Pesquisa: Lula seria eleito hoje presidente. Viva a direita xucra!!! (por REINALDO AZEVEDO)

Publicado em 16/02/2017 08:40
Revolução dos Idiotas: PT faz direita xucra zurrar de prazer... (por Reinaldo Azevedo, em veja.com)

Se a eleição fosse hoje, segundo pesquisa CNT, Luiz Inácio Lula da Silva venceria a disputa. E com folga. Os inocentes acham que o PT é carta fora do baralho. O partido não vai bem das pernas. Lula sempre foi outra coisa, e não percebê-lo constitui erro fatal, que se está cometendo de novo. Em 2002, ano em que o PSDB foi apeado do poder, foi assim. “Ah, mas Lula não será candidato porque condenado em segunda instância…” Pode ser! E que se cumpra a lei. Mas só um idiota ficaria feliz com o fato de um grupo de togados fazer pelo Brasil o que o povo não faria por si mesmo. Já chego aos números. Antes, eu vou falar dos meus vários, múltiplos e infindáveis acertos. Sim, eu estava certo. E aqueles que me atacaram nesse período, estavam errados.

É possível combater a corrupção e o crime sem desrespeitar a lei. E a Lava Jato desrespeita. Da forma como se dão as prisões preventivas, passando pelas entrevistas coletivas de procuradores a denunciar complôs inexistentes, chegando à indústria de vazamentos, tem-se o óbvio: o escárnio do estado de direito. E nada disso era e é necessário.

Essa herança de desrespeito pelo devido processo legal será aproveitada por governos vindouros — quem sabe pelo próprio Lula, não é? Como é mesmo? “Se todos são a mesma merda, por que não Lula?” Ou ainda: “Se todos são iguais, então Lula é melhor”. Até porque ele já foi testado e “funciona” — em inglês, a versão é precisa: Lula “works”. O verbo tem um sentido mais amplo e mais concreto do que o nosso “funcionar”. Sim, na vigência de seu mandarinato, a vida dos pobres melhorou. À custa de empenhar o futuro. Até aí, tadinho, quem advertia para isso era Reinaldo Azevedo… Que vivia debaixo de porrada.

Antes dos números, vou ainda mais fundo.

A Lava Jato, a continuar tudo como está, será o caminho mais longo, mais traumático, mais caro, mais recessivo, mais amalucado entre a esquerda e a esquerda. Mais ainda: terá gerado o maior surto de impunidade da história do país. Aliás, quero ser mais preciso, e com uma tese mais geral: na grande disputa que há hoje no Brasil, existem, de fato, três partidos:

— PT e associados de esquerda;

— PMDB-PSDB e associados do “Centrão”;

— Lava Jato e Imprensa.

O PT é o de sempre. Tem lá as suas crenças e se preparou para viver um tempo de martírio, sem nunca se desligar de seu demiurgo. É ele que confere legitimidade à mística de que os pobres estão aí para dividir. O núcleo PMDB-PSDB tem lá algumas convicções um pouco mais alinhadas com o mercado, vêm de uma cultura política — e só a política! — um pouco mais identificada com o liberalismo, mas tem sido incapaz de incendiar as imaginações com uma gesta, com uma luta.

E há o terceiro partido — este, sim, muito complicado porque, a rigor, é o mais autoritário dos três. Está convicto de que certas regras do estado de direito só servem à impunidade. Esse partido está convencendo a sociedade de que:

 toda a classe política é larápia e corrupta;

 mesmo o funcionamento normal da gestão obedece a interesses menores;

 só existe uma fonte de verdade no país: a Lava Jato;

 as leis que temos só servem para proteger bandidos;  se for para o bem do país, que mal há em desrespeitar as leis e a Constituição? Desde que o alvo não seja “o nosso partido”, tudo bem.

Para ilustrar o que vai acima: vi ontem o ministro Eliseu Padilha ser demonizado porque afirmou que a nomeação de um ministro da Saúde do PP haveria de implicar que o partido votasse com o governo.

A coisa foi tratada como escândalo.

Os movimentos que foram às ruas pedir a deposição de Dilma Rousseff têm um protesto marcado para o dia 26 de março. Um dos itens da pauta, ora vejam!, é a defesa da Lava Jato — ou quase isso. Há lá coisas como o apoio à reforma da Previdência, a reforma trabalhista, fim da mamata aos políticos etc. e tal. Bem! Viva a Lava Jato, claro! Mas ela corre risco?

