Soja: Mercado em baixa, corrigindo as altas dos últimos dias, e na espera do relatório do USDA
Os contratos futuros de soja na bolsa de Chicago trabalham em queda na madrugada desta sexta-feira (09 de junho). O contrato de julho/17 , que está vivendo seus últimos dias como “driver” (*ler explicação abaixo) do mercado, vai trabalhando com baixa de 3 centavos por bushel, estando cotado, neste momento, a US$ 935 cents/bushel. O volume não é grande, cerca de 8 mil contratos sendo negociados até o momento.
Ontem, o julho chegou a trabalhar a US$ 944 c/bushel, mas acabou não conseguindo fechar acima da última resistência Fibonacci dos US$ 940, fechando em US$ 938. Como estamos comentando a alguns dias, muitos fundos estavam excessivamente vendidos em soja (e outras commodities agricolas também), e diante de um relatório do USDA que pode trazer surpresas nesta sexta-feira, eles resolveram diminuir essas posições vendidas. Para desmontar posição vendida, é necessário comprar, e então essas compras fizeram o mercado subir. Além disso, alguns mapas climáticos ao longo do dia ainda mostravam tempo bastante seco e quente para 10 dias à frente, e também rumores de estragos em algumas lavouras argentinas, por excesso de chuva (apesar que grande parte das lavouras argentinas já foram colhidas), ainda a ser verificado.
Outro fator que ajudou o tom altista do dia foi a notícia de que a China importou 9,6 milhões de toneladas em maio. Isso é quase 20% mais do que abril e 25% mais do que maio do ano passado. Ou os chineses estão antecipando compras, ou o consumo está aceleradíssimo por lá. Mas o mais provável que reduzam o ritmo um pouco nos próximos meses. As importações chinesas de soja no acumulado do ano já chegam a quase 32 milhões de toneladas, isso é 20% mais em relação a mesmo período do ano passado (janeiro a maio de 2016). Não é plausível que o consumo seja 20% maior de um ano para o outro, durante todo o ano. Acredito que as importações chinesas de soja em 2017 serão consideravelmente maiores do que em 2016, mas 20% a mais é algo quase insano, mesmo para os padrões chineses de crescimento.
Hoje, no relatório do USDA veremos se virá ou não alguma correção no numero de exportação. O perfil dos técnicos do USDA é de não promover um aumento drástico nas exportações e consequentemente de redução dos estoques. Se eles subirem muito o número de exportação, para algo em torno de 57 ou 58 milhões de toneladas, e nas próximas semanas a China cancela 2 milhões de toneladas, eles terão que corrigir novamente o numero de exportação. E isso é uma situação um tanto chata pra eles.
*Digo que o julho/17 está vivendo seus últimos dias como “driver” porque a cada dia ele está perdendo volume de contratos em aberto. O contrato driver é sempre aquele que tem o maior número de posições em aberto. Na semana passada, o julho/17 tinha cerca de 360 mil contratos em aberto. Hoje já está apenas 290 mil contratos em aberto (cada contrato tem 136 toneladas), e na medida em que se aproxima o seu vencimento, a tendência é diminuir mais a cada dia. Já o contrato de novembro/17 já está com 250 mil contratos em aberto, e logo vai se tornar o novo driver do mercado de soja, provavelmente lá por terça ou quarta da semana que vem. E quando isso acontecer, passarei a comentar e analisar graficamente o contrato de novembro/17, por ele ser o driver.
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