A JBS tem seu valor patrimonial afetado com queda das ações, mas isso não significa que o funcionamento da empresa será atingido
Desde a semana passada quando a JBS, maior empresa do mundo em produtos de origem vegetal, esteve no centro da Operação Bullish - que aponta prejuízo aos cofres públicos de R$ 1,2 bilhão, por supostas fraudes em aportes do BNDES -, o sentimento de apreensão tomou conta da pecuária nacional.
A preocupação é de que os escândalos envolvendo a empresa, que representa 1/4 da demanda nacional de abates, poderiam fragilizar a saúde financeira da JBS e comprometer o funcionamento dos negócios com boi gordo em todo país.
Na visão do pesquisador do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), Sérgio De Zen, embora as essas notícias depreciem o valor da JBS, os escândalos envolvem exclusivamente a família Batista que não é sócia majoritária.
A JBS abriu seu capital em 2007 e suas ações são negociadas na BM&FBovespa. Com isso, De Zen afirma ser possível que os demais sócios [possuidores de 53% das ações] afastem os irmãos Joesley e Wesley Batista da direção, permitindo o funcionamento da empresa.
"Deixar uma empresa deste tamanho entrar em colapso, pode gerar um impacto muito grande para o país", lembra o pesquisador. O fechamento da JBS teria um enorme efeito social e impacto na economia real.
De Zen afirma que é preciso ter cautela, evitando atitudes 'desesperadas', e lembra que o mercado financeiro reage a notícias momentâneas. "Toda reação irracional pode complicar muito a situação", completa.
Na abertura dos mercados nesta manhã as ações da JBS caíram 11,78%. Às 12:00, o dólar avançava 6,06 por cento, a 3,3237 reais na venda, depois de bater 3,4400 reais na máxima do dia. O dólar futuro subia 5,85 por cento, a 3,3330 reais.
Nesse sentido, o pesquisador ressalta que até mesmo uma alta do dólar neste momento [caso se mantenha], poderá beneficiar os exportadores brasileiros. "Devemos ter a cabeça muito fria e ser técnico", conclui.
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