O ato, se realizado, é evidência de alienação. O Brasil real está passando por outro lugar. Não se trata de uma disputa de “narrativas” — essa palavra cujo sentido maldito o tal Pablo Capilé instituiu, o que foi assimilado pelos conservadores. Trata-se de encarar os FATOS. NOTA: essa conversa de que tudo é narrativa embute uma má-fé, mesmo que involuntária. No fim das contas, o que se quer saber é quem apresenta a versão mais eficiente. “Disputa de narrativas” é uma conversa de historiadores — importante, sim! —, mas apropriada de forma indevida por militantes políticos. No fim das contas, essa tal narrativa é só a faixa mais estreita da ideologia. Sim, esquerdistas e conservadores têm de ler “A Ideologia Alemã”, de Marx.

Não é só falta de leitura da realidade que nos assombra. Também é a falta de leitura.

Na madrugada de domingo pra segunda, escrevi aqui quatro posts da série “A Revolução dos Idiotas”. Os títulos são muito significativos:

 Revolução dos Idiotas 1 – PT faz direita xucra zurrar de prazer”;

 Revolução dos Idiotas 2 – Esquerda exige direita xucra nas ruas”;

 Revolução dos Idiotas 3 – Discurso da Lava jato absolve o petismo”;

 Revolução dos Idiotas 4 – Xucros pavimentam volta das esquerdas.

Sim, é claro que eu estava certo. É claro que estou certo.

Ah, os números que importam estes:

PRIMEIRO TURNO
Cenário 1
Lula 30,5%
Marina Silva 11,8%
Jair Bolsonaro 11,3%
Aécio Neves 10,1%
Ciro Gomes 5,0%
Michel Temer 3,7%

Cenário 2 – 1° turno
Lula 31,8%
Marina Silva 12,1%
Jair Bolsonaro 11,7%
Geraldo Alckmin 9,1%
Ciro Gomes 5,3%

Cenários 1, 2 e 3 – 2º Turno
Lula 39,7%
Aécio 27,5%

Lula 42,9%
Temer 19%

Lula 38,9%
Marina 27,4%

Há outros números importantes, que dizem respeito ao governo Temer e que também podem ter impacto eleitoral negativo — isto é, em favor das esquerdas.

Os conservadores brasileiros precisam consumir mais feijão e livros. Ou o que lhes resta? Rezar agora para que um tribunal consiga livrar o Brasil de si mesmo. Ou por outra: espera-se que a toga faça o que a maioria não quer.

Encerro

Ah, sim: esse cenário é um alento e tanto para o PT e para Lula. Mas essa conquista tem mesmo é de ser atribuída ao PAMPI: o Partido do Ministério Público e da Imprensa.

Ah, claro: ainda vou falar mais do PAMPI.

E também escreverei sobre o espetáculo grotesco de impunidade.

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Lula, a Inês de Castro barbuda: depois de morta, ela foi rainha! (POR REINALDO AZEVEDO)

Ex-presidente pede ao pleno do Supremo que examine liminar de Gilmar Mendes que o impediu de ser ministro de Dilma. Pra quê? Leiam

E Lula quer ser aquele que foi sem nunca ter sido. É o nosso candidato a Inês de Castro do petismo: aquele que, depois de morto (refiro-me ao projeto do PT), tornou-se ministro. Já chego lá.

É chato ter de ficar repetindo as coisas, mas lá vai. Só os petistas e certa direita xucra sustentam que o Apedeuta estava para o governo Dilma como Moreira Franco está para o de Michel Temer.

O que os diferencia? Tudo! Comparados ambos, cada um em seu tempo, estão em situações diversas. Lula já era formalmente um investigado, o que Moreira Franco não é. Sabe-se, em razão de um vazamento, que foi citado por um delator da Odebrecht.

Lula não exercia cargo nenhum no governo Dilma. Claramente, buscou-se guindá-lo à Casa Civil à época para tirá-lo das garras de Sergio Moro. Mais do que isso: ele era considerado o único com condições, no petismo, de barrar o impeachment. Tanto é assim que montou num hotel o que estava destinado a ser um balcão de favores.

