Arrozeiros sinalizam mudança de postura para a próxima safra
Produtores de arroz de diversas partes do Rio Grande do Sul estiveram reunidos na manhã desta sexta-feira, 9 de junho, no Sindicato Rural de Santa Maria (RS), para discutir temas como as perspectivas de financiamento para a safra 2017/2018 e o cenário econômico e financeiro da lavoura orizícola. O encontro foi promovido pela Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), em conjunto com a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag/RS), além do deputado federal Luiz Carlos Heinze.
De acordo com o presidente da Federarroz, Henrique Dornelles, estiveram participando do encontro representantes do setor arrozeiro de pelo menos 30 municípios produtores do Estado. Salienta que foi unânime entre os produtores a afirmação de que a produção de arroz está deficitária e que os atuais preços são desestimulantes para o plantio da próxima safra. "Em consenso os participantes concluíram a necessidade de plantar somente as áreas mais rentáveis, de maior potencial produtivo e de menor custo, mesmo que isto ocasione uma diminuição", salienta.
Na reunião, os arrozeiros participantes comentaram os problemas de descontos excessivos realizados pelas indústrias beneficiadoras na variedade Irga 424, além da redução do acesso ao crédito oficial e obrigatoriedade, por parte do sistema financeiro industrial e de cerealistas, de vencimentos realizados nos menores patamares de preços do ano. Segundo o presidente da Federarroz, foi solicitada a busca por uma securitização de 35 anos, principalmente para aqueles produtores que pretendem sair da atividade de forma digna. "Já aos produtores que estão extremamente dependentes do sistema financeiro, que somente faculta o pagamento à cotações mais baixas no momento da safra, recomenda-se a busca por contratos com preço pré-fixado ou que não plantem nesta safra", ressalta.
Os produtores também comentaram que existem empresas de fora do Rio Grande do Sul que propõem preços mais adequados para o casca, sem descontos, mas que o custo mais elevado de ICMS dificulta avanços. Um dos encaminhamentos do encontro é que se busque a redução do ICMS do arroz em casca para melhorar o escoamento da produção. Sobre o atual sistema do financiamento da safra de arroz, Dornelles acrescenta que a concordância dos participantes da reunião é de que este sistema já faliu. "Os contratos realizados para a aquisição de insumos sem preços pré-fixados que não dão a mínima estabilidade ao produtor não servem mais e só levarão os produtores à falência total e à desestruturação da cadeia do arroz no Rio Grande do Sul", salienta.
A recomendação é a de que este é o momento de renegociar arrendamentos extremamente elevados. Participaram também da reunião o coordenador da Comissão do Arroz da Farsul, Francisco Schardong, e Célio Fontana, representando a Fetag/RS.
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