Com influência da oferta, milho registra mais uma semana de desvalorização na Bolsa de Chicago
Nessa semana, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) acumularam desvalorizações entre 0,97% e 1,30%, conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes. A sessão desta sexta-feira (7) também foi negativa e as principais posições da commodity exibiram quedas entre 1,25 e 1,50 pontos. O contrato maio/17 era cotado a US$ 3,59 por bushel, enquanto o julho/17 era negociado a US$ 3,67 por bushel.
De acordo com informações das agências internacionais, os preços continuam pressionados pela perspectiva de uma grande safra na América do Sul, o que pode impactar as exportações norte-americanas. "Se você perguntar para muitos participantes do mercado por que as exportações dos EUA se movimentam para um nível recorde esse ano, a resposta mais comum seria que os preços eram muitos mais baratos", destaca Darell Holaday, da Country Futures.
"Mas isso não está realmente correto. A razão pela qual as exportações são maiores é devido à queda na produção na América do Sul registrada no ano anterior, o que gerou um enorme vazio nos embarques de milho dos EUA ao Mar Negro. Porém, esse vazio não estará lá esse ano e é, por isso, que o mercado está litando nesse momento", completa Holaday.
Do lado da oferta, as atenções dos participantes do mercado estão voltadas ao plantio da safra nos Estados Unidos. A perspectiva é que os trabalhos se intensifiquem nesse e no próximo mês. Porém, em algumas regiões, a semeadura do grão já teve início. No Sul do país, a perspectiva é que próximo de 3% da área já tenha sido semeada.
Contudo, conforme destacou a Granoeste Corretora de Cereais, "a perspectiva de redução de área nos EUA e possíveis atrasos na colheita da Argentina funcionam como fatores de suporte".
Mercado brasileiro
Já no mercado brasileiro, as cotações do cereal registraram mais uma semana de desvalorização. Em Cristalina (GO), o valor caiu 25,81%, com a saca a R$ 23,00. Na região de Uberlândia (MG), a queda foi de 14,81%, com a saca a R$ 23,00. Ainda no estado mineiro, em Paracatu, a saca fechou a semana a R$ 24,00, com recuo de 14,29%.
Já em Sorriso (MT), a perda foi de 5,56%, com a saca do cereal a R$ 17,00. Em Campo Novo do Parecis, os preços cederam 4,76% e a saca fechou a semana a R$ 20,00. Enquanto isso, no Porto de Paranaguá, o preço subiu 3,57%, com a saca futura a R$ 29,00.
Os analistas reforçam que as cotações permanecem pressionadas no mercado interno diante da evolução da colheita da safra de verão e também das boas perspectivas para a safrinha de milho. Além disso, a deflagração da Operação Carne Fraca também gerou incertezas nos compradores, que ficaram mais cautelosos na aquisição do produto.
"Com uma disponibilidade de milho acima de 97 milhões de toneladas e uma estimativa de consumo interno de 56 milhões de toneladas, precisaremos encontrar compradores para mais de 41 milhões de toneladas. Esse é o nosso desafio", disse o pesquisador do Cepea, Lucilio Alves.
Para essa temporada, a projeção é que sejam embarcadas 30 milhões de toneladas de milho. A preocupação dos participantes do mercado ainda é em relação ao comportamento cambial e o nível dos preços externos também precisarão ser analisados.
BM&F Bovespa
Na BM&F Bovespa, as cotações do cereal encerraram o pregão desta sexta-feira em campo misto. Os primeiros vencimentos subiram entre 0,11% e 0,44%. Já os mais distantes caíram entre 1,06% e 1,21%. O maio/17 era cotado a R$ 27,10 a saca, enquanto o novembro/17 era negociado a R$ 27,81 a saca.
O mercado também tenta se ajustar aos preços praticados no mercado físico. Além de ter a influência do mercado em Chicago e também do dólar. A moeda norte-americana fechou a sexta-feira a R$ 3,1502 na venda, com alta de 0,14%. Conforme dados da Reuters, a alta é decorrente do anúncio do Governo brasileiro que anunciou uma meta do déficit primário para 2018, pior do que a esperada pelo mercado.
Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira:
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