Moreira Franco já era um dos principais interlocutores do presidente Michel Temer, com mais influência do que a esmagadora maioria dos ministros. Na prática, era já um ministro. Não foi um arranjo, improviso.

Agora Inês de Castro

Mas Lula não se conforma, certo? Se Inês, “depois de morta, foi rainha” (pesquisem rapidamente sobre a vida da nobre senhora…), na formulação literalmente imortal de Camões, Lula, depois de apeado do poder, quer ser ministro. Nem que seja simbólico.

Ele formalizou um pedido no Supremo para que o pleno decida se sua nomeação foi ou não legal. E o fez pouco depois de Celso de Mello negar liminar suspendendo a posse de Moreira Franco. Como se sabe, liminar concedida por Gilmar Mendes, em março do ano passado, impediu a posse do ex-presidente na Casa Civil, apontando desvio de função.

Escreve a defesa de Lula no pedido para que a decisão de Mendes seja apreciada pelo pleno: “Verifica-se, portanto, que em situação em tudo e por tudo idêntica à do peticionário não se impôs qualquer óbice para a assunção da função de ministro de Estado por Wellington Moreira Franco”.

Só a direita aborrecida e as esquerdas acham que são coisas equivalentes.

Mas por que agora?

Bem, vamos ver. Mendes concedeu a liminar. Antes que um recurso fosse apreciado pelos demais ministros, Dilma foi afastada da Presidência em razão da aceitação, pelo Senado, do processo de impeachment — vale dizer: tornou-se ré. E Lula, claro, não chegou a ministro.

Efeito prático?
A defesa do ex-presidente afirma: “Embora a liminar deferida nestes autos já tenha produzido graves — e irreversíveis — consequências para o Peticionário e para o País, não se pode permitir que um ato jurídico válido, que foi a nomeação do peticionário para o cargo de ministro de Estado, fique com uma mácula indevida”.

É evidente que Lula pretende mais do que ser uma simples Inês de Castro barbuda. Caso o Supremo decida reexaminar a questão e na hipótese de a liminar de Mendes ser simbolicamente derrotada, é claro que Lula sairá por aí a se dizer uma vítima.

E quem vai se ocupar do pedido? Bem, a petição teve ser enviada ao próprio Mendes. Suponho que, em algum momento, o ministro vai fazer uma consulta ao plenário a respeito.

Ah, ocorreu-me agora: irá ele reivindicar por algum tempinho ao menos o foro especial por prerrogativa de função?

Isso tudo não passa, como é evidente, de espuma política. Mas Lula é político, não é? Nem sempre é uma atividade em que  a lógica e o bom senso se estreitam em defesa da virtude…

Petistas esperam que Lula decida seu futuro logo após o Carnaval

Correligionários esperam que ex-presidente diga se irá assumir a presidência do PT e esclareça quais os planos para 2018 (no RADAR ON LINE)

Lula ia receber uma penca de parlamentares petistas nesta sexta-feira. A reunião acabou sendo remarcada para a semana seguinte à do Carnaval.

No Congresso, os correligionários do ex-presidente não escondem a ansiedade: esperam que nesse encontro Lula anuncie sua intenção ou não de assumir a presidência do PT e deixe claro se ainda está disposto a concorrer ao Palácio do Planalto em 2018.

Antes da morte de Marísia Letícia, ele vinha ouvindo economistas para começar a formatar o discurso com que espera recuperar a cadeira de Michel Temer.

Liberal algum pode defender mais impostos... (os riscos do pragmatismo excessivo), por RODRIGO CONSTANTINO

abio Giambiagi é um economista sério, que tem o meu respeito. Já li seus livros sobre a Previdência, assim como inúmeras colunas em jornais, e percebo nele uma boa vontade em elevar o nível do debate e defender propostas factíveis, realistas e necessárias para impedirmos uma catástrofe fiscal (ainda maior) à frente.

Dito isso, Giambiagi não é um liberal. É, no máximo, um social-democrata pragmático. O que não é pecado, claro, mas preciso deixar claro que suas posturas não estão alinhadas com o liberalismo clássico. Ele é o típico “economista tucano”, como a maioria daqueles que são “acusados” de “neoliberais” pela esquerda jurássica, aquela da Unicamp.

