foram pressionados negativamente pelas novas projeções do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgadas nesta quarta-feira. Em seu novo reporte de oferta e demanda, o órgão revisou para cima safra 2017/18 de milho no país para 362,1 milhões de toneladas. Em junho, a projeção estava em 357,27 milhões de toneladas.
Os estoques finais do grão norte-americano também subiram de 53,6 milhões para 59,06 milhões de toneladas. Contudo, o número ainda está abaixo do indicado no mesmo período do ano anterior, de 60,2 milhões de toneladas do cereal.
A área plantada também apresentou ligeira alta e passou de 36,42 milhões para 36,79 milhões de hectares. Da mesma forma, a área colhida subiu de 33,35 milhões para 33,79 milhões de hectares.
E, ao contrário das especulações do mercado, o USDA manteve a perspectiva de produtividade das lavouras americanas em 180,67 sacas por hectare. Ao longo da semana, havia rumores no mercado internacional de que o departamento pudesse já revisar o rendimento das plantações devido ao clima adverso no Meio-Oeste.
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"Há um vigoroso debate entre analistas sobre cortes na produtividade do milho, e há quem aposte em perdas de até 5% se as projeções de clima pelas próximas duas semanas forem confirmadas", destacou a Granoeste Corretora de Cereais em seu comentário diário.
Nesse momento, as lavouras do cereal estão na fase de polinização, uma das mais importantes para o desenvolvimento da cultura. De acordo com o NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - nos próximos 8 a 14 dias, o Corn Belt ainda deverá registrar temperaturas acima da média. No mesmo período, algumas chuvas são previstas para algumas regiões do cinturão produtor.
Mercado brasileiro
A quarta-feira (12) foi de estabilidade aos preços do milho praticados no mercado doméstico. Conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, o preço caiu 4,00% em Ponta Grossa (PR), com a saca a R$ 24,00. Em Ubiratã, a perda ficou em 2,66%, com a saca a R$ 18,30 e em Londrina, ainda no estado paranaense, a desvalorização ficou em 2,56% e a saca a R$ 19,00.
No Porto de Paranaguá, a saca futura caiu 1,69% e finalizou o dia a R$ 29,00. Na contramão desse cenário, a saca de milho subiu 2,40% em Sorriso (MT) e encerrou a quarta-feira a R$ 12,80.
No mercado brasileiro, as atenções seguem voltadas para o andamento da colheita da segunda safra. Com o clima contribuindo nas principais regiões produtoras, os agricultores têm conseguido evoluir com os trabalhos nos campos. A projeção oficial é de uma safrinha da ordem de 65,62 milhões de toneladas nesta temporada.
Além disso, as operações de apoio à comercialização do cereal também continua no radar dos participantes do mercado.
BM&F Bovespa
Na bolsa brasileira, os preços futuros do milho fecharam o pregão desta quarta-feira do lado negativo da tabela. As principais posições da commodity caíram entre 1,93% e 4,00%. O setembro/17, referência para a safrinha, era cotado a R$ 26,39 a saca e o novembro/17 a R$ 27,94 a saca.
Além da queda de Chicago, as cotações também acompanharam as perdas registradas no dólar. A moeda norte-americana fechou o dia a R$ 3,2075 na venda, com queda de 1,40%. Segundo a Reuters, a perda é decorrente do otimismo depois da aprovação da reforma trabalhista e com a perspectiva de que o banco central americano não subira os juros além do esperado.
"A condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a nove anos e meio de prisão, que o coloca mais distante das eleições de 2018, também ajudou no movimento durante a tarde", destacou a Reuters.
Confira como fecharam os preços nesta quarta-feira:
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