Vendas de carne seguem fracas e frigoríficos iniciam movimento para interromper atividade com férias coletivas aos funcionários
O viés de baixa no mercado do boi gordo vem ganhando forma nos últimos dias. Aos poucos os animais a parto vão chegando ao mercado e intensificando as pressões de baixa.
Passamos pelo período de pagamentos de salários, onde havia uma expectativa de melhora de demanda que não se confirmou e aumenta os motivos para os frigoríficos evitarem comprar matéria-prima cara.
Segundo levantamento de preço da Scot Consultoria, a carne sem osso entrou na quinta semana de queda. No acumulado do ano a perda é de 5,7% na cotação.
Ainda assim, as indústrias conseguem manter as margens de comercialização historicamente positivas, evitando a formação de estoques. "Mas, o grande problema das indústrias é imprimir giro", destaca o analista da Scot, Alex Santos Lopes.
Diante desse cenário, aumentaram os rumores de indústrias em São Paulo com a intenção de dar férias coletivas em fevereiro. De acordo com Lopes, algumas ainda está apenas na especulação, mas já há confirmação de unidades paralisadas.
"Considerando os fundamentos, podemos dizer que a cadeia como um todo está sujeita a essa estratégia,não só São Paulo", alerta Lopes.
Também em função do mercado baixista, alguns pecuaristas tem adotado a estratégia de retenção dos animais, na tentativa de melhorar os preços.
Porém, Lopes ressalta que esse abordagem pode ser arriscada em função da diminuição de giro do estoque de gados e aumento nos custos de produção, sem a garantia de recuperação do mercado nos próximos meses.
"Também existe o risco de concentração de oferta em maio, onde entra o período de seca. Além disso, também começamos a perceber mais fêmeas nas escalas abate que devem se intensificar em março", acrescenta o analista.
Assim, fazer média de preço é sempre positivo, lembra Lopes.
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