Andaterra propõe antecipação do Plano Safra 2017/18 ao ministro Blairo Maggi
Visando a potencializar os efeitos positivos da safra 2016/17, estimada em 215 milhões de toneladas de grãos, a Associação Nacional de Defesa dos Agricultores, Pecuaristas e Produtores da Terra – Andaterra, apresentou uma proposta de antecipação do Plano Safra 2017/18 ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi. O encontro se deu na sede do Mapa em Brasília, no dia 1° de fevereiro. A associação argumentou que a redução nos juros do crédito rural, acompanhando os cortes na taxa Selic, se relacionada não apenas ao ano-safra, mas ao calendário civil, é benéfica aos produtores, que poderão utilizar os recursos para investimento nas feiras agropecuárias ao longo de todo o ano, e planejar seus investimentos em um horizonte mais amplo, com repercussões positivas para toda a economia brasileira.
De acordo com o presidente da instituição, o produtor rural e economista Sergio Pitt, a retomada da economia e a perspectiva de uma safra recorde é animadora para o setor agrícola. Nesta conjuntura, segundo Pitt, o produtor tende a investir na renovação da frota de máquinas e implementos e na antecipação da compra de insumos para a safra seguinte. “A sinalização antecipada dos recursos que serão disponibilizados e as taxas de juros do Plano Safra proporcionarão uma situação mais segura e confortável para os produtores tomarem as decisões de compra”, explica Sergio Pitt.
A referência para o Plano Safra é o ano agrícola, que começa na metade do ano. Já para os financiadores da produção, o parâmetro para o resultado financeiro da operação é o ano civil. “Se equiparássemos o lançamento do programa ao ano civil, possíveis oscilações no mercado financeiro teriam o mesmo impacto tanto para financiadores quanto para produtores. Além disso, os agricultores poderiam aproveitar melhor as feiras agropecuárias que são realizadas no primeiro semestre. As feiras são oportunidades de negócios com taxas e condições diferenciadas”, afirma Pitt, lembrando que, neste momento, uma das mais tradicionais feiras do gênero acontece em Cascavel-PR, a Show Rural Coopavel. Segundo o presidente, o ministro achou a proposta interessante e se comprometeu a estudá-la.
Nova direção
O encontro com o ministro Blairo Maggi e as audiências realizadas no mesmo dia em Brasília, na sede do Ibama e no Ministério do Meio Ambiente, abriram a agenda de reuniões de representação de classe da nova diretoria da Andaterra, que assumiu em janeiro. A Andaterra é uma associação que trabalha, majoritariamente, na defesa jurídica dos produtores rurais, com uma série de ações vitoriosas ou em andamento, como as que dizem respeito à extinção do pagamento do Funrural e do Salário Educação pelo produtor rural Pessoa Física.
“Com a chegada de Sergio Pitt, daremos ênfase também a outras competências estatutárias da Andaterra, além das jurídicas, como a representação do agricultor junto aos poderes Executivo e Legislativo, respectivamente, levando as reivindicações do setor e cobrando a efetivação das políticas públicas e propondo soluções e Projetos de Lei para o desenvolvimento de todas as cadeias produtivas do setor primário”, explica o diretor Jurídico da Andaterra, Jeferson da Rocha.
A Andaterra foi criada em 2006 e atua em todo o território nacional. Atualmente, tem em torno de quatro mil associados.
1 comentário
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Jeferson Rocha Florianópolis - SC
Boa iniciativa. Temos que lutar pela queda dos juros e desoneração tributária da cadeia produtiva, somente medidas como está poderão reaquecer os negócios no campo.
NÃO SERIA MELHOR UM "PLANEJAMENTO QUINQUENAL" ??? (Safras 2017/18/19/20/21).
Grandes empresas planejam até vinte anos suas ações, porque um ministério que representa um setor nacional não apresenta ao setor quais serão os objetivos e, as políticas para cada elo da cadeia nos próximos 5, 10 ou 20 anos. Porque sempre vamos ser tratados como idiotas, que nem biruta de aeroporto, conforme o vento vira, é o novo rumo que o "ministério" toma. ... O termo complexo do "vira lata" que o dramaturgo Nelson Rodrigues criou, servia para descrever a inferioridade que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo. Devemos nos libertar desse complexo e, exigir dessa cambada atitudes positivas. Já que essa cambada está lá para trabalhar em prol do setor, vamos exigir PRIMEIRO, um planejamento de ações coerentes, para que o setor se fortaleça. ... Ministro Maggi, use os mesmos procedimentos que você usa nas suas empresas e, que tem dado muito certo, pois você é um grande empresário do setor, não é ???