Em sua coluna de hoje, isso salta aos olhos. Giambiagi começa elogiando Keynes, “talvez o maior economista do século XX”. E faz isso num texto em que prega o aumento de imposto já, uma vez que ele será inevitável em 2019 de qualquer maneira, segundo ele. Eis um trecho:

Peço desculpas ao leitor pela má notícia, mas minha opinião é que em 2019 há boas chances de que o Brasil tenha um encontro marcado com a alta de impostos. Gostemos ou não, em algum momento alguém terá que comunicar isso ao distinto público — e contribuinte. Avisar isso não me agrada. Em mais de uma oportunidade, no passado, me manifestei em diversos artigos na imprensa contra a alta de impostos. Com perdão pela comparação indevida com tão ilustre personagem, mas a situação lembra um pouco o que aconteceu com Lord Keynes (talvez o maior economista do século XX), que, certa vez, questionado por uma pessoa que apontara uma suposta contradição entre o que estava dizendo e o que afirmara no passado, teria respondido: “Quando as circunstâncias mudam, eu mudo. E o senhor?”

[…]

É claro que uma parte importante do ajuste do déficit terá que vir da diminuição da despesa de juros, que é muito pesada. O problema é que ela terá que ser consequência — e não causa — do ajuste. Há um risco em emprestar para o governo. Quando o risco for menor, os juros poderão alcançar 7% ou 8% em termos nominais, reduzindo substancialmente a despesa financeira. Primeiro, porém, é preciso ajustar as contas e resgatar a confiança. A queda do risco virá depois.

[…]

É claro que um componente-chave do ajuste fiscal terá que vir do controle da despesa — e o governo está trabalhando nesse sentido com a sua aprovação do teto do gasto. É ilusório, porém, pensar que isso será suficiente para um ajuste fiscal da intensidade necessária para a dívida pública brasileira deixar de crescer como proporção do PIB — e, lembremos, ela tem aumentado muito desde 2011. O aumento da carga tributária deveria ser um ingrediente-chave de qualquer ajuste fiscal que vier a ser implementado no país. Se não for em 2017, terá que ser em 2019. Quem viver, verá.

Keynes está longe de ser o maior economista do século XX, perdendo para Schumpeter, Mises, Hayek e Milton Friedman, ao menos. Esses sim, eram bem mais liberais do que Keynes, que forneceu o pretexto perfeito para que governantes fossem perdulários, em nome da “ação contracíclica” (sempre ignorando que era preciso cortar gastos públicos na era da bonança).

Mas eis o ponto: liberal algum pode pregar aumento de impostos, ainda mais num país como o Brasil! Sim, Giambiagi mostra como é dura nossa realidade, como parece difícil reduzir os gastos, pois seria necessário mexer na Previdência. Guess what? É exatamente isso que um liberal deve recomendar! Reforma previdenciária com contas individuais de capitalização, em vez de esse esquema de pirâmide Ponzi insustentável.

Ao largar dando a possibilidade de ajustar pelo aumento da receita, com mais impostos, o economista já trai o liberalismo e toca música aos ouvidos perdulários dos políticos. Não, não e não! O ajuste tem que ser no lado das despesas, e somente no lado das despesas! O encontro marcado que temos é com as inadiáveis reformas estruturais de cunho liberal, não com mais impostos.

E se mais impostos fosse mesmo inevitáveis, seriam a última alternativa, não a primeira. Melhor em 2019 do que em 2017, do que já. O liberal deve estar sempre contra aumento de impostos, pois entende que são injustos e ineficientes, especialmente no caso brasileiro, em que o trabalhador paga quase 40% do que ganha totalmente a fundo perdido.

Tucanos gostam de falar em mais impostos. Liberais, não. O debate é legítimo, mas é preciso fazer a distinção de forma bem clara e transparente. No mais, cabe perguntar: onde estão os liberais nesse debate, se o mais à direita que temos são os tucanos?

Rodrigo Constantino

 

QUEM DISSE QUE OS EMPRESÁRIOS DEVEM DEVOLVER UMA “JUSTA PARTE” À SOCIEDADE?

Por Roberto Rachewsky, publicado pelo Instituto Liberal

João Dória está fazendo um tremendo esforço para recuperar São Paulo. Não há dúvidas de que ele pretende restituir à cidade a dignidade que ela merece ter por ser a cidade que é, uma metrópole cosmopolita, com gente que cria valor produzindo e comerciando o que for necessário para melhorar a vida de todos os que colaboram com esse esforço voluntário de cooperação e trocas.

