Capim amargoso resistente ao glifosato requer manejo diferenciado para garantir eficiência e evitar concorrência com a soja
O pesquisador Pedro Rampazzo, em entrevista ao Notícias Agrícolas, faz um alerta em relação ao aparecimento do capim amargoso no cultivo da soja - tanto no cerrado do Brasil quanto no país como um todo.
A incidência desse capim pode levar a lavoura a ter uma queda de produtividade de até 40%, com prejuízos em torno de R$600 mil para os produtores. Além disso, ele também pode competir diretamente com a planta por espaço na lavoura.
Isso se dá porque muitas populações já mostram certa resistência em relação ao glifosato. Como o capim amargoso é uma planta daninha, ele possui um crescimento rápido com alta produção de sementes - que pode chegar até a 140 mil sementes por planta. Essas sementes podem ainda ser carregadas por máquinas e outros instrumentos agrícolas, muitas vezes sendo disseminadas para outras áreas.
Além do crescimento rápido, essa planta também pode formar sombra sobre a soja plantada, o que dificulta a entrada da luz solar e também gerar problemas no sistema de filtro das colheitadeiras, onde deveria entrar a soja.
Os produtores têm buscado muitas informações, segundo Rampazzo. Ele aponta que esse é o primeiro passo a ser tomado antes de partir para o manejo. Depois, é preciso ter algumas estratégias, como o uso de um pré-emergente, como um herbicida graminicida antes do plantio da soja, evitando que as sementes se tornem capim amargoso. Para as sementes que germinam já em uma fase mais adulta, a associação de herbicidas e glifosato pode ser utilizada para o controle das sementes.
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