Milho tem novo dia de baixas no mercado brasileiro, perdendo mais de 3% no interior
Os preços do milho no mercado interno brasileiro registraram um novo dia de baixas expressivas nesta quinta-feira (19). Na maior parte das praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, as perdas variaram de 1,89% a 4,69% , o que motiva ainda mais lentidão dos negócios no país.
As referências variando de R$ 23,00 a R$ 34,00 por saca nas principais regiões produtoras do Brasil não estimula os vendedores a buscarem por novos negócios, ao passo em que a demanda também se mostra mais retraída neste momento, principalmente por parte das indústrias. Segundo relata Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, os produtores se mostram bastante relutantes em negociar com valores que estão, em alguns pontos do país, R$ 10,00 mais baixos do que os observados em dezembro.
"De um lado, os consumidores trabalhando com o grão que têm nas mãos e com sobras de trigo que ainda têm nos armazéns, compradas nos momentos de alta do milho, e boa parte apostando na boa safra que está nos campos como fonte de abastecimento", diz o consultor de mercado. Com uma safra cheia de soja exigindo mais da capacidade de armazenagem do país, explica Brandalizze, o cereal "acabará caindo nas mãoes das indústrias de ração que o receberá a fixar".
E esse recuo das cotações tende a se intensificar dada o maior avanço dos trabalhos de colheita no Brasil. Com a chegada de mais oferta e os valores ainda pressionados, a tendência é de que o ritmo da comercialização, portanto, siga lento. Uma mudança neste quadro, sendo assim, só teria espaço diante de uma mudança do dólar, ainda segundo Vlamir Brandalizze.
Nesta quinta, o dólar encerrou os negócios com baixa de 0,58% para ser cotado a R$ 3,2002 e, segundo informações da agência Reuters, parte da pressão veio da intervenção mais intensa do Banco Central. Mais cedo, porém, a divisa chegou a trabalhar em alta diante das sinalizações de maiores altas dos juros nos EUA. A volatilidade, porém, já sinaliza a cautela dos investidores um dia antes da posse do novo presidente americano Donald Trump.
BM&F
Na BM&F, os primeiros vencimentos - março e maio/17 - perderam, respectivamente, 1,62% e 1,59%, cotados a R$ 35,20 e R$ 34,15 por saca. As cotações devolveram boa parte dos ganhos registrados no pregão anterior, quando encerraram o dia subindo mais de 2%. O mercado futuro brasileiro parece ter acompanhado a movimentação do dólar, que voltou a recuar nesta quinta.
O contrato novembro ficou com R$ 31,50, estável, e o janeiro/17 subiu ligeiros 0,13% para R$ 31,95.
Bolsa de Chicago
Em Chicago, o mercado fechou o pregão com estabilidade, porém, do lado positivo da tabela. As posições mais negociadas do cereal subiram entre 0,75 e 1 ponto, com o março/17 cotado a US$ 3,66 e o maio/17 a US$ 3,73 por bushel.
Segundo Bob Burgdorfer, analista de mercado do portal internacional Farm Futures, o mercado na CBOT tem sido limitado, em partes, pela colheita do milho na América do Sul, o que poderia puxar parte da demanda internacional para cá. Por outro lado, a movimentação dos fundos nesse mercado poderia trazer algum combustível aos futuros do cereal.
"O interesse tem aumentado e as especulações dão conta de que os fundos estão ampliando suas posições mais alongadas. Os fundos entraram a semana mais curtos no milho, mas têm reduzido essas posições mais curtas nos últimos dias", diz Burgdorfer.
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