Reunião da Câmara Setorial aborda venda de milho por contratos a termo
A possibilidade de comercialização de grãos de milho por meio de contratos a termo foi abordada durante a reunião realizada pela Câmara Setorial do Milho nesta quarta-feira (28), na sede da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação. Representantes do Sicredi e da Mapfre também apresentaram o seguro agrícola como uma forma de os produtores serem ressarcidos em caso de perdas de produção por causa de eventos climáticos.
Cesar Henrique Costa, presidente da Bolsa Brasileira de Mercadorias, apresentou o mercado a termo, um sistema de compra e venda de grãos que utiliza como instrumento de mediação um contrato simples entre vendedor e comprador, com uma cláusula arbitral em caso de não cumprimento do contrato por uma das partes. “O contrato a termo tem a vantagem de o produtor já saber que tem compra garantida antes mesmo de plantar. E a cláusula arbitral garante o cumprimento do contrato na maioria dos casos: menos de 0,5% dos contratos a termo com esta cláusula são inadimplentes”, detalhou. Se há alguma controvérsia, a situação é levada à Câmara Arbitral da BBM, que se vale de mecanismos da Lei de Arbitragem. “São mais de 100 árbitros especializados nos mais diversos setores do agronegócio, de forma que as decisões, além de mais rápidas que na justiça comum, vêm com alta qualidade técnica”, acrescentou.
O secretário Ernani Polo lembrou as oscilações no preço do milho, por causa do descompasso que acontece entre a oferta e a procura grão. “Se houvesse um equilíbrio, um melhoramento nessa gangorra de preços, seria melhor para ambos os lados”, pontuou. Ele também aproveitou para ressaltar que o grande desafio no Rio Grande do Sul é estimular o produtor a apostar no milho e não olhá-lo de forma isolada, mas observando os benefícios que o seu cultivo traz para a rotação de culturas.
Segundo o coordenador técnico da Câmara Setorial do Milho, Valdomiro Haas, o objetivo de convidar a BBM para a reunião da Câmara é mostrar aos produtores novas possibilidades de venda do milho, já que, no Estado, a aquisição por contrato a termo não é muito comum. “Queríamos demonstrar que outros mecanismos podem garantir o travamento de preços e trazer um pouco mais de segurança ao produtor”, explicou. O coordenador geral das Câmaras Setoriais e Temáticas, Rodrigo Rizzo, destacou a importância de se abordar temas como este no espaço das Câmaras: “Acredito que o papel de uma Câmara Setorial é trazer novas soluções e informações para o setor produtivo a que está vinculado, objetivo que cumprimos nesta reunião”.
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