Prazos apertados para faturamento e movimentação do milho reduzem interesse por leilões de Pepro e Pep

Nesta quinta-feira (11), foi realizada mais uma rodada de leilões para a comercialização do milho. Enquanto Pep e Pepro enfrentam problemas relacionados à data de comercialização, os contratos de opção foram 100% negociados.

Francisco Carlos Peres, da Labhoro Corretora, participou dos leilões e conta que o total comercializado no Pepro foi de 60%. Apesar dos prêmios terem melhorado, o problema se dá na exigência para que a movimentação do milho seja feita até o próximo dia 14 de junho. Produtores solicitaram, durante a semana, que esta data fosse alterada, mas a Conab manteve sua posição.

Peres conta que a logística das traders ainda está voltada para a soja e começa a se voltar para o milho apenas a partir do final de julho. Esta exigência, portanto, cria um empecilho e, por este motivo, sobrou volume a ser negociado, embora a necessidade dos leilões seja grande: a safra de milho brasileira foi estimada em 96 milhões de toneladas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e em 94 milhões de toneladas pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab). No Mato Grosso, segundo o Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (IMEA), a safra deve ficar em 28 milhões de toneladas.

O Pep, por sua vez, teve uma melhora em relação à semana passada, mas além deste mesmo problema enfrentado, acrescenta-se a questão de esse milho ter necessidade de pagamento para a mesma data exigida, o que afastou as traders no leilão.

O sucesso, entretanto, vem sendo visto nos contratos de opções, que foram 100% negociados, com ágio nos prêmios - que ficaram em R$1,10. Com um prazo maior, de 15 de setembro, "é natural que o produtor se coloque à disposição para pagar os prêmios negociados", diz Peres.