Fed eleva juros diante de ganhos de emprego e inflação nos EUA

Publicado em 15/03/2017 18:39

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Por Howard Schneider e Jason Lange

WASHINGTON (Reuters) - O Federal Reserve elevou a taxa de juros dos Estados Unidos pela segunda vez em três meses nesta quarta-feira, movimento impulsionado pelo crescimento econômico estável, ganhos de emprego fortes e confiança de que a inflação está subindo para o alvo do banco central norte-americano.

A decisão de elevar a meta de juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa entre 0,75 e 1 por cento, marca uma das decisões mais convincentes do Fed até agora no esforço de retornar a política monetária para uma posição mais normal.

O Fed também havia elevado os juros em 0,25 ponto em dezembro.

Entretanto, o comitê de política monetária do Fed não indicou qualquer plano de acelerar o ritmo do aperto monetário. Embora a inflação esteja "perto" da meta de 2 por cento do Fed, o banco central destacou que a meta é "simétrica", indicando uma possível disposição para permitir que os preços subam a um ritmo ligeiramente mais rápido.

Mais aumentos dos juros seriam apenas "graduais", disse o Fed no comunicado, com as autoridades mantendo seu cenário de mais duas altas este ano e três mais em 2018. O Fed elevou os juros uma vez em 2016.

O investimento empresarial "parece ter se firmado um pouco", destacou o Fed em uma linguagem que reflete um senso mais forte do ímpeto da economia.

Novas previsões econômicas divulgadas com o comunicado mostraram pouca mudança em relação às de dezembro e deram poucas indicações de que o Fed tem uma visão clara de como as políticas da administração Trump podem impactar a economia em 2017 e depois.

"Com ajustes graduais na postura de política monetária, a atividade econômica vai se expandir a um ritmo moderado", disse o Fed, mantendo a linguagem que usou nos comunicados anteriores.

Os mercados acionários ampliaram os ganhos e os rendimentos dos Treasuries caíram diante do cenário econômico benigno e a trajetória estável contínua dos aumentos dos juros sinalizada pelo Fed.

"Alivia alguns dos temores que tínhamos de que talvez o Fed iria elevar os juros mais rápido no futuro. Eles escolheram não sinalizar isso", disse o chefe de investimentos do Commonwealth Financial Brad McMillan.

As projeções do Fed mostram expectativa de que a economia crescerá 2,1 por cento em 2017, previsão inalterada sobre dezembro. A mediana para os juros no longo prazo, onde se julgaria que a política monetária tem efeito neutro sobre a economia, permaneceu em 3 por cento.

A taxa de desemprego que as autoridades do Fed esperam até o fim do ano continuou em 4,5 por cento, enquanto o núcleo da inflação foi estimado em 1,9 por cento sobre 1,8 por cento antes.

O aumento dos juros acontece em meio a uma melhora generalizada no cenário econômico mundial e uma noção entre as autoridades do banco central de que a economia dos EUA está perto das metas de emprego e inflação.

O presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, foi o único dissidente na decisão desta quarta-feira, dizendo que preferia manter os juros.

O GLOBO: Banco central dos EUA eleva juros e aponta para novas altas

Federal Reserve sugere que inflação se encaminha para meta de 2%

NOVA YORK - O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) subiu as taxas de juros pela segunda vez em três meses. O comunicado da autoridade monetária americana aponta que haverá mais aumentos de juros no futuro. O movimento foi impulsionado pelo crescimento econômico estável, ganhos de emprego fortes e confiança de que a inflação está subindo para o alvo do banco central norte-americano.

A taxa de juros nos Estados Unidos foi elevada em 0,25 ponto percentual, para um intervalo entre 0,75% e 1%. A decisão, no entanto, não foi tomada por unanimidade: houve um voto contra. Esta foi a terceira elevação dos juros nos EUA após quase uma década em níveis próximos de zero. A primeira alta ocorreu em dezembro de 2015.

No comunicado, o Fed advertiu que a inflação caminha para a meta de 2%. Ao anunciar o primeiro aumento dos juros na presidência de Donald Trump, o banco central não indicou se a taxa será aumentada mais rápido se a Casa Branca lançar uma política de estímulos econômicos com cortes de impostos e aumentos de gastos.

O movimento veio em linha com o que vinha sendo esperado pelo mercado. A presidente do Fed, Janet Yellen, já tinha afirmado que uma alta de juros este mês era “apropriada”.

Segundo a consultoria Capital Economics, a expectativa é de duas novas altas dos juros em 2017 e outras duas em 2018. Assim, a taxa deve chegar a um intervalo entre 1,50% e 1,75% no fim deste ano e para algo entre 2,50% e 2,75% no fim de 2018.

A elevação de juros nos Estados Unidos reflete o fortalecimento da maior economia do mundo, com mercado de trabalho mais aquecido e taxa de desemprego em queda. Ganhos de produtividade nos últimos anos na economia americana permitem que esse movimento seja feito de forma mais gradual.

No Brasil, o dólar intensificou o movimento de queda após a decisão de alta dos juros nos EUA.

Juros maiores nos EUA farão dólar vai subir no Brasil

RIO - O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) elevou as taxas de juros do país em 0,25 ponto percentual, para um intervalo entre 0,75% e 1%. É o segundo aumento em três meses. O movimento de alta, iniciado em dezembro de 2015 após quase uma década em níveis próximos de zero, tem impacto em economias emergentes, como o Brasil.

No fim de fevereiro, a maioria dos investidores apostava que a taxa ficaria inalterada na reunião realizada nestas terça e quarta-feira. Os mercados já viam uma probabilidade de 92% de uma alta em março, contra 40% uma semana atrás.

Um dos riscos da elevação da taxa nos Estados Unidos seria uma fuga de capital para lá. É que juros maiores nos EUA tendem a atrair mais investidores — já que o país é considerado de risco zero —, que retirariam recursos de mercados como o brasileiro, onde as taxas de juros são maiores, mas o risco, também.

Outro ponto que pesa para mercados emergentes é o fato de serem países que têm elevado endividamento em dólar. Quando há migração de recursos de investidores globais para o mercado americano, cresce a pressão sobre a taxa de câmbio no curto prazo, podendo resultar em uma possível desvalorização do real frente ao dólar.

As mudanças que o Brasil tem implementado na economia desde o início do ciclo de alta nos Estados Unidos, porém, fazem com que o país esteja mais preparado para lidar com essa alteração no mercado externo. Uma das formas de se avaliar isso é pelo risco-país, medido pelo Credit Default Swap (CDS). No fim de dezembro do ano passado, quando o Fed elevou os juros pela primeira vez desde a crise financeira global de 2008, ele estava em 494 pontos centesimais. Atualmente, o indicador está em 226 pontos centesimais. Quanto mais baixo melhor.


 

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Fonte:
Reuters + O Globo

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