Com suporte da demanda, milho fecha em campo positivo pelo 2º dia consecutivo na Bolsa de Chicago
Pelo segundo dia consecutivo, os preços do milho fecharam em campo positivo na Bolsa de Chicago (CBOT). Nesta quarta-feira (22), as principais posições do cereal acumularam ganhos de 1,75 pontos. O contrato março/17 era cotado a US$ 3,71 por bushel e o maio/17 a US$ 3,78 por bushel. O julho/17 finalizou a sessão a US$ 3,85 por bushel.
Conforme dados das agências internacionais, as cotações do cereal foram sustentadas por informações vindas do lado da demanda. Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou a venda de 136 mil toneladas do cereal para a Coreia do Sul. Nesta terça-feira (21), o órgão anunciou a venda de 111.200 mil toneladas para destinos desconhecidos.
Porém, a falta de notícias ao longo do dia fez com que as cotações perdessem um pouco a força, segundo destacou o site internacional Agriculture.com. Além disso, os participantes do mercado ainda aguardam o relatório do Agricultural Outlook Fórum realizado pelo USDA.
"A maior parte da atenção está voltada para o relatório do USDA que mostrará a área que deverá ser cultivada no país na próxima safra. A maioria dos investidores não parece muito ansiosa para fazer as tabelas de oferta e demanda", disse o analista de mercado da Price Futures Group, Jack Scoville.
Paralelamente, a safra na América do Sul continua no radar dos investidores. Especialmente a situação do Brasil, com o andamento da semeadura da segunda safra de milho.
Mercado interno
Os preços do milho praticados no mercado doméstico recuaram nesta quarta-feira (22). Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, em Campo Grande (MS) a saca do cereal caiu 4% e finalizou o dia a R$ 24,00. Em Londrina (PR), a perda ficou em 1,96%, com a saca a R$ 25,00.
Já no Oeste da Bahia, o recuo foi de 1,95% com a saca do cereal a R$ 37,75. Em Luís Eduardo Magalhães (BA), a saca terminou o dia a R$ 38,00, com queda de 1,30%. No Porto de Paranaguá, o preço futuro, para entrega em setembro/17, ficou em R$ 30,50, com desvalorização de 1,61%.
Na visão do consultor de mercado da Céleres Consultoria, Anderson Galvão, o quadro é decorrente do recuo registrado no câmbio e também da perspectiva de uma recomposição na oferta do cereal. Para essa temporada, as projeções indicam uma safra próxima de 87,40 milhões de toneladas do grão. E, somente, 58,59 milhões de toneladas deverão ser colhidas na segunda safra.
“E tirando alguns problemas pontuais com excesso de chuvas em Mato Grosso, a safra de milho inverno será cultivada dentro de condições próximas da normalidade. Cenário que associado à melhora nos investimentos em sementes e tratos culturais poderá resultar em uma produção recorde”, diz Galvão.
Inclusive, o especialista ainda destaca que a perspectiva para os preços só não é pior, pois a demanda por milho ainda permanece firme no mercado interno e também no internacional. E que o embate entre os EUA e o México poderia trazer algumas oportunidades pontuais de exportação aos produtores rurais brasileiros.
BM&F Bovespa
Nesta quarta-feira, os futuros do milho na BM&F Bovespa encerraram o pregão com ligeiras altas. As principais posições do cereal exibiram ganhos entre 0,10% e 2,78%. O vencimento março/17 era cotado a R$ 34,27 a saca e o maio/17 a R$ 31,00. O setembro/17 finalizou a sessão a R$ 29,83 a saca.
Apesar da queda do dólar, as cotações ainda foram influenciadas pela alta registrada nos preços no cenário internacional. Por sua vez, a moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 3,07 na venda, com queda de 0,65%.
Segundo a Reuters, "a moeda caiu depois de o Federal Reserve, banco central norte-americano, não endossar apostas mais fortes de aumento de juros em breve na maior economia do mundo".
Confira como fecharam os preços nesta quarta-feira:
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