Tarifa sobre importação pode não ser melhor solução para etanol do Brasil, diz ministro
SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil precisa ficar atento à elevação das importações de etanol neste ano, principalmente do biocombustível feito com milho nos Estados Unidos, mas a imposição de uma tarifa sobre as compras externas, que tem sido proposta ao governo federal por empresas do setor, pode não ser a melhor saída para garantir competitividade às usinas brasileiras no médio e longo prazo, disse nesta segunda-feira o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho.
Ao participar de seminário sobre etanol, o ministro afirmou que é "mais simpático" à adoção de medidas como a criação de uma nova versão da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para a gasolina, que seria a "Cide verde", ou ao uso de alíquotas de PIS/Cofins para dar competitividade ao biocombustível, uma vez que medidas contra importações poderiam gerar retaliação dos EUA, por exemplo.
"Essa questão da taxação (das importações de etanol) está sendo tratado por outros ministérios, e se vier terá nosso apoio e será bem-vindo, mas acho que se vier não durará muito tempo... acho que é uma solução emergencial, mas não vejo isso como solução estrutural... não é a ideia que mais me anima", disse Coelho Filho.
O governo brasileiro deverá analisar no início de julho uma taxação sobre a importação de etanol, hoje isenta de qualquer tributo, afirmou na semana passada o deputado federal Sérgio Souza (PMDB-PR), integrante da Frente Parlamentar do Setor Sucroenergético.
Ele acrescentou que a equipe econômica mostrou-se favorável à medida, uma reivindicação que vem sendo feita nos últimos meses pelo setor.
(Por Luciano Costa)
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