Chuvas dos próximos dias podem atrasar plantio nos EUA

Publicado em 13/04/2017 17:21

Os preços da soja nesta semana registraram consecutivas sessões de alta na Bolsa de Chicago e parte deste avanço foi motivado, segundo explicam analistas e consultores, pelas especulações sobre o clima nos Estados Unidos. O excesso de chuvas que vem sendo registrado em algumas partes do Corn Belt traz preocupações sobre o início do plantio no país. 

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Os trabalhos de campo com o milho já foram iniciados - e até o último domingo (9), 3% da área já havia sido semeada, contra algo entre 6% e 7% que era esperado pelo mercado - e com a soja deverão ter início em maio. Novos números serão trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) na próxima segunda-feira (17). 

Em Iowa, maior estado produtor de milho dos EUA, o plantio do cereal ainda não havia sido iniciado até 9 de abril e em Illinois, segundo maior, apenas 1% da área estava semeada, contra a média do estado de 5% nos últimos cinco anos. E para os próximos dias, ainda se espera alguma dificuldade de progresso dada as condições de clima. 

Acumulado de chuvas em abril - AgWeb

Acumulado de chuvas em abril - Fonte: AgWeb

"A AgResource Brasil (ARC Brasil) aposta que a especulação irá achar problemas climáticos nos Estados Unidos, suportando novas altas no mercado e oferecendo novas oportunidades de vendas", aponta o boletim diário da consultoria. "O excesso de precipitações irá diminuir o ritmo de plantio na segunda quinzena do mês. O solo argiloso na maioria dos EUA dificulta a drenagem da água e a entrada de maquinário".

Apesar disso, para os próximos 10 dias, os mapas ainda mostram boas chuvas para a região do Corn Belt, como ilustra o mapa a seguir.

Chuvas nos EUA - 10 dias

Os intervalos dos próximos 5 e 10 dias indicam volumes acumulados expressivos de chuvas para o Meio-Oeste americano. Há identificada uma znoa de bastante umidade que vai do noroeste do Texas a Iowa nos próximos dias. O primeiro mapa indica as chuvas na previsão dos próximos 5 dias e o seguinte, o intervalo dos próximos 6 a 10. 

Mapas EUA

As informações sobre o clima nos EUA para as próximas semanas e meses, porém, ainda são bastante conflitantes neste momento, o que contribui para alguma volatilidade entre as cotações no mercado internacional. 

Em entrevista ao grupo Successful Farming, o professor da Universidade do Missouri, Tony Lupo afirmou acreditar em uma temporada de temperaturas dentro do normal e um tempo possivelmente mais úmido do que a média. "No início da formação do El Niño, o Meio-Oeste tem, tipicamente, verões amenos e úmidos, e é isso que esperamos para este ano", diz. 

Já o meteorologista Dale Mohler, do Accuweather, traz uma previsão com o oeste do Meio-Oeste - englobando o Nebraska, as Dakotas e partes do noroeste de Iowa - com chuvas abaixo da média no verão. Especificamente, o especialista acredita que estes estados receberão de 75% a 80% do acumulado que normalmente recebe. 

Já para o centro do Meio-Oeste, a previsão de Mohler indica chuvas normais, enquanto os estados do leste da área com volumes acima da média. "Se pensarmos nos três meses, temos junho mais úmido do que julho e agosto como o mês 'mais seco' dos três", diz. 

Sobre as temperaturas, o meteorologista do Accuweather vai na contramão do professor do Missouri e prevê que as mesmas serão mais altas do que o normal para os produtores do Meio-Oeste e do Corn Belt este ano, podendo superar de 1º a 3º as médias. 

El Niño

Evolução do El Niño nos últimos meses - Foto: Divulgação/CPC

Há ainda a possibilidade já sendo discutida pelos meteorologistas da ocorrência de um El Niño e, caso confirmado, poderia ser favorável à safra de grãos norte-americana. E nesta quinta-feira (13), o Centro de Previsão de Clima (CPC, na sigla em inglês), uma agência do Serviço Nacional de Clima dos EUA, revisou sua projeção mensal sobre o fenômeno e estima até 50% de chances de que o mesmo ocorra entre agosto e dezembro. Pelo menos até o final da primavera norte-americana, segundo a agência, as condições de neutralidade deverão permanecer. 

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Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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