No entanto, é uma pena que ele recorra ao mesmo discurso e ao mesmo apelo moral daqueles que parece combater, os coletivistas estatistas. Quando Dória se dispõem a convencer empresários a doarem produtos de consumo para os programas sociais da prefeitura de São Paulo, ele tem usado os mesmos argumentos que Barack Obama e outros políticos e apoiadores do Partido Democrata americano sempre usaram, a de que é preciso que os mais ricos devolvam à sociedade a “justa parte” (fair share) daquilo que acumularam ao explorarem o mercado. Cabe aqui algumas perguntas: 
– O quê há para ser devolvido? Por acaso, empresários ou profissionais liberais, para acumularem suas fortunas já não entregaram bens e serviços em troca do pagamento que receberam?
– De que maneira exploraram alguém? Por acaso, não foram eles que, usando seus recursos intelectuais ou materiais, forneceram aquilo que a sociedade precisava?

Salvo aqueles que se locupletaram praticando fraudes, exercitando o uso da força ou corrompendo governos, todos os que enriqueceram através da criação de valor, da produção e comércio de bens e serviços, nem exploraram nem se deixaram explorar por ninguém.

Na realidade, o único agente legal que explora a todos é o próprio governo que tira à força sob a promessa de dar algo em troca. Dória é melhor do que os socialistas que o antecederam, ele até pode fomentar a caridade em favor dos mais pobres, mas ele deve usar uma moral que seja mais adequada aos valores e princípios que parece defender. A criação de valor é multifacetada. Para cada bilionário criando riqueza é necessário que haja milhões de pessoas criando riqueza suficiente para adquirir aquilo que os bilionários têm para oferecer.

É a criação de valor através da produção e do comércio de bens e serviços que acaba com a miséria de maneira justa, consistente, constante e auto-sustentável. A caridade pode mitigar eventualmente, mas o que ações como essa que o Dória promove, com os argumentos que ele está utilizando, pretende acabar é com o sentimento de culpa que políticos populistas e moralistas religiosos são hábeis em criar.

 

Contra a histeria anti-Trump (por FELIPE MOURA BRASIL)

Assista ao vídeo em que David Kurten detona Assembleia de Londres

David Kurten, um dos membros do Partido de Independência do Reino Unido (UKIP, na sigla em inglês) na Assembleia de Londres, criticou em sessão na Prefeitura uma moção que expressa o temor da instituição legislativa da capital da Inglaterra com as diretrizes da presidência de Donald Trump.

O vídeo em inglês está no fim deste post.

“Eu sei que muita gente não concorda com algumas das políticas dele. Até aí tudo bem. Mas nos últimos meses está acontecendo o que eu chamo de uma efusão de absoluta histeria contra o presidente Trump e tudo que ele defende. Eu acho isso completamente injustificado. O que temos hoje nesta moção é a continuação da indignação seletiva das pessoas que injustificadamente não gostam do presidente Trump.”

Kurten descreveu o conteúdo da moção e a postura do prefeito muçulmano Sadiq Khan como afetações de virtude feitas em sinalização à emissora BBC e os jornais The Standard e The Guardian, bem como aos espectadores e leitores desses veículos (ou, de um modo geral, aos “guardians”, como o filósofo inglês Roger Scruton resume a patota de jornalistas, intelectuais, celebridades e demais seguidores que rezam pela cartilha de esquerda do referido jornal).

“O que a moção não faz é qualquer menção ao fato de que o então presidente Barack Obama baniu por seis meses em 2011 a entrada de cidadãos do Iraque nos EUA, com base exatamente no mesmo princípio do banimento por três meses estabelecido por Trump para cidadãos de sete países.”

Kurten também apontou como o texto distorce a medida do republicano.

“Ao contrário do que foi evocado nesta moção, não é um banimento sobre uma religião específica. É um banimento para cidadãos de sete países que são em maioria Estados falidos onde o Estado Islâmico está operando em larga escala.”

São eles: Síria, Iraque, Irã, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen. Há outros 46 países de maioria muçulmana fora da lista, como lembrou o secretário de Imprensa do governo Trump, Sean Spicer. Isto significa que 85% da população muçulmana do mundo continua podendo entrar nos EUA normalmente.

