Café: Negócios lentos no Brasil com produtores atentos à colheita e esperando melhores patamares de preço
Os negócios com o café arábica seguem calmos nas praças de comercialização do Brasil com os produtores ainda bastante atentos aos trabalhos de colheita no campo, esperando melhores patamares de preço e de olho nas informações sobre o clima no país. De acordo com as principais estimativas, a colheita brasileira se aproxima da metade.
O mercado interno trabalhou nesta terça-feira (4) sem sua principal referência, a Bolsa de Nova York (ICE Futures US), fechada por conta do feriado "Independence Day", nos Estados Unidos.
"No geral, os negócios no Brasil estão calmos e os preços lateralizados. Os produtores seguem sem motivação para irem ao mercado, pois aguardam melhores patamares de preço, também ainda estão atentos à colheita e clima", afirma a analista de mercado de café do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), Carolina Sales.
Na segunda-feira (3), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 448,38 e alta de 0,57%.
A especialista pondera que apesar da expectativa dos produtores de preços mais altos, o retrospecto em momentos de colheita costuma ser de cotações estabilizadas ou mais baixas. "O Indicador chegou até a subir nos últimos dias, mas baseado em questões técnicas e não fundamentais", explica Carolina.
Segundo estimativa divulgada na semana passada pela Safras & Mercado, até o dia 27 de junho, os trabalhos de colheita no Brasil estavam em 44% no Brasil. Levando em conta as estimativas da consultoria de 51,1 milhões de sacas de 60 kg neste ano no país, é apontado que foram colhidas 22,59 milhões de sacas.
A colheita de café dos cooperados da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé) estava em 35,02% da produção prevista até o dia 1º de julho, ou 2,38 milhões de sacas de 60 kg. O ritmo dos trabalhos no campo da maior cooperativa de cafeicultores do Brasil é semelhante ao registrado no mesmo período do ano passado.
Leia mais:
» Colheita de café dos cooperados da Cooxupé avança para 35,02% do total
Ainda de acordo com a analista do Cepea, com base no relato de colaboradores do Centro, os primeiros lotes de arábica apresentaram baixa qualidade de bebida porque foram impactados pela chuva durante a colheita, no entanto, neste momento, segundo Carolina, são vistos lotes melhores e também com peneiras dentro do esperado e atendendo aos padrões do mercado.
O frio deve continuar nesta semana nas áreas produtoras de café do Brasil, porém, conforme noticiamos são baixas as chances de acontecerem geadas. O meteorologista do Inmet, Manuel Rangel, afirma que uma nova massa de ar polar, que está na Argentina, está prevista para a próxima semana no Brasil. No entanto, ela terá um potencial menor.
Ronaldo Ferreira Cardoso, presidente do Sindicato Rural de Nova Resende (MG), destaca que as temperaturas chegaram a 7º C por volta das 3h da manhã na cidade que produz café. O município não recebeu geadas, mas as temperaturas estão muito baixas. Caso ocorresse uma geada, as lavouras que vão produzir a partir do ano que vem podem acabar não desenvolvendo floradas, disse.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com estabilidade e saca cotada a R$ 502,00. Não houve oscilação em nenhuma das praças no dia.
O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Franca (SP) com 470,00 a saca – estável. Sem variação nas praças verificadas.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) (estável), Franca (SP) (estável) e Patrocínio (MG) (estável), ambas com saca a R$ 460,00. Média Rio Grande do Sul teve a maior oscilação no dia com alta de 2,25% e saca a R$ 455,00.
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