Diante da projeção de grande safra no Brasil, milho tem queda de até 7% no mercado interno na semana
As cotações do milho praticadas no mercado doméstico registraram mais uma queda nessa semana. Conforme levantamento do economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, em Assis (SP), o preço caiu 7,41%, com a saca a R$ 25,00. Já em Uberlândia (MG), a cotação caiu 6,67%, com a saca a R$ 28,00. Em Santa Catarina, em Palma Sola, o valor caiu 6,25%, com a saca a R$ 22,50.
No Paraná, nas praças de Ubiratã, Londrina e Cascavel, os preços cederam 6,38%, com a saca do cereal a R$ 22,00. Na região de Panambi (RS), a desvalorização foi de 4,74%, com a saca do cereal a R$ 20,52. No Porto de Paranaguá, a queda ficou em 3,39%, com a saca a R$ 28,50.
"Os preços já vinham caindo diante da grande expectativa de colheita no país. O clima contribuiu para a primeira safra e permanece favorecendo a safrinha. E, nesse instante, temos um grande baque com a Operação Carne Fraca, que criou uma insegurança nos compradores de milho. Agora temos um problema na parte da demanda também, com oferta em alta e demanda em baixa", destaca o analista de mercado da Ouro Investimentos, Maurillo Marcondes Larios.
Diante desse quadro, a perspectiva é que o país precise exportar um volume maior de milho nesta temporada para enxugar o excedente de oferta. Neste ciclo, a projeção é que sejam embarcadas 30 milhões de toneladas.
"Essa seria a estratégia, exportar mais para compensar a questão da demanda. Minha preocupação é qual será o valor do dólar. Com essa tendência de queda de preços, a nossa receita pode ser menor. Com essa incerteza, é melhor que o produtor faça uma proteção, através de uma operação de put na BM&F Bovespa", pondera o analista da Ouro Investimentos.
Nesta sexta-feira, a moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 3,1083 na venda, com perda de 0,94%. Segundo a Reuters, "o dólar terminou a sexta-feira com queda firme, de volta ao nível de 3,10 reais, em movimento de correção após ganhos nas sessões anteriores e em sintonia com o movimento no mercado internacional".
Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho voltaram a cair. De acordo com levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, as principais posições da commodity acumularam desvalorizações entre 2,63% e 3,06% na semana. Nesta sexta-feira, os vencimentos do cereal exibiram ligeiras perdas entre 0,50 e 0,75 pontos. O contrato maio/17 era cotado a US$ 3,56 por bushel, já o julho/17 trabalhava a US$ 3,63 por bushel.
Ao longo dos últimos dias, o mercado tem operado de maneira técnica, conforme ponderam os especialistas. Além disso, a perspectiva de uma grande safra na América do Sul, especialmente no Brasil, e que pode impactar as exportações americanas, também ajuda a pressionar negativamente os preços no mercado internacional.
Ainda nesta sexta-feira, a Benson Quinn Commodities, os preços poderiam ter novas baixas, com o dezembro/17 podendo atingir o patamar de US$ 3,52 por bushel. "Eu não ficaria surpreso ao ver um teste desse nível, já que os técnicos continuam a oferecer um tom negativo", reportou ao site internacional Agrimoney.com.
Em contrapartida, os participantes do mercado também voltam as suas atenções para a safra norte-americana. O primeiro relatório oficial de plantio da produção dos EUA será reportado na próxima sexta-feira.
"E temos expectativas de boa umidade no Meio-Oeste dos EUA quando o plantio começar. E a queda nos preços da soja também aumentou a pressão sobre os preços do milho, que atingiu uma baixa de 10 semanas", destacou o Agrimoney.com.
Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira:
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