Com atenção voltada ao clima nos EUA, milho fecha 4ª feira com ligeiras altas na Bolsa de Chicago
No pregão desta quarta-feira (12), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o dia com ligeiras valorizações. As principais posições do cereal acumularam ganhos entre 2,00 e 2,50 pontos, com o vencimento maio/17 cotado a US$ 3,69 por bushel. Já o julho/17 encerrou a sessão a US$ 3,76 por bushel e o setembro/17 operava a US$ 3,82 por bushel.
Conforme informações das agências internacionais, as atenções dos investidores do mercado estão voltadas ao plantio da nova safra nos Estados Unidos. "Os futuros do cereal avançaram com comerciantes focados nas incertezas sobre o clima no Meio-Oeste do país", reportou a agência Reuters internacional.
No início da semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou que em torno de 3% da área prevista para essa temporada já havia sido plantada. O percentual ficou em linha com a média dos últimos anos, mas 1% abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior. Os investidores apostavam em uma área cultivada entre 6% a 7%.
"Mas as chuvas essa semana pararam os trabalhos nos campos em algumas áreas e há preocupações com atrasos nos plantios. O clima continua úmido e as previsões climáticas ainda indicam chuvas até o final do mês", destacou a Reuters.
Em contrapartida, a Granoeste Corretora de Cereais reforçou em seu boletim diário que, na Argentina o excesso de chuvas prejudica os trabalhos de colheita. A perspectiva é que sejam colhidas 38,5 milhões de toneladas de milho na Argentina nesta temporada. Já no Brasil, a projeção é de uma safra de 93,5 milhões de toneladas.
Por outro lado, a demanda continua sendo um fator importante na composição dos preços no cenário internacional. Nesta quinta-feira, o USDA reporta seu boletim de vendas para exportação, importante indicador de demanda.
Mercado no Brasil
Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, o preço do milho caiu 9,30% na região de Campo Grande (MS), com a saca a R$ 19,50. Ainda no estado, em São Gabriel do Oeste, o valor cedeu 5,00%, com a saca a R$ 19,00.
Na região de Campinas (SP), as cotações voltaram a ceder nesta quarta-feira e saca fechou o dia a R$ 28,60, com perda de 1,72%. Porém, no Oeste da Bahia, o valor subiu 3,45%, com a saca do milho a R$ 30,00. Em Sorriso (MT), a saca também acumulou alta de 6,25%, com a saca a R$ 17,00. Nas demais praças pesquisadas o dia foi de estabilidade.
No mercado doméstico, os preços da commodity continuam pressionados negativamente diante da perspectiva de uma recomposição na oferta, conforme destacam os especialistas. Até o momento, a safrinha de milho caminha de forma satisfatória em grande parte das regiões produtoras.
Inclusive, em algumas regiões, os preços já trabalham próximos dos valores mínimos estabelecidos pelo Governo. O faz com que haja uma especulação no mercado sobre a possibilidade da intervenção do Governo para o escoamento da safra. A perspectiva é que sejam realizados leilões de PEP (Prêmio para Escoamento de Produto), Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural) e também leilões de opções.
Os analistas ainda reforçam que as exportações serão de extrema importância para enxugar o excedente de oferta no mercado. Por enquanto, as estimativas oficiais apontam para embarques da ordem de 24 milhões de toneladas do cereal nesta temporada.
No acumulado do primeiro trimestre do ano, o país embarcou 2,18 milhões de toneladas de milho, contra as 11,86 milhões de toneladas registradas no mesmo período do ano anterior. Somente em março, as exportações totalizaram 243 mil toneladas do grão. As informações foram divulgadas pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
A grande incerteza se dá por conta do comportamento cambial. A moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 3,1339 na venda, com queda de 0,45%. Ainda segundo o G1, os investidores ainda avaliam a aprovação da reforma da Previdência mesmo após vários ministros do governo e parlamentares se tornarem alvo de inquéritos da Lava Jato.
Já na BM&F Bovespa, as cotações do cereal encerraram o dia em campo misto, com ligeiras movimentações. O maio/17 era cotado a R$ 27,01 a saca, com queda de 0,66%, o setembro/17, referência para a safrinha, encerrou o dia a R$ 27,45 a saca, com ganho de 0,18%.
Confira como fecharam os preços nesta quarta-feira:
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