“O objetivo é garantir a segurança, e a maioria da população americana apoia este banimento. Na verdade, pesquisas mostram que a maioria da população da Europa também apoia.”

De fato, 57% dos americanos são a favor da interrupção temporária, segundo pesquisa Rasmussen; e 55% dos europeus aprovam o banimento da entrada de cidadãos de países de maioria muçulmana, segundo pesquisa da Chatham House, antigo Royal Institute of International Affairs.

“Vocês podem não ver isto aqui em Londres, mas lá fora onde outras pessoas vivem, sem assistir às emissoras nem ler os jornais de que falei, elas concordariam também.”

Como dizem os ingleses, Londres não é UKIP. O partido que defendeu a saída do Reino Unido da União Europeia conquistou nas eleições de 2016 apenas 2 cadeiras (antes tinha zero) na Assembleia da cidade cosmopolita que votou majoritariamente contra o Brexit, assim como Nova York contra Trump.

Dos 75,9% que votaram em Londres pela permanência na UE, quase 70% detêm ensino superior e aproximadamente 40% não nasceram no Reino Unido, o que explica parte da aversão local a políticas que restringem a imigração. Apenas bairros típicos da classe trabalhadora como Havering, Barking e Dagenham votaram pela saída, em lógica semelhante à dos estados do meio-oeste americano que elegeram o atual presidente dos EUA.

Kurten, porém, acrescentou que não acredita haver motivo algum para Londres e Reino Unido temerem o governo Trump, que, em sua opinião, será bom para a cidade e o país.

Para muxoxos dos membros de esquerda da Assembleia, lembrou que o primeiro político a encontrar Trump após sua histórica vitória foi o ex-líder do UKIP e comandante da vitoriosa campanha pelo Brexit, Nigel Farage; e que o primeiro líder mundial a encontrar o presidente depois de sua posse foi a atual primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, do Partido Conservador.

“De novo, isto mostra o quanto ele valoriza e quer manter relações especiais com este país. Na verdade, ele indicou que pretende estabelecer um acordo comercial muito bom com o Reino Unido após o Brexit e, unicamente, que a indústria de serviços financeiros deste país, baseada aqui em Londres, pode ter acesso privilegiado pela primeira vez à indústria e aos mercados financeiros dos EUA. Isto seria um boom incrível para o Reino Unido. Mas o que esta moção faz é dar um tapa na cara de alguém que tem este país em alta conta e pretende dar-lhe todos os benefícios de um bom acordo comercial.”

O “tapa na cara” foi dado, claro, mas valeu o discurso.

David Kurten detonou com elegância a moção e a histeria anti-Trump.

Assista.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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Fonte:
Blog Rodrigo Constantino + VEJA

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1 comentário

  • Euclides de Oliveira Pinto Neto Duque de Caxias - RJ

    Reinaldo Azevedo, por que nossos politicos e administradores não promovem a AUDITORIA DA DIVIDA PUBLICA ? Todos os países que promoveram essa auditoria obtiveram reduções em torno de 60% sobre o valor atribuído... No governo de Getulio Vargas, a nossa dívida teve uma redução de 61% e foram encontradas tantas mazelas e sacanagens que houve pressão para encerrar logo a apuração, para evitar um escandalo... Recentemente, o Equador promoveu também a AUDITORIA DA DÍVIDA PÚBLICA e, coincidentemente, a redução obtida ficou em torno de 60% do valor apresentado pelos "banksters"... no caso do Brasil, onde o pagamento dos juros da dívida pública representa algo em torno de 600 BILHÕES/ANO (SÓ de JUROS !!!) - um percentual de redução pode representar uma economia real de 360 BILHÕES ANO.... tal volume de recursos tornaria desnecessária a manutenção de altas taxas de juros, ficando o Banco Central obrigado a promover uma redução drástica nos níveis de captação... sob pena de demissão dos Chicago Boys... e nem precisaria roubar da previdência para poder satisfazer aos "banksters" nacionais e estrangeiros...

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    • victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG

      Só mesmo um panaca pra acreditar que esta pesquisa não foi comprada com dinheiro da propina...que tem que ser gasto rapidinho porque vai acabar sendo bloqueado...

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    • Léo Souza Caraá - RS

      Fora Temer, Lula 2018

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