Com influência dos fundos e previsão de clima mais seco nos EUA, milho recua nesta 3ª feira na CBOT
Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão desta terça-feira (18) do lado negativo da tabela. Pelo segundo dia seguido, as cotações do cereal recuaram e exibiram desvalorizações entre 4,00 e 5,00 pontos. O contrato maio/17 era cotado a US$ 3,61 por bushel, enquanto o julho/17 era negociado a US$ 3,68 por bushel. Já o setembro/17 fechou a sessão a US$ 3,75 por bushel.
Segundo as agências internacionais, os preços da commodity foram pressionados pela movimentação de realização de lucros por parte dos fundos. Após os ganhos registrados recentemente, os investidores venderam as posições compradas, em um movimento natural de tomada de lucros.
Por outro lado, as previsões climáticas indicando um clima mais seco no Meio-Oeste dos EUA também ajudaram a pressionar negativamente as cotações. "Há novas previsões favorecendo condições mais secas na próxima semana, o que poderia ajudar os agricultores a avançar nos trabalhos nos campos", reportou o site internacional Farm Futures.
No final da tarde de ontem o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou que cerca de 6% da área prevista para essa temporada já foi cultivada com o grão. O percentual ficou abaixo das apostas dos participantes do mercado, que estavam entre 8% a 9%. E também do registrado no mesmo período do ano anterior, de 12%. A média para o período é de 9%.
Mercado brasileiro
Enquanto isso, na BM&F Bovespa, as cotações do cereal subiram no pregão desta terça-feira. As principais posições do cereal exibiram valorizações entre 0,36% e 1,66%. O contrato maio/17 era cotado a R$ 27,96 a saca e o setembro/17 a R$ 27,80 a saca. O novembro/17 finalizou o dia a R$ 28,11 a saca.
Segundo o analista de mercado da FocoMT Agentes Autônomos, Marcos Hildenbrandt, os preços encontraram suporte no anúncio reportado pelo Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, da liberação de R$ 800 milhões em apoio à comercialização do cereal. Ao todo, serão R$ 500 milhões para Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural) e Pep (Prêmio para Escoamento de Produto) para milho do Centro-Oeste.
Os outros R$ 300 milhões serão para contratos de opção. Diante das recentes quedas registradas nos preços do cereal, as medidas já eram esperadas pelos representantes do setor. Inclusive, em muitos estados produtores, as cotações futuras estão abaixo do valor mínimo fixado pelo Governo.
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>> Governo anuncia R$ 800 mi para apoiar comercialização de milho
Já no mercado interno, os preços do cereal acumularam ligeiras desvalorizações nesta terça-feira. Conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, em Castro (PR), o valor caiu 3,85%, com a saca do cereal a R$ 25,00. Na região de Campinas (SP), o dia também foi negativo com a saca a R$ 27,60 e perda de 3,50%.
Na localidade de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, os preços caíram 3,33%, com a saca a R$ 29,00. Em São Gabriel do Oeste (MS), a perda foi de 2,56%, com a saca a R$ 19,00. Em Goiás, nas praças de Jataí e Rio Verde, a desvalorização foi de 2,44%, com a saca a R$ 20,00.
Apesar da continuidade das quedas, os analistas reforçam que as cotações já chegaram ao fundo do poço e devem se estabilizar nos próximos dias. Além disso, a perspectiva é que os compradores retornem ao mercado após a Operação Carne Fraca.
Em longo prazo, a tendência ainda é de preços pressionados, uma vez que, até o momento, a safrinha caminha bem e os produtores deverão colher mais de 60 milhões de toneladas na temporada de inverno. Com isso, para enxugar o excedente de oferta, as exportações terão que ser maiores neste ciclo. Por enquanto, os números oficiais indicam embarques da ordem de 24 milhões de toneladas.
Confira como fecharam os preços nesta terça-feira:
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